A esquerda odeia quem trabalha
A esquerda está horrorizada com a medida aprovada nos Açores que visa dar prioridade no acesso às creches aos filhos de pais trabalhadores. A hipótese de o mesmo se aplicar igualmente no continente está a deixá-los à beira de um ataque de nervos, ainda que o actual partido do governo – o PS B – já tenha garantido que não alinha nessa cena de facilitar a vida a quem trabalha.
Não percebo qual é a dúvida que esta situação suscita. É do mais elementar bom-senso. Não se trata de discriminar ninguém. Qualquer pessoa, percebe que quem já empregado tem menos opções para deixar os filhos durante o período em que está a laborar. Já nem vou por aquela parte de pagar impostos que garantem um serviço e, ainda assim, ter de pagar por ele. A menos que, se calhar é o que pretendem esses iluminados, que quem tem filhos se desempregue e passe à condição de subsiodependente.
Há muito que a esquerda deixou de defender os trabalhadores. Abraçou outras causas, privilegia os interesses das minorias e é, muitas vezes, o pior inimigo dos pobres. Este é só mais um exemplo. Depois admiram-se dos resultados eleitorais. Por este andar, não serão apenas o PCP e o BE a desaparecer. O próprio PS levará o mesmo caminho. A lei natural da vida tratará disso.