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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

A cultura é uma arma...

Kruzes Kanhoto, 27.09.20

Cultura. Reconheço que não escrevo o suficiente acerca do tema. Penitencio-me por isso. Melhor do que penitenciar-me talvez seja, até, enveredar por uma carreira no sector. O pior é que não tenho jeito nenhum para as artes. Cantar, dançar ou representar não são actividades artísticas onde possa aspirar a ter o mínimo de sucesso. Ainda que, como sobejamente se vê por aí, não falte gente com o mesmo grau de inaptidão a ser “levado em ombros”.

Talvez escreva uma peça de teatro. Como o outro que escreveu aquilo da “Catarina ou a beleza de matar fascistas” e, em vez de ser processado por discurso de ódio, ainda lhe pagaram. Posso revelar em primeira mão e rigoroso exclusivo para os leitores do Kruzes que já tenho alguns títulos em mente. “Adolfo ou o encanto de exterminar judeus”, “António ou as maravilhas de torturar comunistas”, “Joseph ou a satisfação de chacinar democratas” e “André ou a espectacularidade de malhar nos ciganos” são apenas algumas ideias. Quanto à trama, logo se vê. Por enquanto mantenho aquela máxima. “Quando ouço falar em cultura só me apetece puxar da metralhadora”. Uma ou outra vez, confesso, no real sentido do termo.

Arte, cultura e cenas assim...

Kruzes Kanhoto, 05.09.20

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Já devo ter visto centenas de fotografias do Museu do Berardo. Sinal que muita gente gostou daquilo. Ainda bem. O espaço está catita e merece uma visita. Versejei e é verdade. O que, constando deste blogue, nem sempre acontece.

Tal como muitas outras criaturas também eu tirei umas quantas fotos. Mais a quem me acompanhava e a mim próprio do que à azulejaria. Até porque pode ser tudo muito bonito mas, olhando para aquilo dos mais diversos angulos, não capto dali grande mensagem. Excepto – tudo na vida tem a sua excepção – numa ou noutra obra. Como nesta que serve de ilustração ao texto. Percebo tudo. Mesmo não estando familiarizado com isto das artes. Não admira, está por demais explicita. Até um maneta percebe.

Um "perro maricon" seria ainda mais valorizável...

Kruzes Kanhoto, 25.08.20

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Leio que em Espanha um indivíduo, interceptado pela policia local em virtude de não usar máscara, terá começado a andar “de quatro” imitando um cão. Não evitou, ainda assim, a multa aplicável nestas circunstâncias.

A ocorrência está a ser noticiada, pela generalidade da imprensa, na secção de noticias insólitas, bizarras ou simplesmente parvas. O que se me afigura profundamente reprovável e suscita umas quantas questões inquietantes. O senhor tem o direito a identificar-se com aquilo que muito bem lhe apetecer. Se foi um ser canino, todos, policia e jornalistas incluídos, temos de aceitar a sua condição e não desatar a zombar das suas opções. E aqui reside a segunda inquietação. O que terá levado os presentes a considerar que a criatura em causa era um homem e não uma mulher? Ou um transexual? Ninguém, ao que é relatado, o que terá interrogado quanto a isso. Outra questão pertinente é o género do animal. Porquê um cão? Alguém lhe perguntou se ele – ou ela – se identificava com um cão e não com uma cadela? Ou, até, um canito transexual? Pelo sim pelo não, de maneira a evitar equívocos e tratar a coisa de forma inclusiva, a noticia podia resumir-se a isto: “Ser humane interceptade pele policix identifica-se como ume cachorre”. Todes percebíamos e não havia cá discriminações.

Ter cão é coisa de facho

Kruzes Kanhoto, 22.08.20

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Nem sei mais o que lhes chamar. Porcos, seria claramente vexatório para os suínos. Burros, era capaz de constituir uma ofensa para os asnos. Bestas, ofendia a bicharada em geral. O melhor, desta vez, é apelidá-los de pessoas extremamente mal-educadas e com uma relação deveras conflituosa com o asseio. Talvez, só assim para reforçar a ideia, pouco dadas à higiene e sem noção de respeito pelos demais. Embora o que me apeteça seja lançar a ideia que ser dono de um cão é coisa de facho. De gente da extrema-direita, vá. Só por causa daquilo de tirar a liberdade e de impor a sua vontade, quase sempre de forma ditatorial, a um ser senciente…

A calculadora, a metralhadora e o azulejo

Kruzes Kanhoto, 17.08.20

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Quando ouço falar em cultura puxo imediatamente da calculadora. Virtual, quando estou de folga. Ou seja, desato a fazer contas de cabeça. Por norma, poucos segundos depois, apetece-me puxar da metralhadora. Imaginária, está bem de ver.

Apesar de relutante, dado o pouco interesse que tenho por estas cenas, visitei um destes dias o novel museu cá da terra. O do Berardo, ou sabe-se lá de quem. O entusiasmo dos licenciados em revestimento de paredes e dos doutorados em azulejaria, manifestado exuberantemente nas redes sociais, foi determinante para me convencer. Em boa hora o fiz. Ando a pensar em fazer umas obras cá em casa e aquilo deu-me umas ideias. Quanto ao mais, digo como a maioria dos visitantes. Tá bonito, lá isso está...



"Vamos pilar"

Kruzes Kanhoto, 07.08.20

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Sai um gajo trabalho em passo acelerado para ir comer qualquer coisa, que a fome é negra - não sei se ainda posso atribuir uma cor à fome, mas agora já está e não me apetece apagar – e depara-se com isto. E por isto entenda-se, para os menos atentos ou pouco perspicazes, a mensagem que esta senhora tem estampada nas costas da t-shirt.

Não sei se por causa da larica mas, admito, não percebi à primeira. Nem, a bem-dizer, à segunda. Comecei por admitir que o tempo e sucessivas lavagens tivessem apagado uma virgula a seguir ao “vamos” e um ponto de exclamação depois de “pilar”. Mas não. Vendo melhor constato que nunca lá estiveram. Hesitei depois entre a mensagem significar uma proposta manhosa ou a revelação da actividade que vão praticar. Já perto de casa, que o trajecto é curto e tenho passada larga, conclui que não seria nem uma nem outra coisa. Aquilo foi engano. Vestiu a camisola do neto. Ou da neta, que não quero ferir a susceptibilidade das maluquinhas das causas. Nem dos maluquinhos, tão-pouco.

Em vez de "estudos" vão mas é às "aulas"...

Kruzes Kanhoto, 06.08.20

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Isto há malucos para tudo e, já dizia a minha sábia avó, cada maluco com sua maluqueira. A diferença para o tempo dela é que, nessa época, ninguém ligava aos malucos e não havia problema nenhum em lhes chamar o que realmente são. Uns malucos. Hoje não. Têm palco em todo o lado e quem ousar questionar a sanidade mental dessa gente ainda é olhado de soslaio, se tiver sorte, ou enxovalhado na praça pública, que é o que acontece quase sempre.

Às maluqueiras de hoje, não sei se para dar credibilidade ou apenas por ser moda, chamam-lhes “estudos”. Um desses estudiosos – um conceituado maluco que em tempos vendeu colchões – anuncia que “os humanos não foram programados para dormir acompanhados”. Justifica a ideia com um conjunto de lugares-comuns que, para quem vive sozinho ou mal acompanhado, até podem servir de consolo. Mas apenas isso. Deixemo-nos de merdas. Só pensa assim quem nunca dormiu com o cu na pilheira.

(F)actualidades

Kruzes Kanhoto, 05.08.20

O que se passa em Espanha tem sempre importância para Portugal. Por todas as razões que se conhecem e, certamente, por mais umas quantas que se desconhecem. Mas, acho eu que não sou especialista na especialidade de política internacional, este caso do ex-rei Juan Carlos não tem para o nosso país qualquer relevância. Ou, pelo menos, aquela que por cá lhe estão a atribuir. Nem mesmo que lá para o meio daquilo existe alguma ligação manhosa aos mafiosos do nosso regime. Até porque, a haver, é quando o caso deixa de ter importância.

Cá para mim - que, reitero, não percebo nada dessas cenasquem tramou o monarca espanhol foi o elefante. E as gajas, vá. Tivesse ele ficado em casa a comer tofu e a ir ao cú a um paneleiro qualquer e ainda hoje era o maior da península ibérica e arredores.

A oportunidade da graçola

Kruzes Kanhoto, 23.07.20

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Gosto de fazer graçolas. Muitas não passam de tentativas falhadas e não têm graça nenhuma. Não admira. Não sou especialista da especialidade. Nem no âmbito da piadola, nem de outra coisa qualquer.

Quem é especialista numa quantidade de especialidades é um tal Berardo. Entre as especialidades em que é especialista incluem-se os empréstimos bancários e as graçolas. Em ambas, muito melhor do que eu. Não admira. Terá, dizem, muita prática. A graçola de ontem foi magnifica. Garantiu, para quem o quis ouvir, que a Caixa Geral de Depósitos lhe deve umas massas. Não sei se é ou não verdade. Mas, se calhar foi da maneira como ele disse, ainda não consegui parar de rir. Porra pá, que inveja. Aquilo é que é uma graçola mesmo à séria. Só um homem sério consegue fazer uma piada assim. Caso se risse perdia a graça toda.

Nacionalizações

Kruzes Kanhoto, 05.07.20

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Acordei, uma destas manhãs, com o rádio a noticiar a nacionalização de duas empresas. Ainda estremunhado olhei para o despertador e a minha primeira reacção foi: “porra, vou chegar atrasado à escola!”. Só sosseguei quando olhei para o outro lado e vi a minha Maria. Afinal não estava em Março de 1975. Nessa altura ainda dormia sozinho.