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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

A esquerda odeia quem trabalha

Kruzes Kanhoto, 31.07.24

A esquerda está horrorizada com a medida aprovada nos Açores que visa dar prioridade no acesso às creches aos filhos de pais trabalhadores. A hipótese de o mesmo se aplicar igualmente no continente está a deixá-los à beira de um ataque de nervos, ainda que o actual partido do governo – o PS B – já tenha garantido que não alinha nessa cena de facilitar a vida a quem trabalha.

Não percebo qual é a dúvida que esta situação suscita. É do mais elementar bom-senso. Não se trata de discriminar ninguém. Qualquer pessoa, percebe que quem já empregado tem menos opções para deixar os filhos durante o período em que está a laborar. Já nem vou por aquela parte de pagar impostos que garantem um serviço e, ainda assim, ter de pagar por ele. A menos que, se calhar é o que pretendem esses iluminados, que quem tem filhos se desempregue e passe à condição de subsiodependente.

Há muito que a esquerda deixou de defender os trabalhadores. Abraçou outras causas, privilegia os interesses das minorias e é, muitas vezes, o pior inimigo dos pobres. Este é só mais um exemplo. Depois admiram-se dos resultados eleitorais. Por este andar, não serão apenas o PCP e o BE a desaparecer. O próprio PS levará o mesmo caminho. A lei natural da vida tratará disso.

Atirei o pau ao gato...e um dia hei-de acertar-lhe!

Kruzes Kanhoto, 29.07.24

E pronto, voltámos ao mesmo. Mais um gato vadio adoptado pela vizinha adoradora de gatos. Adoptado é como quem diz… é alimentado na via pública - à porta de casa – que dentro da habitação não terá o bichano ordem de pôr as suas patas de gato vadio. Por mim seria coisa que pouco me importaria não fosse o raio do bicho ter escolhido o meu quintal como local de eleição para arrear o calhau. Tal como, noutra ocasião, já aconteceu com outro gato sarnoso e cego de um olho que baptizei de Camões. Este - o Lombrigas - de aspecto igualmente repugnante, anda por aqui há meses. O pior é que o desgraçado deve ter um qualquer desarranjo intestinal que o faz vir, ao longo do dia, inúmeras vezes ao meu quintal. Sendo que, muitas delas, o infeliz não consegue evacuar. Ainda assim escava e destroi o que está semeado.

A queixa aos serviços municipais não deu em nada, obviamente. Calculo que não tenham pessoal. Ou vagar. Ou ambas. É que, ao contrário do que ainda acreditei - mas isso é problema meu, ninguém me manda ser parvo -  não apareceu ninguém para o capturar. Nem, sequer, para lhe fazer uma festa. No lombo.

Depois não se queixem...

Kruzes Kanhoto, 28.07.24

Os jogos olímpicos de Paris, nomeadamente a cerimónia de abertura, estão a causar muita indignação. E, simultaneamente, ainda mais indignação contra a indignação que provocaram. Nem me pronuncio. Como disse uma vez um homem sábio, não vi e não gostei. Olímpeidas não são coisas que me entusiasmem. Entusiasmados devem estar a extrema-direita e os movimentos islâmicos pelo imenso bónus que a organização lhes está a dar…

Entretanto na Venezuela é dia de eleições. Por lá foi feito tudo aquilo que, por cá, muita gente – alguma, até, aparentemente normal – reclama. Controlo por parte do Estado das empresas estratégicas e da banca, fixação de preços, aumento de salários, política monetária progressista e, em suma, um governo que defende os interesses dos trabalhadores e do povo. Os resultados de tudo isso são noventa por cento de pobres. Mas, há quem tenha a lata de dizer – e sem se rir – que a culpa é das sanções aplicadas pelos EUA. Os mesmos que não se incomodam por o desmiolado que manda naquilo garantir que haverá um banho de sangue caso perca as eleições.

Por falar em malucos, Trump prometeu que caso seja eleito não haverá necessidade de mais eleições. Uma chatice, essa coisa de andar sempre a votar, em campanha eleitoral e do povo escolher por quem pretende ser governado. Uma maçada a que se deve pôr fim quanto antes. O Hamas fez o mesmo em Gaza e, a julgar pela quantidade de apoiantes que andam por aí, ninguém se importa com isso. Depois não se queixem.

Impostos bons e incentivos maus. Ou o contrário...

Kruzes Kanhoto, 26.07.24

Segundo o “Correio da Manhã”, que se baseia num estudo do fisco, mais de metade das rendas escapam aos impostos. Apesar de considerar a carga fiscal elevadíssima – ao nível do furto – e de achar que, no actual quadro fiscal, escapulir ao pagamento dos impostos é um acto de legitima defesa esta é uma prática que não recomendo. Não neste sector. Por muitas razões. Umas que tem a ver com as garantias do próprio senhorio e outras com as do inquilino que, coitado, nestas circunstâncias se vê impossibilitado, também ele, de resistir ao esbulho fiscal nos casos em que é igualmente vitima.

Nisto de impostos os portugueses são, na sua maioria, uns absolutos analfabetos. É arrepiante a ignorância que, nesta matéria, por grassa. Mesmo entre gente com cursos superiores e em posições sociais ou profissionais com algum destaque. Deparo-me todos os dias com criaturas que, por exemplo, desconhecem como funciona o IRS ou os rendimentos sobre os quais incide. Há, até, quem nem saiba ao certo o que isso é. Mas, confesso, aos que acho mais piada são aqueles – malta de esquerda, essencialmente - que espumam com a intenção do governo de reduzir o IRC. Não é que seja um entusiasta da ideia, mas relativamente a esta coisa de baixar impostos aos ricos, às grandes empresas e ao grande capital em geral gosto sempre de recordar os “incentivos” que os municípios de todas as cores concedem a essa tropa com o fundamento da atracção do investimento. Lembro-me, inclusivamente, de um que se recusava a reduzir a sua participação no IRS, mas arranjou maneira de isentar de IMT um certo figurão. Tudo dentro da legalidade, obviamente. É, no fundo, aquela velha mania lusitana de “se for eu a fazer não tem mal nenhum, se forem os outros é que está errado”.

Etnia, fica onde? É perto daquele vulcão italiano!?

Kruzes Kanhoto, 21.07.24

Se há coisa que prezo é o rigor terminológico. Quase tanto como desprezo o discurso politicamente correcto. Ora, conciliar estes dois conceitos é missão praticamente impossível. Há que fazer escolhas e, geralmente, optar pelo segundo faz com que o optante nos deixe confusos face à linguagem pouco clara – ou notoriamente manhosa – para transmitir o que nós já sabemos, sem dizer o que nós sabemos quer ele quer dizer. Foi o que aconteceu a quem redigiu o comunicado a lamentar os danos causados nas viaturas das corporações de bombeiros que acorreram a combater um incêndio num bairro – aglomerado de barracas, é mais apropriado – cá da cidade. Os soldados da paz, chegados ao local, foram recebidos à pedrada pelos moradores. Lá terão, os ditos habitantes, as suas razões. Não me parece é existir razão para, no dito comunicado, se afirmar que os agressores são “cidadãos de etnia”. Não, não são. Que eu saiba não existem por cá etnienses. Se calhar são cidadãos de Estremoz, mesmo. Podem, quando muito, é desconhecer o conceito de cidadania, ou lá o que é.

Tirem as patas da minha carteira

Kruzes Kanhoto, 18.07.24

A Associação de imprensa terá proposto uma taxa sobre tarifários móveis destinada a apoiar os média. Ou seja, se esta ideia for aprovada quem tem telemóvel – toda a gente, portanto - estará sujeito ao pagamento de mais uma taxa. Depois de já termos salvo a banca, parece que chegou a hora das empresas de comunicação social serem socorridas com nosso dinheiro. Outras, de outros sectores igualmente em dificuldade, certamente se seguirão a exigir uma taxa sobre qualquer coisa para salvar o seu negócio. Os CTT reclamarão uma taxa por cada e-mail, os cafés uma taxa sobre as cápsulas, os revendedores de combustíveis uma taxa os automóveis elétricos e por aí adiante até tudo ser taxado e vivamos, enfim, felizes e contentes numa espécie de ditadura da taxa.

Aflige-me esta cultura do subsidio. Devo ser só eu que acho uma falta de vergonha alguém ter, sequer, a ideia como, pior ainda, atrever-se a defendê-la publicamente. O mesmo relativamente aos muitos que concordam com isto. Nomeadamente aqueles que rasgam as vestes quando o Estado concede benefícios fiscais a empresas que criam riqueza e agora demonstram uma inusitada simpatia com a possibilidade de todos passarmos a ser financiadores directos de empresas privadas que, em muitas circunstâncias, apenas servem para difundir a propaganda das forças políticas a que a redação é afecta.

Rouba bem e gasta mal...

Kruzes Kanhoto, 16.07.24

O Estado não está interessado em saber se gasta bem ou mal o seu dinheiro, segundo conclui o Tribunal de Contas num recente relatório dedicado a analisar uma cena qualquer. Estamos, logo para inicio de conversa, perante um enormíssimo erro. O dinheiro que o Estado gasta não é dele. É nosso. É a nós que é extorquido sob as mais diversas formas. Será pois natural que o Estado não tenha grandes preocupações com a forma como o esbanja.

A generalidade dos portugueses também não quer saber dessas minudências. Desde que a respectiva Junta de Freguesia os leve a Fátima, a correspondente Câmara Municipal faça festas com fartura e o governo lhes dê um “subsidio” qualquer está tudo bem e o resto pouco importa. O dinheiro há-de aparecer, garantem enquanto emborcam mais uma jola.

É por outras e especialmente por estas, que não consigo criticar aqueles que conseguem eximir-se ao pagamento de impostos. Lamento, isso sim, não poder fazer o mesmo. Nem ter coragem para fazer como tantos que até as facturas do supermercado ou do combustível usam para aumentar a dedução no IRS. E fazem eles muito bem. Todos temos legitimidade para resistir quando somos vitimas de violência e, por mais que a esquerda esperneie, há que reconhecer que o nível de fiscalidade em Portugal não difere muito de um crime violento. Fugir ao fisco, portanto, é legitima defesa.

À vontade não é o mesmo que à vontadinha...

Kruzes Kanhoto, 14.07.24

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São cada vez mais as vozes a garantir que países como Espanha, França ou o Reino Unido são casos perdidos em termos civilizacionais e democráticos. Provavelmente, a médio ou longo prazo, todo o ocidente e a própria democracia, nuns sítios mais do noutros, também o são. A existência de gente, ainda que nascida entre nós, a odiar os nossos valores e os princípios de vida que nos proporcionam uma sociedade de – ainda – relativo bem estar, associada à vinda massiva de gente que odeia esses mesmos valores e princípios e que os pretende substituir pelos dos seus países de origem, a isso conduzirá mais cedo do que tarde.

Os sinais estão aí. Só os não vê quem não os quer ver. O caso da fotografia nem é particularmente relevante. Qualquer maluco faz uma idiotice destas ou outra realmente grave. Preocupante é existir quem se sinta à vontade para as praticar e, pior, existirem muitos doidos varridos capazes de fazer o que for preciso para as tornar realidade quando um qualquer líder tresloucado lhes transmita essa ordem. Dir-me-ão que são coisas sem importância nenhuma. Concordaria facilmente se em Islamabade, Teerão ou, vá, Marraquexe outro maluco se sentisse suficientemente à vontade para fazer o mesmo, substituindo “emirato islâmico” por “reino cristão”.

Arrenda-se...

Kruzes Kanhoto, 10.07.24

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Vários meses depois do prazo inicialmente previsto – devido a peripécias mais ou menos rocambolescas que afectaram o empreiteiro – e incontáveis horas de trabalho dos malandros dos proprietários, a obra está finalmente pronta e a casa colocada no mercado de arrendamento. Acaba-se, assim, a agricultura da crise na sua vertente realmente significativa. Daqui para a frente apenas no quintal de casa o que, como dizia o outro, são peanuts.

Trata-se de uma vivenda com cento e vinte metros de área coberta, a cerca de três quilómetros de Estremoz, com dois quartos, sala com lareira, garagem, sótão, furo, pequeno tanque para rega, poço, árvores de fruto e um quintal – o tal da agricultura da crise – com noventa metros quadrados. Tudo por oitocentos euros por mês. Uma renda altamente especulativa e manifestamente exagerada, dizem-me. Algo impossível de pagar para quem ganha o salário mínimo e que justifica a sua completa destruição por parte do futuro inquilino, acrescentam outros. Concordo com todos, excepto na parte do vandalismo. Recordo, no entanto, que há apartamentos T1, com cinquenta metros quadrados, arrendados por seiscentos euros no centro da cidade. Já quanto a isso do salário mínimo, não é, obviamente, cena que entre nas minhas preocupações. Quem ganha isso – ou mesmo que ganhe muito mais – terá sempre de procurar uma casa que possa pagar. Para os que não podem e que insistem em me aborrecer, tenho uma tenda onde cabem três pessoas que lhes posso vender por tuta e meia. A pronto.

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Concordo, reitero, com a exorbitância do preço. Mas os custos da recuperação não foram menos exorbitantes e o Estado vai abotoar-se com o igualmente exorbitante montante de vinte e oito por cento do valor da renda. Serão, no caso, duzentos e vinte e quatro para o Estado e quinhentos e setenta e seis para mim. Mas disso, que constitui quase em terço, ninguém se queixa. Pudera. São coisas que, desconfio, as capacidades intelectuais das “criadoras de conteúdos” armadas em opinadeiras, não permitirão entender. 

Sujidadezinha da boa...

Kruzes Kanhoto, 07.07.24

Quando era gaiato gostava, tal como a restante gaiatagem, de chapinhar nas poças de água. Para além de molhados ficávamos com a fatiota salpicada de lama. Coisa que colocava as respectivas mães à beira de um ataque de nervos, face à escassez de indumentárias alternativas e que, não raras vezes, levava a que nos chegassem a roupa ao pêlo como forma de castigo e de dissuasão desta prática.

As crianças de hoje, acho eu, não se dedicam as estas actividades. Ou poucas terão, sequer, oportunidade para tal. Em contrapartida os adultos até pagam para se sujarem. A infantilização da sociedade leva a estas idiotices. Por mim, estou como dizia a minha avó, cada um diverte-se como quer e pode. Mesmo aquelas velhas que, no tempo em que eram novas, malhavam os filhos quando apareciam a casa com a roupa suja por divertirem a pular na lama e que agora acham o máximo ficarem, elas próprias, todas borradas por pozinhos coloridos. Ou outras não tão velhas que igualmente apreciam essas “corridas coloridas”, mas que se indignam muito com o pó provocado pelo vizinho que precisa de cortar uns azulejos para as obras que tem em casa.

Continuar a ser criança aos vinte, quarenta ou setenta anos é uma forma de vida muito legitima. Que muitas autarquias do país, com o dinheiro dos contribuintes, proporcionem aos seus eleitores essa oportunidade, também. Não tem mal nenhum. É para o lado que durmo melhor. E eu durmo igualmente bem para todos os outros. Mas também é legitimo que ache estas cenas uma realíssima parvoíce. Tenho, legitimamente, esse direito.

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