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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Á espera que chova

Kruzes Kanhoto, 30.03.12

 

Diz que já chove. Diz, porque aqui nem vê-la. À chuva. Nem um pingo para animar um agricultor de trazer por casa – pelo quintal, vá – que escolheu mal o ano para retomar a tradição de cultivar o espaço em redor da casa. O vasilhame – bazaréus, como gosto de lhes chamar – continuam vazios, a capacidade de armazenamento há muito que se esgotou e o recurso à água da rede está a revelar-se uma tragédia. Devido aos produtos químicos que a compõem queima todas as folhas das plantas por onde vai caindo. Às tantas ainda sou gajo para pedir uma indemnização. Seja pela destruição das culturas ou pela burla de que estarei a ser vítima. Pago água e vendem-me um composto químico qualquer!

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