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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Amigos da onça

Kruzes Kanhoto, 27.02.11
Kadhafi tem azar com os amigos. De líder carismático o homem passou, quase num ápice, a louco varrido e a constituir uma séria ameaça à paz, à estabilidade, à democracia e a não sei que mais conceitos deveras interessantes. Pelos menos nas palavras daqueles que, durante décadas, encontraram sempre justificações para as tropelias em que foi envolvendo o país que, possivelmente por pouco tempo, ainda governa. 
Poderá, acredito piamente, ser isso tudo. Mas parvo é que o excêntrico ditador líbio não é de certeza. Não deve ser por acaso que Kadhafi aponta o dedo à Al Qaeda como estando na origem destes movimentos, alegadamente espontâneos e populares, que têm ocorridos por todo o mundo árabe. Até porque em matéria de terrorismo o gajo é um perito. A agitação a que temos assistido é perfeitamente organizada e tem uma estratégia bem definida. Colocar no poder regimes islâmicos. Só um anjinho, daqueles mesmo anjolas, não vê. 
Trata-se de uma estratégia perfeita. Qualquer que seja o resultado destas movimentações, tenham ou não sucesso, cheguem ou não ao poder, o objectivo dos islamistas será sempre atingido. Se os "movimentos populares" falharem ou por alguma estranhíssima razão a islamização demorar mais tempo do que o previsto, haverá sempre - já está em curso - mais uma vaga de emigrantes desses países que se deslocarão para a Europa, fazendo crescer ainda mais a influência da politica islamico-fascista no velho continente.
No fundo o azar de Kadhafi é também o nosso. Os amigos que agora o abandonam e apelidam de maluco estão também a lixar-nos a nós. Contrariamente a outras guerras, agora esses amigos não mencionam o petróleo, o poder, a ingerência e mais uma quantas alarvidades que estiveram em voga na deposição de outros ditadores por paragens não muito distantes. A ironia da coisa é que esses amigos vão também, num futuro não muito distante, ser vitimas das suas novas amizades.

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