A verdade é o que um grupo de malucos quiser
Anda por aí uma minoria ruidosa empenhada em reescrever a história. A recente e a antiga. A primeira já está praticamente reescrita. Hoje é um dado quase consensual que Cavaco Silva foi o pior político desde o 25 do A, que a bancarrota foi obra do Passos e que o Partido Comunista lutou bravamente pela implementação da democracia. Nem, diga-se, foi necessário um esforço por aí além dos novos historiadores para convencer o povo – ou a pova, sei lá – destas e doutras novas verdades. Deve ser coisa que tem a ver com a memória de curto prazo, ou lá o que chamam aquela cena da malta se esquecer rapidamente do que aconteceu no passado recente.
Esta reinvenção da história é, digamos, uma moda que corre por todo o chamado mundo civilizado. Em Espanha, por exemplo, os níveis de parvoíce estão em patamares superiores no que toca a esta ânsia de apagar todo e qualquer vestígio da história que não corresponda aos padrões de uma minoria qualquer. Numa localidade espanhola lembraram-se de substituir o nome de três almirantes que davam o nome a outras tantas ruas lá da parvónia sob o pretexto de terem sido uns franquistas, os malvados. Esqueceram-se – ou melhor, nunca souberam – que os tais almirantes morreram antes de Franco ter nascido...