A lógica da batata
Uma inusitada falta de batatas, um dos alimentos mais consumidos do país, tem estado a afectar a Bielorrússia. Obviamente que a ausência do popular tubérculo do mercado bielorrusso nada terá tido a ver com a política de controlo de preços adoptada pelo governo local. Aliás, já dizia o outro, a melhor maneira do preço não subir é não permitir que o preço suba. Ou, se não dizia, pode passar a dizer que eu não me importo nem cobro direitos de autor.
A culpa da escassez de batatas só pode ter sido dos capitalistas donos dos supermercados. Os patifes – uns fachos, está bem de ver – não quiseram vender mais barato do que aquilo que os produtores lhes vendiam. Os agricultores, por sua vez, feitos gananciosos mostraram-se relutantes em vender abaixo do custo de produção. Vai daí, uns deixaram de produzir e outros procuraram novos mercados. O russo, por exemplo, que está mesmo ali ao lado e compra ao triplo do preço.
Ninguém diria que o facto do Estado intervir no mercado, nomeadamente ao fixar os preços de bens ou serviços, levaria à sua escassez ou mesmo à rutura quase total da oferta. Bom, ninguém é uma força de expressão. Por cá, hoje há não sei quantas manifestações a exigir a fixação do preço das casas para venda e arrendamento. Fixem, fixem, que vai correr bem.