Bruxaria politica
Tenho pouco apreço por bruxas. Por bruxarias ainda menos. Mas, apesar de não acreditar na existência das primeiras, não duvido da pratica de artes mais ou menos manhosas que, se fosse supersticioso, facilmente relacionaria com bruxedos. Assim, como me tenho na conta de alguém racional, contento-me em considerar muitas das movimentações e acontecimentos políticos dos últimos tempos como meras jogadas de bastidores, golpes palacianos ou, apenas, baixa política. Daquela reles, mesmo. Um dos primeiros exemplos a que assisti, enquanto adulto, envolveu Sá Carneiro que ali pelo final dos anos setenta e princípios de oitenta do século passado foi durante meses acusado pelo jornal oficioso do Partido Comunista – um pasquim denominado “O Diário” – de alegadas práticas que envolveriam recebimentos de luvas e corrupção em geral. O resultado de tudo isso, nomeadamente o das eleições que entretanto ocorreram, é história. O então dirigente social-democrata e antigo primeiro-ministro ficou na dita. O tal folhoso nem por isso.