A nódoa também cai no pior pano
Uma abjecta peça de anti-comunismo. Foi assim que a camaradagem reagiu à divulgação do contrato de um familiar do camarada-chefe com uma autarquia liderada por um comunista. Podia, sei lá, argumentar que mudar lâmpadas está pela hora da morte. Qualquer um, baseado na própria experiência, seria tentado a desculpar a exorbitância que a dita câmara anda a pagar. Ou, vá, insinuar que as outras trezentas e sete não farão muito diferente. Poucos ousariam duvidar de tão linear argumentação. Mencionar que se trata de uma política proactiva de combate aos baixos salários também não seria descabido. Todos aplaudiríamos. Tinham de começar por algum lado e fazê-lo, para dar o exemplo, por um camarada não seria motivo para nos aborrecermos. Mas não. Optaram por uma justificação abjecta. Vergonhosa, até. Principalmente vinda de um partido que garante ter paredes de vidro. E telhados, pelos vistos.