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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

A resiliência da alface

Kruzes Kanhoto, 31.07.23

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Diz que uma alface demora vinte anos a decompor-se. No meu frigorífico não costumam aguentar tanto. Nomeadamente as que se compram nos supermercados. Essas, ao fim de dois ou três dias estão capazes de ir para o lixo onde, ao que garantem os entendidos em questões ambientais, resistem estoicamente durante duas décadas.

Longe de mim pretender contrariar as criaturas que queimaram as pestanas a estudar estas coisas. Ainda assim permito-me duvidar da resiliência da alface. No meu compostor ao fim de seis meses estão transformadas em fertilizante. Mesmo que em aterro as condições para a deterioração dos vegetais sejam outras, a diferença temporal parece demasiado exagerada. A ser assim é de equacionar a possibilidade de passarmos a guardar as alfaces no balde do lixo. Poupa-se na electricidade, ganha-se no período de vida dos alimentos e o ambiente agradece.

Estas teorias costumam aparecer sempre que no horizonte está a criação de mais um tributo verde. O pessoal aceita e acredita que, pagando, está a contribuir para salvar o planeta. Deve estar a resultar. Tantos impostos, taxas e taxinhas depois - tudo do mais verdinho que há – estamos a ter um Verão absolutamente normal em termos climatéricos. À noite até tem estado fresquinho.

O direito à mesada colonial

Kruzes Kanhoto, 30.07.23

Não tem mal nenhum que grupos de patetas se reúnam para reivindicar coisas. Mesmo que essas reivindicações apenas façam sentido para eles e que, na maioria das circunstâncias, não resultem de acontecimentos ou problemas reais, mas apenas de vozes que ecoam nas respectivas cabeças.

Num manifesto conhecido como “Declaração do Porto” um desses grupos reivindica a alteração do hino nacional. Não gostam da letra, argumentam. Estão no seu direito. Eu, por acaso, também não gosto. Aquela parte de marchar contra os canhões parece-me um claro incentivo à carnificina sem que daí se vislumbre qualquer vantagem para a nação.

Outra exigência é a isenção de propinas para alunos provenientes dos países e territórios colonizados por Portugal. Ou seja, que os contribuintes portugueses paguem, através dos seus impostos os estudos daquele pagode. Apesar de enaltecer a evidente paixão das criaturas pela educação e de apreciar que norteiem a sua vida pela busca da valorização permanente e generalizada das populações daqueles países, desconfio que não estão a ver bem a coisa. É que, se bem me recordo, o colonialismo acabou há quase cinquenta anos. Com estas reivindicações só fazem lembrar aqueles filhos que saem de casa dos pais, para ser independentes, mas que não abdicam da mesada...

Vulnerabilidades e outras habilidades

Kruzes Kanhoto, 28.07.23

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Graças ao fantástico, maravilhoso, brilhante, espectacular e melhor governo de todos os tempos – tirando o da geringonça, vá – os contribuintes portugueses vão pagar “o acesso a consultas e tratamentos médico-veterinários como, entre outros, a identificação, vacinação, desparasitação e esterilização prestados a animais de companhia cujos detentores sejam pessoas em situação de insuficiência económica, em situação de sem abrigo ou pessoas idosas com dificuldades de locomoção”. E, se as autarquias fizerem não sei mais o quê, a alimentação dos bichinhos será também à pala. Felizmente a Senhora Dona Gata não é uma bicha carenciada. Ou vulnerável, como os idiotas da linguagem alegadamente inclusiva agora dizem. Não terá, graças à sua condição de bichana privilegiada, direito a todas essas mordomias. Vai continuar a comer ossos, restos de peixe e outras iguarias pelas quais nutre uma especial predilecção.

Trata-se, tão-somente, de alargar à bicharada a política assistencialista e de subsídio dependência que já se aplica aos pobrezinhos de duas patas. Estes ainda que ganhando pouco, graças à imensa panóplia de apoios sociais, conseguem obter um rendimento bastante superior aos que ganham ligeiramente mais e aos quais o Estado furta uma parte significativa do produto do seu trabalho. E se esses ditos vulneráveis forem amigos das pessoas certas, então a coisa ainda melhora substancialmente. Dizem, porque eu tirando o que vejo no meu recibo de vencimento nada sei dessas alegadas engenharias caritativas.

O país está a cair aos bocados, mas é nisto que a governação socialista esturra o que nos tira do bolso. Ao contrário do que muitos dizem, os chalupas não são eles. Somos nós, que permitimos este nível de chalupice. Eles apenas estão a tratar da sua perpetuação no poder.

Nacionalize-se tudo. Até a mãezinha que os pariu.

Kruzes Kanhoto, 27.07.23

Longe de mim pretender questionar essa coisa das alterações climáticas. Era o que mais faltava ousar pôr em causa as opiniões especializadas dos especialistas especializados na especialidade. Ainda assim tenho o direito – inalienável, convém reforçar – a desconfiar que o combate às tais alterações está a servir de pretexto para aumentar impostos e taxar tudo o que até agora achávamos ter direito.

No Público de hoje – um pântano onde a intelectualidade gosta de chafurdar na sua autoproclamada superioridade moral – há quem sugira que “Portugal deve avaliar se águas subterrâneas devem ser pagas”. Ou seja, criar mais uma taxa para quem usa a água do poço para, por exemplo, regar os tomates. Do ponto de vista de um urbanita, nomeadamente daqueles esquerdalhos que acham que tudo pertence ao Estado e permanentemente suspiram por mais e mais impostos para os outros pagarem, deve ser uma coisa do mais lógico que há. Aquilo é gente que acredita que tudo o que comemos nasce por geração espontânea nas prateleiras dos supermercados e que o custo que daí adviria não teria nenhuma repercussão no acesso da população aos alimentos. É, ao ler coisas destas, que sinto uma imensa saudade do tempo em que os animais não escreviam.

Por mim, faz-me uma certa confusão a ideia de, eventualmente, ter de pagar a água que nasce no meu poço ao Estado.Aliás já acontece, ainda que vagamente, o mesmo com a produção de energia solar e eólica. Ou seja, o Sol, o vento e a água são do Estado? O que se segue? O ar que respiramos? Se calhar sim, já que ao respirar estamos a usar um recurso que, tal como a água, não é nosso. Faz sentido. Ou não fosse isto a quinta onde os porcos triunfaram.

Os tomates da crise

Kruzes Kanhoto, 26.07.23

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Reconheço que isto de expor publicamente os meus tomates pode não ser a melhor ideia que já tive. Nunca se sabe se alguém fica com inveja e se quer apropriar dos ditos. O que, convenhamos, seria profundamente desagradável, pois tê-los assim dá muito trabalho. No entanto, de tão jeitosos que são merecem ser admirados em todo o seu esplendor.

Não são os primeiros do ano. Nem, tão-pouco, os maiores. O destaque é merecido apenas pela quantidade. Afinal é o primeiro dia em que a colheita foi no plural.

A ganância, o aroma e o exemplo que jamais seguiremos

Kruzes Kanhoto, 23.07.23

1 – De acordo com a imprensa o lucro da Caixa Geral de Depósitos subiu vinte cinco por cento face ao obtido no primeiro semestre do ano anterior. O banco público, ao serviço dos portugueses e que jamais poderá ser privatizado para permitir ao Estado regular o mercado, apresenta lucros superiores a seiscentos milhões de euros em resultado, nomeadamente, da subida das taxas de juros. É a isto que chamamos lucros gananciosos da banca em resultado da exploração dos clientes pelos filhos da puta dos banqueiros, não é?

2 – No “Público” – um esgoto a céu aberto onde desaguam todas as ideias de merda – uma chalupa qualquer disserta acerca do “aroma neocolonial” que emana do apelido escolhido para a selecção nacional de futebol feminino. Coitada, nem vou gozar que aquilo pode ser doença. É por causa de meninas como esta escriba que todos os anos compro o pirilampo mágico.

3 – Diz que uma cidade francesa vai fazer análises à saliva e criar um passaporte animal que permitirá identificar os cães. A finalidade é descobrir a que animais pertence a merda espalhada pelos passeios e, assim, multar os donos. Excelente ideia, esta. Ao contrário do que acontece por cá, onde nem sequer fazem um esforço para ter todos os canitos devidamente registados. Não devem ter tempo. No âmbito da bicharada andam muito ocupados com parques caninos e outras chalupices.

Como é que ficou aquilo do PCP com a Segurança Social?

Kruzes Kanhoto, 20.07.23

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1 - Muito bem o governo com essa ideia de arrendar casas para subarrendar a preços que as pessoas possam pagar. Excelente, reitero. Só não percebo por que raio não aplicam a medida a tudo o resto. Para combater a inflação comprava os bens alimentares e depois vendia-os substancialmente mais baratos aos consumidores. Por exemplo, o Estado adquiria toda a produção do gajo das alfaces e de seguida vendia-as a um preço significativamente mais em conta. Isso é era!

2 – Entretanto em Espanha, na campanha eleitoral, a esquerda preocupa-se com coisas realmente importantes. Minorias, feminismo, machismo, extrema-direita no poder ou herança universal garantida. O cidadão comum, essa espécie esquisita e que urge extinguir, que pague e não bufe.

3 – Cenas que possam comprometer o PCP nunca suscitam grande curiosidade à comunicação social. É isso e os “Panamá papers”, que alguns garantiram que iam divulgar publicamente...

Activistas fofinhos

Kruzes Kanhoto, 18.07.23

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1 – As redes sociais são as paredes das casas de banho públicas dos tempos modernos. Mensagens destas são “aos molhos”. Esta não constitui nenhum perigo, nem pode ser encarada como discurso de ódio, pois não? Qualquer “cantante”, ainda que por outras palavras, dirá mais ou menos o mesmo...

2 - A exposição evocativa dos cinquenta anos do “Expresso”, a que ainda um dia destes aqui fiz referencia, foi toda grafitada. Um deplorável acto de vandalismo, lamenta-se o jornal em questão. Ai agora já não é activismo? Olha-me estes...

3 – Na sequência de uma espécie de geringonça à espanhola, a extrema-direita vai fazer parte do governo da Extremadura. Deverei preocupar-me quando for a Badajoz? Talvez não, que isso é assunto dos espanhóis. O que me inquieta mais é o lado de cá. Nomeadamente se eles começarem a apertar com aqueles indivíduos, cuja etnia não podemos mencionar, que vivem entre cá e lá usufruindo das maravilhas do Estado social...

Decidam-se, porra!

Kruzes Kanhoto, 16.07.23

Um destes dias houve quem se indignasse por causa de uma caricatura do primeiro-ministro, exibida nas manifestações de professores. Chegou-se ao ponto do próprio, na falta de melhores argumentos, considerar aquilo um acto racista. Para outros, oportunisticamente mais tolerantes, tratou-se apenas do exercício da liberdade de expressão.

Na semana que passou voltámos ao mesmo. Desta vez por causa de um cartoon, exibido na RTP, em que a pontaria de um policia melhora significativamente à medida que a cor do alvo vai escurecendo. Aqui d’el que estão a faltar ao respeito aos policias e mais não sei quê, reclamaram os que no caso anterior defendiam estarmos perante a liberdade de criação do artista e a liberdade de expressão de quem se manifestava. Por sua vez os que acharam ofensiva e que reprovaram a caricatura do Costa, dizem agora que não senhor, o cartoon não é ofensivo coisa nenhuma e, mais, até acham muito bem que os policias se sintam ofendidos que é para ver se deixam de ser racistas.

É nestas ocasiões que me apetece partir para a violência. Assim tipo estrafegar alguém, ou isso. Não é que a opinião destes sabujos me importe. A irritação que me provoca deriva apenas de uma parte deles integrarem a trupe que nos governa e de todos esses incoerentes terem direito a votar. Tirando isso têm, como é óbvio, toda a liberdade de serem idiotas.

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 15.07.23

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Na agricultura da crise, nesta época do ano, todos os dias se colhe qualquer coisa. Esta semana foi colhido o primeiro pimentão. O primeiro de muitos, espero, porque ao contrário de anos anteriores as plantas estão com bom aspecto. Quanto aos pepinos... Ando a tentar testar se assustam mesmo os gatos ou se aquilo é apenas uma cena para divertir o pagode que gosta de assistir aos vídeos de gatinhos que proliferam na Internet. No entanto a Senhora Dona Gata não me dá hipótese. É que nem me deixa aproximar para lhe deixar o pepino por perto. Está sempre atenta a todas movimentações e mesmo a comer não baixa a guarda. Mas calculo que não se assuste, até porque está habituada a vê-los no quintal. Isso deve ser coisa dos gatos maricas da cidade.

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