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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

O raio da esperança que nunca mais morre...

Kruzes Kanhoto, 29.11.24

Portugal é mesmo o país mais seguro do mundo. Nem é preciso que o primeiro ministro vá à televisão recordar esse facto. Só a serenidade e mansidão do povo que habita este rectangulo justifica que no dia em que foi decidido aumentar as reformas - para além do legalmente previsto para a revalorização anual das ditas - simultaneamente anunciado mais um aumento da idade para acesso à reforma nenhum político tenha sido devidamente escovado pelas vitimas que vão pagar em tempo de trabalho o dinheiro dos aumentos dos outros. Ou então – outra hipótese não descartável - somos todos uns doidos varridos. Uns merdas, a bem dizer. As nossas prioridades não passam pelo bem-estar presente ou futuro nem pela solidariedade inter-geracional. Aceitamos de bom grado que todos os sacrificios sejam atirados para cima das gerações futuras.  Importante é fazermos – muitos ou poucos, não interessa – manifestações a defender terroristas estrangeiros, a solidarizar-nos com criminosos ou greves à sexta-feira porque achamos que despejar o cesto dos papéis é um trabalho especializado.

Vendo bem, se calhar não são apenas os políticos que merecem ver a roupa chegada ao pêlo. Nós também merecemos que nos untem as molas. Mas isso já eles nos fazem. Há muito tempo que andamos bem besuntados.

A esquerda e a sua infinita bondade

Kruzes Kanhoto, 27.11.24

1 - A discussão sobre vencedores e vencidos do 25 de Novembro de 1975 é dos momentos mais parvos que a vida política portuguesa já nos proporcionou. As coisas foram o que foram e não há volta a dar ao que já passou. Por mais que se queira reinventar o passado, nomeadamente por parte daqueles que não o viveram, não existe maneira de o alterar. Pelo menos até que a máquina de viajar no tempo seja inventada. Quem ganhou naquele dia? Todos nós, que defendemos a liberdade e a democracia. Quem perdeu? Aqueles que ainda hoje trauteiam aquela musiquinha, acerca da data, que diz ter sido “um sonho lindo que acabou”.

2 - A esquerda actual, desde o PS à mais extrema, está de costas totalmente voltadas para os trabalhadores e para aquilo que realmente interessa a quem trabalha. Hoje, no parlamento, opuseram-se à possibilidade das empresas beneficiarem em termos fiscais dos seguros de saúde que façam para os seus funcionários. Ter assistência médica atempadamente e com possibilidade de escolher o prestador é mau. Bom, mas mesmo bom, é ficar meses à espera de uma consulta, exame ou tratamento no SNS. Morrer à espera no público é muito melhor que ser tratado no privado. E se a esquerda diz que é, quem diz o contrário é facho.

3 - Ao que é anunciado hoje o Turismo de Portugal – ou seja o Estado, que é como quem diz os contribuintes – vai dar duzentos mil euros para eventos gay. É capaz de ser uma boa iniciativa esta de financiar coisas de âmbito turístico. Ir ao cú de Judas conta?

Cuidado com a língua

Kruzes Kanhoto, 26.11.24

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O estrondoso desenvolvimento económico da China será sustentado em inúmeros factores que escapam ao meu conhecimento, mas que os especialistas da especialidade não terão grande dificuldade explicar. Nada que realmente me apoquente por aí além. Até porque, de uma maneira simplista, acredito que muito desse sucesso se deve ao facto das sociedades de consumo ocidentais se deixarem endrominar pela publicidade, nomeadamente das plataformas de comércio online chinesas, e comprarem toda a espécie de bugigangas, inutilidades e outras merdices. Como, por exemplo, a do anuncio que me apareceu ao fazer scroll numa rede social. Para que raio serve aquilo?! Assim de repente não estou a ver...mas espero que não seja para aquilo que a minha imaginação delirante está a suspeitar.

Vitória amarga...

Kruzes Kanhoto, 22.11.24

O mundo está a ficar um lugar cada vez mais esquisito. Ou, então, sou eu que estou cada vez com menos paciência para as alarvidades dos maluquinhos da aldeia que migraram para as cidades. Como se não bastasse o futuro ser suficientemente incerto, constata-se agora que também o passado se revela cada vez mais imprevisível.

Um bom exemplo da imprevisibilidade dos tempos idos são os acontecimentos que tiveram lugar em 25 Novembro de 1975. Segundo a narrativa mais recente, nomeadamente o Expresso e outros pasquins do regime, “o pcp ganhou no 25 de Novembro”. Naquele 25N que eu vivi não foi assim. Nesse a capacidade de influenciar a política nacional do partido comunista foi reduzida à sua expressão eleitoral e teve inicio um novo ciclo de verdadeira democratização do país. Tudo, nunca é demais recordar, graças ao Partido Socialista e à sua liderança de então. O que mais queiram inventar é conversa da treta. Excepto naquela parte em que o PS de hoje teria estado do outro lado da barricada, mas isso no futuro interessará muito pouco. Dos fracos não rezará a história.

Apesar das novas certezas do presente, parece-me que a reinvenção do passado estará a necessitar de ajustamentos. Nomeadamente quanto à justificação do motivo que leva o pcp e outros comunistas a odiar o 25 de Novembro. Não gostaram de "ganhar", foi?

Ladroagem altruista

Kruzes Kanhoto, 20.11.24

Para muita gente todos os problemas se resolvem com impostos. Especialmente se o âmbito da tributação não os afectar. Desde que calhe a outros pagar o seu bem-estar, vivem num mundo – ou país, no caso – do mais perfeito que há. Daí que todos os anos, por altura da discussão do orçamento do Estado, surjam ideias até mais não para tornar tudo e mais alguma coisa inteiramente grátis e atribuir subsídios a tudo e a todos. A todos é como quem diz, aos potenciais eleitores que podem ficar felizes com a benesse generosamente atribuída com o dinheiro de outros tantos infelizes que a terão de pagar. Isto porque o Estado não gera riqueza, não tem recursos próprios e para ser generoso para com uns tem de saquear outros. O OE do próximo ano não vai fugir à regra. Esperem-lhe pela pancada. Ao que se anuncia, para além de todas as que já foram magnanimamente distribuídas pelo governo, o bodo aos pobres irá continuar a bom ritmo. Mas, há que reconhecer, é disto que o povo gosta. Depois não se queixem da inoperacionalidade de quase tudo o que são serviços públicos nem dos impostos, taxas, taxinhas e outros tributos que têm de pagar. Só por respirar, quase.

Alhos da crise

Kruzes Kanhoto, 18.11.24

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Ainda sou do tempo em que se garantia, acerca do crescimento adequado dos alhos, que teriam “pelo Natal bico de pardal”. Deve ser por causa daquilo das alterações climáticas, ou lá o que é, mas por cá, a mais de um mês do Natal, os alhos da crise já estão de todo este tamanho. Com uma dimensão mais próxima do bico de cegonha, acho eu. Coisas do clima, dirão os apanhados do dito. Ou, então, da minha Maria que os semeou demasiado cedo.
Quanto à parafernália que está estendida no terreno é uma tentativa de impedir que os gatos usem o espaço para cagar. E também, caso surja a oportunidade, para lhes tirar as medidas.

Ao pé desta gente Frei Tomás era um aprendiz...

Kruzes Kanhoto, 17.11.24

Estão a ser tornados públicos negócios ligados ao imobiliário, alojamento local e esquemas utilizados para diminuir – ou, até mesmo, evitar – a elevada carga fiscal de que quase todos nos queixamos. Tudo coisas que não terão nada de ilegal, segundo os autores dos textos que tive paciência para ler. Existem apenas dois pequenos problemas em relação às situações agora reveladas e que constituem o foco de toda a conversa que o assunto está a suscitar nas redes sociais. O primeiro é que as pessoas em questão não se cansam de perorar, em meios de comunicação de grande audiência, contra o capitalismo, a especulação imobiliária e outros temas igualmente caros à esquerda. E o segundo é que ninguém da área jornalística terá tido interesse em investigar os assuntos. Isto mesmo depois de, há uns atrás atrás, uma ex-sócia de uma dessas criaturas ter revelado umas coisas de que não terá gostado na sociedade.

Não tem nada de mal que os comunistas – sejam eles do PS, PCP, BE, Livre ou de outra seita qualquer – façam negócios, ganhem dinheiro e tentem não ser exauridos pelo fisco. Errado é irem para os jornais e televisões guincharem contra quem o faz. Pior ainda é usarem esses mesmos palcos para vociferar contra as redes sociais, garantindo que estão a destruir a democracia, a soldo da extrema-direita e que é preciso silenciar os seus utilizadores. Eles lá sabem porquê.  É que,  já me dizia a minha avó quando desconfiava do meu envolvimento numa qualquer marosca, "tudo na vida acaba por se saber porque tu não andas dentro de nenhum saco". Eles também não.

Fascistas a sair da casca

Kruzes Kanhoto, 13.11.24

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Sim, o fascismo está aí. Revela-se nas mais pequenas coisas e nos mais ínfimos pormenores. Como, por exemplo, na recente campanha publicitária de uma conhecida marca de preservativos. Que, diga-se, cobardemente cedeu à pressão de meia dúzia de fascistas e removeu o anúncio. É a censura, a perseguição à criatividade, a limitação do pensamento e da liberdade de expressão que estão de volta. Tal como no tempo da outra senhora. Só falta mesmo enviar para a prisão os prevaricadores que ousam pensar diferente destes novos fascistas. Não deve tardar muito até que o consigam.

Transfobia, argumentam os fascistas que se insurgiram contra a alegada mensagem que estará, na sua mente de facho, implicita na imagem. Se assim é - e no caso de ter minhoca -  que acusação deve a vitima do logro fazer à putativa descascada? 

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 12.11.24

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Para além dos gatos, outras ameaças há que colocam em perigo a agricultura da crise que se pratica cá pelo quintal. Para os felinos existe sempre a solução dos garrafões. Contudo, para já, não me apetece cercar o perímetro. Até porque, ainda que apetecesse, iria demorar algum tempo a reunir o material necessário para o efeito. Por outro lado não é suficientemente irritante para as malucas dos gatos. O que me decepciona. É necessário algo mais espectacular. Sem, disso faço questão, causar mazelas aos bichanos. Coitados, não têm culpa.
Entretanto para as lagartas parece estar a dar resultado um truque bastante simples. Colocar cascas de ovos nos locais onde as borboletas pousam. Ou melhor, pousavam. Os lepidópteros olham para aquilo, pensam que se trata de predador extremamente ameaçador e dão às de vila diogo – que é uma expressão que não usamos suficientes vezes – sem largar os ovos que dão origem às lagartas. Fácil, barato e, espero, eficaz. Tudo isto sem mal-tratar as ditas poedeiras aladas. O que é bom. Assim já não fico com as mãos todas borradas quando, numa ou noutra rara ocasião, conseguia esborrachar alguma.

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