Moda?! Tá bem, tá...
Há quem garanta que Estremoz está na moda. Não sei se está. Nem a bem-dizer isso me importa muito. É que, assim de repente, não estou a ver em que essa alegada situação contribui para a minha felicidade. Pelo contrário, deve ser por isso e pela vontade de chular quem nos vem visitar atraído por essa fama que os comerciantes locais inflacionam os preços quase ao nível dos sítios verdadeiramente importantes no âmbito do turismo.
Começando pelo mercado de sábado, vi um molho minúsculo de beldroegas à venda por dois euros!!!! Para quem não sabe, trata-se de uma erva – uma praga, quase - muito apreciada na gastronomia alentejana, que nasce espontaneamente nas hortas e que não requer qualquer investimento nem ocupa tempo de trabalho. Depois o café. Paguei oitenta e cinco cêntimos por umas gotinhas que mal cobriam o fundo da chávena. Aliás, se a inclinasse via mesmo o fundo. Por fim um gelado. Uma bola equivalente a uma colher de sopa custou-me dois euros e meio. De realçar que nenhum dos dois estabelecimentos são especialmente “chiques”. São tascos absolutamente banais, daqueles que existem em todas as terriolas.
Serão, certamente, os custos de viver num local que alegadamente estará moda. Será, tudo isto, o mercado a funcionar. Certamente que sim. Nem eu quero que, como noutros tempos, seja o governo a fixar o preço da beldroega, da bica ou do gelado. Mas, digo eu, convinha ter juízo. É que não acredito ser possível aos comerciantes cá do sitio viver apenas dos que nos visitam. Se espantarem os clientes da terra praticando estes preços especulativos não lhes auguro grande futuro. E isto da moda é, como toda a gente sabe, uma coisa muito passageira...