Contas de sumir
Não se confirmam, afinal, as suspeitas que ontem manifestei no post abaixo. O governo preferiu ir por outros caminhos. Adiar o confisco por uns tempos, é o que é. Optou, nisto do Orçamento para 2016, por regressar às manigâncias já nossas conhecidas e que tiveram as consequências que todos sabemos. Ou quase todos, pois ainda há uns quantos que parece não terem percebido e se mantêm num patetico estado de negação.
Ao que se diz e escreve desde ontem à noite, o governo pretenderá transformar despesas certas e permanentes, como são os vencimentos, em despesas extraordinárias. Logo excluídas do apuramento do deficit. O que, convenhamos, é uma coisa fantástica. Quase ao nível daqueles tempos pré-troika em que existiam nas autarquias locais aqueles empréstimos bancários que não contavam para divida. Ou seja, divida que não era divida apesar de ter de se pagar como a divida que era divida mas que, por força da sua condição de não divida, permitia continuar a contrair mais divida. Foi assim durante muitos anos. Até que deu no que deu. Agora propõem-nos algo ainda pior. Gente honesta, esta!