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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Benfazejos

Kruzes Kanhoto, 29.11.22

Por todo o país multiplicam-se o apoios aos – e cito – mais desfavorecidos. O que não deixa de constituir um conceito que, para lá de outras coisas, se afigura absolutamente estúpido. Questiono-me se, desse ponto de vista, todos os demais serão favorecidos. Porquê e em quê é que nunca se esclarece. Pode não ser uma questão especialmente relevante, mas, já que felizmente me incluem no número dos bafejados pela sorte, gostava de saber a quem agradecer o favor.

Todos os dias são inventados novos subsídios e novas maneiras de distribuir dinheiro. Até parece uma competição para ver quem tem a ideia mais escabrosa. Vale tudo. Até dar dinheiro para comprar casa. Ou seja, premiar o risco. Quem comprou a pensar naquilo que efectivamente pode pagar, ponderando uma eventual subida dos juros, esse, que pague e não chateie. Bem feita. Ninguém o manda ser previdente. E, no entender desses benfazejos, um favorecido desta vida.

Ainda assim há, reconheço, espaço para ir mais longe nisso dos apoios. Não me parece justo que os desfavorecidos que compraram carro, férias ou renovaram a cozinha à conta de créditos bancários não se lhes aplique tão benemérita medida. Esses e outros, que dos cofres de onde sai este dinheiro há muito para entrar.