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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Uma espécie de prostituição politica...

Kruzes Kanhoto, 27.05.24

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Estou abismado. Não devia, que já não tenho idade para isso, mas ainda há coisas que me conseguem surpreender. Então não é que o PS, aquele partido de esquerda agora conhecido por combater ferozmente a direita, se quer coligar com ela para se alcandorar ao governo da Madeira?! Perdeu as eleições – melhor dizendo, levou uma banhada – mas isso não impede os socialistas de tentarem chegar ao poder. Para o conseguir aliam-se a tudo o que tenha deputados no parlamento regional. Desde, pasme-se, os betos do CDS aos queques que guincham da IL – indignadinhos de serviço, pode-se chamar queques que guincham? – todos lhe servem para meter as mãos no pote. E, cá para mim, só não inclui o Chega na equação porque a maioria se faz aos vinte e quatro. Tudo para defender o povo, o Estado social, os valores de Abril, os direitos das mulheres e o que mais calhar.

Se nos próximos meses houver eleições para a Assembleia da República, no caso de não ganhar, a quem irá o PS propor uma coligação de governo? A qualquer um desde que faça maioria, obviamente.

Catapultar a coisa

Kruzes Kanhoto, 26.05.24

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Esta catapulta, colocada estrategicamente frente ao edifício dos Paços do Concelho, pode significar, para uma mente sempre pronta a procurar um significado alternativo e geralmente parvo a qualquer coisa ou a cada acontecimento, o inicio da batalha pelo poder na autarquia. “Batalha” do mais legitimo que há, obviamente, ao contrário de muitas outras que vamos vendo noutros locais do planeta.

Vai sendo tempo disso, diga-se. E ainda bem que assim é. Que há gente disposta a sacrificar-se pela sua terra, pelo bem comum e, principalmente, a aturar malucos com as consequentes chatices que tudo isso acarreta. Mas, lá está, alguém tem de o fazer. Aqui ou em qualquer outro lugar. O que me surpreende – ou talvez não – é que possa haver quem, pelos mais que muitos mandatos que vai cumprindo ao longo da vida, pareça querer fazer dessa entrega aos outros um emprego. Ou um negócio, quiçá. Tudo alegadamente, claro. Trezentas e oito vezes.

Dinheiro? Há que esturrá-lo!

Kruzes Kanhoto, 24.05.24

É por demais conhecida a iliteracia financeira dos portugueses. Tanta que muitos até acreditam que recebem IRS. Daí que não exista entre nós a valorização da poupança e do investimento. Estes conceitos são até, em muitas circunstâncias, alvo da critica social. E quando se trata de usufruir do retorno desse investimento ou dessa poupança o investidor ou o aforrador é visto quase como um criminoso. Provavelmente, mais do que qualquer outro, talvez seja este o principal motivo do atraso e da pobreza do país. Até porque os dirigentes replicam na governação estes sentimentos da população.

Um bom exemplo do que escrevo foi o diálogo entre a jovem vencedora de um concurso televisivo e a apresentadora do dito programa. “E agora, o que vai fazer como o dinheiro do prémio? Uma viagem, não?”, questionava a apresentadora. “Não…”, retorquiu a premiada. “Oooohhhhhh…” interrompeu desapontada a apresentadora sem deixar a jovem ganhadora terminar a frase. “Vou investir num projecto que tenho em mente...” concluiu esta perante o manifesto desinteresse da interlocutora.

E é isto. Valorizável mesmo é esturrar. Depois a culpa da falta de guito é do capitalismo selvagem, das políticas liberais e do que mais calhar. Nossa é que não é.

A causa da carteira

Kruzes Kanhoto, 23.05.24

Tenho alguma dificuldade em identificar-me com determinadas causas. A dos professores é uma delas. Ainda que seja legitimo a todos e cada um lutar pelo que entende ser melhor para si, a luta dos docentes pela reposição do tempo de serviço alegadamente perdido parece-me despropositada. Não tanto pelo direito à carreira - que esse é mais do que legitimo - mas pelo discurso. Aquilo é do mais desconchavado que há. Desde os sindicatos até aos professores que individualmente vão sendo ouvidos pela comunicação social. Eu já nem digo aquela parte de pretenderem que os reformados aproveitem do que vier a ser acordado com o governo. Parece despropositado, mas entende-se. Pretender que os que já atingiram o topo da carreira venham também a ter direito a mais qualquer coisinha é que se afigura absurdo. Suscitar a ideia diz muito sobre esta “luta”. Já estou como em certa ocasião me disse, a mim e a mais uns quantos colegas, um antigo presidente da Câmara. “Carreira... carreira...vocês querem é mais dinheiro, pá!”.

Enriquecimento cultural

Kruzes Kanhoto, 22.05.24

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Certamente a maior parte dos que aqui moram já repararam que nos últimos meses a cidade tem sido “invadida” por gentes de outras paragens que trazem consigo costumes, digamos, questionáveis. Assim do tipo andar de chinelos mesmo quando chove ou está frio, passear-se ou ir ao supermercado em pijama, gamar a carteira aos mais incautos ou assediar moçoilas. Não terão, também, uma relação particularmente amistosa com a limpeza. Nem com o sitio onde mijam. Embora, concedo, se calhar alguns até aliviariam a bexiga no local apropriado se este estivesse disponível. Também acredito que só não está porque outros que sempre aqui viveram têm comportamentos igualmente estranhos que incluem destruir as coisas destinadas ao uso público. Digo eu, porque não há dados estatísticos que comprovem seja o que for do que escrevo. E se houvesse provariam o contrário. Fosse lá isso o que fosse.

E peixeirada, pode dizer-se?

Kruzes Kanhoto, 21.05.24

Há quem não se canse de dar palco ao Ventura. Qualquer motivo é bom. Como se não fosse isso mesmo que o homem procura de cada vez que abre a boca. A mais recente promoção que lhe estão a fazer é do mais parvo a que já assistimos e, convenhamos, das mais perigosas. É que, assim de repente, demos connosco, cinquenta anos depois de Abril, a discutir os limites da liberdade de expressão. Pior do que isso, a sugerir impor-lhe limites a pretexto de conceitos vagos e quase impossíveis de balizar com clareza. Quantos daqueles que se indignaram com as palavras do líder do Chega, acerca da alegada pouca apetência dos turcos para o trabalho, contaram ou pelo menos acharam muita graça às anedotas de alentejanos em que estes são retratados como inveterados apreciadores da ociosidade e pouco dados ao labor? O mesmo relativamente a piadas mais ou menos jocosas acerca de carecas, louras, padres, coxos, gordos, marrecos, magros, políticos, funcionários públicos e mais uma interminável lista de pessoas ou grupos. Vamos banir tudo isso do nosso discurso? Ou, relativamente a povos estrangeiros, vamos deixar de dizer que de “Espanha nem bom vento nem bom casamento” para não ofender os espanhóis?! Eh pá, vão mas é para aquele cestinho das caravelas…

Se aplicarmos o principio do “olho por olho, dente por dente” acabaremos todos cegos e desdentados. Se calarmos tudo o que não gostamos de ouvir, acabaremos todos amordaçados. Pelos vistos é isso que os defensores de Abril defendem. Não me surpreende.

"Tou" de volta...

Kruzes Kanhoto, 20.05.24

Voltei. A culpa desta inusitada ausência foi de uma catarata que se instalou no meu olho direito. Já foi removida, a magana. A espera foi longa – cerca de oito meses – mas, dois vales cirurgia depois, lá se resolveu a coisa. Desta vez a “oferta” incluiu uma clínica na capital do distrito como, de resto, devia sempre acontecer quando em causa estão pacientes da região.

O Serviço Nacional de Saúde não tem, nem nunca terá, capacidade para, por si só, dar resposta a tudo e a todos dentro de um prazo razoável. É impossível. Terá sempre, a menos que se pretenda que as pessoas morram ou no caso fiquem ceguetas, de contratualizar estes serviços com os privados e pagar os tais muitos milhões que andam sempre a servir a demagogia dos que, dada a sua juventude ou boa saúde, não necessitam de recorrer ao SNS. Isso e o preconceito ideológico que os leva a preferir que os outros morram à espera de vez no público do que sejam tratados no privado. Os outros, reitero, porque quando são eles ou a respectiva família a coisa fia mais fino.

Presumo que, dada a quantidade de gente a padecer da mesma maleita que foi enviada para a clínica em causa, a conta a pagar pelo SNS seja para lá de astronómica. No entanto – apesar de não ter lá ido confirmar – tenho a certeza absoluta que o serviço no hospital público continua repleto. É o que dá as pessoas viverem mais anos e a cada dia existirem mais tratamentos para mais doenças. Uma maçada, isso. Nomeadamente para os que acham que deve funcionar tudo como funcionava há quarenta e cinco anos.