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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Que se lixem as eleições brasileiras.

Kruzes Kanhoto, 31.10.22

Desconheço se, quando há eleições em Portugal, no Brasil também se verifica um frenesim semelhante aquele em que têm andado as televisões portuguesas relativamente ao sufrágio presidencial brasileiro. Provavelmente não. E fazem eles muitíssimo bem. Reconheço que não é todos os dias que dois patifes, que conseguem reunir o que de pior existe na política, se degladiam pelo poleiro. Mas, convenhamos, mas não era preciso tanto chinfrim. Até porque, tirando os brasileiros que vivem cá e meia dúzia de patetas extremistas de um e de outro lado, a ninguém importa qual dos dois malandros ganha aquilo. A diferença entre eles é a mesma que existe entre a merda de cão e a merda de gato. Saber isso já é informação mais do que suficiente.

Desconfio que estou a ficar com um calo no polegar de tanto mudar de canal à procura de um que não fale desses merdosos. Tem estado difícil. Valha-nos, a espaços, a CMTV e o Porto Canal. Corrupção, ladroagem e manigâncias de toda a ordem prefiro as nossas.

Uma questão - ou duas, vá - de regulação.

Kruzes Kanhoto, 30.10.22

Pergunta-nos, na sua primeira página, um pasquim da capital se sabemos “o que é um assexual, assexual fluido demissexual, alossexual, greyssexual e arromantismo”. Confesso a minha ignorância perante este conjunto de tão inquietantes questões. Não sei nem, a bem-dizer, quero saber. Se, por qualquer acesso súbito de inexplicável curiosidade acerca do assunto, fosse procurar a resposta quando acabasse de me informar já existiriam mais três dúzias de novos conceitos inventados por estes malucos de tendências esquisitas. Possivelmente não serão mais do que dois ou três por cada cem mil habitantes mas, apesar disso, gozam de uma visibilidade mediática inusitada.

Noutro jornal pode ler-se um título que – a ser verdade – é, esse sim, deveras preocupante. Escreve o “Diário de Noticias”, a propósito da semana de quatro dias, que o “governo avalia onde e como será usado o tempo livre”. Espero que se trate de uma ironia tão fina que me tenha escapado. Não estou a ver que avaliação tem o governo a fazer quanto à forma como os portugueses usam, agora ou no futuro, o seu tempo livre. Era o que mais faltava. Embora isto - reitero, a ver verdade - vindo do governo de um partido que integra inúmeras criaturas com indisfarçáveis simpatias comunistas, já nem constitua motivo para grande admiração. Deve ser para agradar aos que reclamam uma maior intervenção estatal na regulação do mercado de trabalho. O PS vai fazer-lhes a vontade começando por regular o mercado de descanso.

Isto é que é gozar com quem trabalha

Kruzes Kanhoto, 28.10.22

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O descaramento e a falta de vergonha desta gentinha que, dentro das cidades, insiste em ter um cão enclausurado entre quatro paredes já pouco me surpreendem. O imbecil que fez uma obra destas – refiro-me ao dono, obviamente – merecia levar com um gato morto pelas trombas até o bichano gritar “Benfica”. Permitir que o animal cague  - e, pior, não recolher a merda – num local onde pessoas normais têm de trabalhar na manhã seguinte é coisa que só ocorre a um verdadeiro javardo. Temos por cá muitos, pelo que se vê.

E os lucros excessivos das alfaces?!

Kruzes Kanhoto, 27.10.22

Os portugueses adoram impostos. Nomeadamente os que são pagos pelos outros, porque daqueles que lhes compete pagar tentam fugir o mais que podem. E, quanto a esta última parte, fazem muito bem. Mas, reitero, não havia necessidade de terem uma especial fixação pelos impostos que, acham eles, não se lhes aplicam.
Vem isto a propósito do tão reclamado imposto sobre os lucros excessivos. Ou o grande capital, como gosta de dizer um pequeno partido. O Costa, antes pouco favorável a estas medidas, resolveu finalmente fazer a vontade aos que exigem – e são muitos – esta nova tributação. Indo, até, ainda mais longe ao alargar o campo de aplicação ao comércio. Por mim, como já escrevi noutra ocasião, nem me parece mal de todo. Só discordo por causa daquela parte em que vou ser eu a pagar. É que, como é óbvio, lá vão os merceeiros e os gajos que vendem hortaliça no mercado reflectir também esse custo nos preços. Ah, espera, isso só se aplica às grandes superfícies. O gajo que aumenta vinte cinco por cento as alfaces de uma semana para a outra pode continuar a especular à vontade que não paga mais imposto por causa desse lucro inesperado. Nem por outra coisa, que impostos não é cena que lhes assista.

Passagem estreita

Kruzes Kanhoto, 22.10.22

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Quando, vai para quatro ou cinco anos, foi concluída a requalificação desta zona, o espaço destinado aos peões - bem visível dado o pavimento ser diferente da faixa de rodagem – estava delimitado por pilaretes com cerca de cinquenta centímetros de altura. A natural destreza dos automobilistas tugas foi-se encarregando de os derrubar. Foram tombando um após outro até desaparecerem todos. Nenhum, como se vê, foi reposto. Os especialistas especializados nesta especialidade devem achar que não são precisos. Provavelmente por não passarem lá. Nem vou argumentar, como já vi escrito, que constitui um perigo circular por ali com um carrinho de bebé, que isso das criancinhas não importa nada. Chato, mas mesmo chato – deveras preocupante, até – é a possibilidade de algum canito, dos muitos que para ali são levados pelos donos a fim de aliviar a tripa, ficar debaixo de um carro. Isso sim, é que seria deplorável. Já eu, que passo naquele sitio várias vezes ao dia, um dia destes levo um retrovisor à frente. Depois quero ver quem paga...

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 20.10.22

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Desconheço o preço da nabiça. Estou, igualmente, longe de imaginar quanto custará o chuchu daqui por uns meses quando esta pequena pimpinela atingir a fase da colheita. É que isto, também na agricultura, os mercados enlouqueceram. Os preços sobem ainda mais rapidamente do que os juros. Daí que comece a olhar para esta coisa da agricultura da crise como um investimento. De risco, é verdade, que os Salgados e outros abutres do grande capital em versão agrícola andam por aí.

Larica

Kruzes Kanhoto, 19.10.22

Parece que essa cena da larica regressou. É uma coisa que vai e vem, pelos vistos. No tempo de Passos Coelho sucediam-se as noticias de pessoas que desmaiavam nos locais mais inusitados por não terem nada para dar ao dente. Depois veio a geringonça e acabou-se a fome. Apesar de continuarem a sucumbir, a culpa era das pessoas. Saíam de casa sem tomar o pequeno-almoço e depois desmaiavam de fraqueza. O problema, que eu bem me lembro, passou até a ser a obesidade.

Agora, que a geringonça se finou e o Partido Socialista parece estar a começar a recuperar algum juízo, temos a fome de volta. O lamento começa a generalizar-se. A vida, antes tão boa, está uma miséria outra vez. O dinheiro não dá para nada. A malta paga os dez créditos, o combustível, as tatuagens, os piercing’s, o tabaco, as unhas de gel, as cervejolas ou outras cenas igualmente essenciais e, vai-se a ver, não sobra nenhum para a comidinha. Uma "desgrácia".

Rio, mas pouco.

Kruzes Kanhoto, 18.10.22

Diz que vem aí uma espécie de “rio atmosférico”. Um fenómeno meteorológico que se caracteriza por chover a cântaros. Até pode ser que sim. Mas, enquanto isso não acontece, prefiro continuar a vaticinar que isto não vai de água. Posso não perceber nada de meteorologia mas, ao menos, sou coerente. Ao contrário dos inúmeros especialistas na especialidade que vaticinavam um inverno sem pluviosidade e que agora nos prometem chuva com fartura. Um rio, até, os brutamontes. Promessas, muito provavelmente.

Quem também parece que meteu água foi um tal César Mourão. Pelo menos a julgar pelas reacções ao programa que realizou em Estremoz e que foi exibido no passado sábado pela SIC. Aquilo, de facto, foi deplorável demais. Mas, ao que dizem, é sempre assim. Por mim, que já assisti a funerais com mais piada, digo apenas que um artola que ignora um bar chamado “Estou no trabalho, amor” e prefere marrar com uma placa de “encerrado para almoço” da loja ao lado está apresentado enquanto humorista. Preocupante, preocupante é que lhe pagam(os) para isto.

Ah e tal, não morde...

Kruzes Kanhoto, 15.10.22

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Este ano já terão sido registados pelas policias cerca de mil e trezentos ataques de cães. Alguns com consequências físicas extremamente graves para as vitimas. No entanto não se tomam medidas, não se punem os donos e, pelo contrário, é cada vez mais mal-visto socialmente denunciar estas coisas. Coitadinhos dos animais, que são tão fofinhos e se atacam alguém é por estava mesmo a pedi-las é a conversa da treta que está na moda. Razão tem o bispo do Porto quando se refere a este estado de demência colectiva em relação, também, à bicharada. Decadência social ainda me parece uma caracterização demasiado suave para tanta estupidez.

O número de ataques, apesar de tudo, só por mera sorte não é muito maior. Veja-se o caso deste rottweiler que se passeia tranquilamente pela cidade. Anda por todo o lado sozinho, sem trela, sem açaimo e sem que ninguém se importe. Não será, admito, agressivo. Até um dia. Depois a culpa há-de ser de alguém. Da vitima, de certeza. Do rol imenso de eventuais responsáveis todos terão uma boa desculpa.

Não é fantástico, caro contribuinte?!

Kruzes Kanhoto, 12.10.22

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Tenho alguma curiosidade –  mesmo muita, confesso – para saber como vai funcionar essa cena da dedução fiscal por andar a pé. Por principio desconfio de tudo o que vem do governo e ainda desconfio muitíssimo mais quando no governo estão os socialistas. Não é que eles sejam todos uns pantomineiros, que não são, a maioria tem é uma relação muito conflituosa com a verdade.

Esta noticia, sem que perceba bem porquê, trouxe-me de volta à memória uma burla muito em voga há uns anos atrás. Era feita através de um anúncio nos jornais onde se proponha um trabalho extremamente rentável, que consistia em enviar circulares pelo correio, à qual se teria acesso a troco de determinada quantia em dinheiro, indispensável para receber o material necessário e as devidas explicações para começar o trabalhinho. Obviamente e como não podia deixar de ser, dias depois o carteiro trazia resposta num envelope onde vinha um pedaço de papel com a frase: “Faça o mesmo”.

No caso desta pretensa dedução o esquema não deve ser muito diferente. Alguém nos dirá que ao andarmos a pé não pagamos IVA nem ISP. Quiçá, até, acrescentando: “Não é fantástico, caro contribuinte”?!

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