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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Algibeiras rotas e marmitas vazias

Kruzes Kanhoto, 28.05.20

Esta pode ser um crise diferente da anterior. Para pior, provavelmente. Por muitas razões. Na outra, pelo menos, havia para onde emigrar. Bazar daqui para fora não será, desta vez, opção com muita viabilidade.

O que me parece exactamente igual é a inconsciência de muita gente. De algumas vitimas da crise, nomeadamente. Percebo que perder o emprego é um drama. Tal como é dramático, assim de repente, ver os rendimentos mensais diminuírem ou deixarem de existir de todo. Mas, c’um caraças, assim de um momento para o outro, só pela falta de um terço do ordenado, já não haver dinheiro para comer parece-me um bocadinho de mau governo.

Ao fim de menos de um mês – que isto não é de agora - já havia gente a garantir que passava fome. Das mais variadas profissões. Desde artistas sem poder exercer a sua arte a gente que nem desempregada está. Apenas em lay off. Compreendo que, para o nível de vencimentos praticados por cá, fazer poupanças não é fácil. Mas, que diabo, para quem passou há tão pouco tempo por uma crise, não era para ser ligeiramente mais precavido? Menos viagens, menos comida encomendada ou menos tecnologia de última geração eram capazes de ter dado uma ajuda.

Compreendo e lamento, reitero, todos os azares e dificuldades que muitos portugueses estão a passar. Mas, como também escrevi na outra crise, um pacote de massa custa vinte e dois cêntimos e um frango mal chegará a dois euros. Tomara eu, aqui há cinquenta anos, apanhá-los.

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