Desconfio das súbitas valorizações...
Tenho a maior consideração por aqueles que perdem os seus haveres em consequência da seca, dos incêndios ou de outro cataclismo qualquer. Há no entanto, nisto das calamidades que afectam negócios, algo que escapa à minha compreensão. Nomeadamente quando em causa estão colheitas ou explorações agrícolas. Não consigo deixar de me surpreender com a estranha valorização de animais, árvores ou culturas de qualquer espécie quando dizimados pelo infortúnio. Agora, com a seca mas também antes com os incêndios, por qualquer animal falecido e árvore que tenha secado ou ardido é reclamada uma fortuna quando chega a hora de recorrer ao apoio público. As mesmas árvores ou animais que antes – basta estar atento à actualidade para conhecer a retórica – não rendiam nem para o tabaco. Parecem, assim mal comparado, as acções do BPN. Ou, então, acham que o Estado é uma espécie de Carlos Santos Silva dos agricultores. E se calhar até é e nem a comparação com o banco salvo pelos socialistas será tão despropositada quanto isso. Pelo menos no que diz respeito ao pagante.