Aprender, sempre!
Ouço com frequência que devia haver eleições todos os anos. Isto por causa das medidas tomadas em vésperas de eleições pelos governo em funções, com medo de deixarem de o ser, para manterem o eleitorado satisfeito e garantirem a reeleição. Naturalmente que tudo isso, mais as promessas eleitorais que eventualmente venham a ser cumpridas, transforma-se um tempo depois em impostos. Daqueles que fazem com que o nosso rendimento diminua ainda que o salário aumente. Coisa que o tipo que agora é secretário-geral do PCP tem manifesta dificuldade em entender. Para o cavalheiro essa cena do rendimento não importa nada. O que interessa é o salário. Uma sorte para o partido dele não haver eleições todos os anos. Se houvesse já nem um deputado tinham para amostra.
Por mim também acho que devia haver eleições mais vezes. São sempre alturas propicias à diversão. E nem estou a pensar em maluqueiras como atirar tinta uns aos outros, ou repetir muitas vezes a palavra “fascista” como se tivesse a “boca cheia de favas” que era uma bela de uma expressão, infelizmente caída em desuso, que caracteriza muitíssimo bem o tom de voz de umas quantas criaturas que andam apavoradas perante a hipótese de perderem o tacho. Estou, antes, a pensar que o período eleitoral serve para todos aprendermos mais alguma coisa. Aprendi hoje, ao ouvir a doutora Mortágua, economista de formação, que “Portugal é um país pobre porque paga salários baixos”. Eu, que destas coisas da economia percebo tanto quanto um barbeiro, cuidava que o país é pobre por não gerar a riqueza suficiente para elevar o nível salarial. Daí, por exemplo, aquilo do SMN por mais que aumente comprar praticamente sempre o mesmo. Mas não. Estou enganado. Eu e o governo do Sudão, da Somália e mais uns quantos. Se aqueles países descobrem a formula da doutora Mortágua tornam-se iguais à Alemanha num ápice.