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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Bestas ao quadrado

Kruzes Kanhoto, 25.05.21

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Não sei qual é a raça do animal que fez esta dupla javardice. Algum que anda com o lombo demasiado folgado, certamente. Se tivesse que dar aos cascos para ganhar a ração não teria tempo nem vontade para escoicear ou arrear o calhau na via pública, sujando e destruindo o que é de todos. Amanhã alguém vai limpar a merda e consertar os estragos, que é para isso que lhes pagamos terão alguns a lata de dizer. Enquanto isso a alimária que partiu o banco e cagou no chão continuará espojada por aí.

Verde que te quero verde

Kruzes Kanhoto, 17.03.21

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O verde está na moda. Por diversas razões. Algumas das quais, diga-se, me desagradam profundamente. A ecologia é, também, uma causa toda modernaça. De tal maneira que, nos dias de hoje, mais depressa se corta um pintelho do que uma erva.

Não sei como vai a coisa em termos de pilosidades púbicas cá pelo meu bairro. Nem isso me interessa ou tem qualquer espécie de relevância. Já das ervas que crescem livremente pelo passeio não posso dizer o mesmo. São interessantes, ficam bem na fotografia e evidenciam a paixão que o verde, a ecologia e, já agora, aquela cena do dolce far niente suscitam à malta que decide acerca do ervançum. Por mim é deixá-las estar. Às ervas.

Objecto não indentificado

Kruzes Kanhoto, 16.02.21

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Não sei se esta traquitana, ainda embrulhada e com aspecto de estar quase pronta a estrear, é ou não o que eu penso que é. Mas - reitero - no caso de ser o que eu penso que seja, não se deve fazer velha naquele local. Nem, sequer, ganhar ferrugem. O sitio, de certeza, terá sido escolhido após um aturado estudo. Elaborado por renomados especialistas na especialidade de instalar coisas destinadas a fazer cenas, quase aposto. Sou, no entanto, céptico relativamente à escolha. Apesar de dentro da cidade é, à noite, um sitio ermo. Daqueles que os amigos do alheio apreciam para desenvolver as suas actividades. Daí que, até a mim na minha imensa ignorância, me pareça uma “provocação” à malta do gamanço a instalação daquela coisa, naquele sitio. Seja lá para o que for que seja ou para que sirva.

Descobriram agora a democracia, coitadinhos...

Kruzes Kanhoto, 25.01.21

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Parece que constitui hoje uma espécie de obrigação moral mostrar quanto estamos indignados pela votação obtida por André Ventura no Alentejo. Indignação que, curiosamente ou talvez não, nunca existiu quando um partido estalinista tinha por aqui maiorias arrebatadoras. Ao contrário do que ontem aconteceu com a extrema direita que, para além de Estremoz com 23,32%, obteve os melhores resultados em Elvas (28,76%), Moura (31,41%) e Monforte (31,41%). Votação que, diga-se, a ocorrer em legislativas provavelmente não seria suficiente para eleger deputados.

A este propósito li os maiores impropérios dirigidos aos eleitores alentejanos. Das duas uma. Quem os escreve ou é daqueles negacionistas como os do covid ou é alguém profundamente ignorante que desconhece em absoluto a realidade que se vive por estas paragens. Nem, se calhar, saberá o que têm em comum todos esses concelhos. Também não sou eu que vou gastar os meus dedos a explicar-lhes. Afinal lavar a cabeça a burros sempre foi e continuará a ser gastador de sabão. Continuem a fingir que não vêem o elefante na sala, que não há nenhum problema com “grupos de pessoas” ou, como escreve hoje um colunista do Observador, a preocuparem-se com os fascistas quando o problema são as avestruzes. Depois queixem-se.

Neve em Estremoz

Kruzes Kanhoto, 10.01.21

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Estou como dizia ontem o outro. Dois mil e vinte um não pode ser um ano como os outros. O Sporting em primeiro, cai neve em Estremoz...ná, isto há aqui qualquer coisa. Embora, convenhamos, é muito mais normal nevar nesta terra do que os lagartos serem campeões. Assim que me lembre já por cá nevou em duas ocasiões nos últimos quinze anos e neste período de tempo nunca o clube do Lumiar ganhou o campeonato. 

Ainda a propósito da neve. Isto ontem foi um corrupio de equipas de reportagem das televisões. Andaram por aí todas, minutos sem fim de emissão dedicados à neve que por cá ia caindo e repórteres a repetirem-se até à exaustão por, coitados, não terem nada de interessante para dizer. Uma monotonia, diga-se, unicamente quebrada por uma queda em directo.

Nem quero imaginar o que teria sido caso não houvesse esta coisa do confinamento, recolher obrigatório ou lá o que é. Devia ser uma romaria de lisboetas a vir mostrar a neve à Carlota, ao Martim e ao Francisco. Sim que, coitados do putos, isso ainda eles podem ver de quando em vez...

A desolação de sábado de manhã

Kruzes Kanhoto, 29.11.20

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Desoladora. É o que me ocorre escrever acerca da imagem. Num sábado normal, às nove e picos, neste local quase não havia chão onde pôr os pés. Agora está assim. O que até torna irónica a medida de limitar a quinhentas pessoas a lotação máxima do espaço onde decorre o mercado. Que, diga-se, é a céu aberto e se estende por uma área que equivalerá, mais coisa menos coisa, a dois campos de futebol. Apesar disso, como qualquer pessoa de bem reconhecerá, um local muito mais propenso à propagação do vírus chinês do que um pavilhão fechado onde, durante horas, estão enfiados mais de seiscentos malucos a discutir a melhor maneira de nos impor – nem que seja pela força – as suas ideias manhosas.

Sempre em festa...

Kruzes Kanhoto, 03.11.20

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Estremoz passou dos zero aos mais de cem casos de Covid-19 em poucas semanas. Faz, por isso, parte do rol de cento e vinte e um concelhos sujeitos a medidas mais restritivas. Nada de preocupante, dirão alguns. E, se calhar, com alguma razão. Se fosse caso para inquietações as autoridades competentes – é apenas uma força de expressão – já teriam colocado fim à festa que dura há uns dias ali para os lados do Resort. Até porque a algazarra ouve-se do outro lado da cidade e, calculo, deve incomodar quem tem o azar de viver nas imediações.

Ah e tal, a malta é jovem e precisa de se divertir”, “aquilo são festas de aniversário ligeiramente mais extrovertidas” e outros dichotes parecidos são mais do que dispensáveis. Digam antes que não querem chatices, que não vão lá por não terem sido convidados ou, sendo sinceros, que quem tem cu tem medo. Mas, já dizia a minha avó, quem tem medo compra um cão. Não vai é para autoridade competente. E quem não quer aborrecimentos também não.

Anjinhos de quatro patas...patudinhos m'ai lindos...donos m'ai porcos!

Kruzes Kanhoto, 11.09.20

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Admiro a cortesia do autor deste recado. Deve ser alguém dotado de uma paciência de santo e de uma educação de fino recorte. Pedir por favor – em dose dupla – e no final ainda deixar um obrigado, não são palavras que um javardo mereça.

A rua onde a mensagem está afixada é o principal acesso a uma das mais afamadas unidades hoteleiras cá da terra. Além do lixo e da sujidade habitual, tem os passeios, como outras, frequentemente decorados com várias bostas de cão. Não é que me incomode com a imagem que os turistas levam de cá. Se calhar na terra deles acontece o mesmo e, provavelmente, alguns também não recolhem o cocó do seu canito. O que me chateia é que passo ali a pé todos os dias e ainda me lesiono por causa dos desvios repentinos de trajectória que sou forçado a fazer para evitar os montes de merda. Os verdadeiros.

Profunda é a tua tia...

Kruzes Kanhoto, 10.09.20

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Alentejo profundo. Outra vez. Porra pá, estes gajos aborrecem. Agora é Arraiolos a receber a distinção. Não sei se a besta que redigiu a noticia sabe, mas aquela localidade fica a cento e vinte e três quilómetros de Lisboa. Que será, presumo eu, o ponto que serve de referencia para calcular a profundidade às alimárias que não se conseguem referir ao Alentejo sem acrescentar o adjectivo profundo. Isto partindo do principio que a distância até à superfície se mede de lá para cá. Por mim prefiro pensar – só para os contrariar, senão era igual a eles – que a profundidade se devia medir de cá para lá. É que, parecendo que não, nós estamos muito mais perto do centro da Europa do que Lisboa. No meu caso, uns cento e setenta quilómetros mais próximo. Ora toma, ó estagiário.

E, já agora, rotular qualquer terra desta região como sendo do Alentejo profundo parece-me configurar assim uma espécie de estereotipo. De preconceito, até. Uma afirmação de alguém que pensa habitar num lugar mais elevado, com um cheirinho a discriminação e que revela um sentimento de superioridade. Se fosse o Ventura a dizer tal disparate era coisa para classificar como discurso de ódio, ou isso. Assim é só mais uma bacorada do jornalismo fofinho.

A calculadora, a metralhadora e o azulejo

Kruzes Kanhoto, 17.08.20

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Quando ouço falar em cultura puxo imediatamente da calculadora. Virtual, quando estou de folga. Ou seja, desato a fazer contas de cabeça. Por norma, poucos segundos depois, apetece-me puxar da metralhadora. Imaginária, está bem de ver.

Apesar de relutante, dado o pouco interesse que tenho por estas cenas, visitei um destes dias o novel museu cá da terra. O do Berardo, ou sabe-se lá de quem. O entusiasmo dos licenciados em revestimento de paredes e dos doutorados em azulejaria, manifestado exuberantemente nas redes sociais, foi determinante para me convencer. Em boa hora o fiz. Ando a pensar em fazer umas obras cá em casa e aquilo deu-me umas ideias. Quanto ao mais, digo como a maioria dos visitantes. Tá bonito, lá isso está...