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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Terão sido "desperdidos"?

Kruzes Kanhoto, 30.08.22

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O patronato capitalista, malvado e causador de todo o mal, despede trabalhadores quando pretende reduzir a massa salarial. Disso – e bem – nos dá conta a comunicação social, que a malta precisa estar informada acerca das manigâncias que esses patifórios andam por aí a fazer a quem trabalha.

Já o Bloco de Esquerda, mesmo quando vê as suas receitas descerem drasticamente, não despede ninguém. Nada disso. Apenas perde funcionários. O que, como toda a gente sabe, é algo completamente diferente.

E é assim o país, segundo a comunicação social que somos forçados a aturar. Depois ainda há quem se admire de serem cada vez menos os que lêem jornais.

Afinal o tamanho importa...

Kruzes Kanhoto, 29.08.22

O que têm em comum as ratazanas de Lisboa e os javalis no Alentejo? Pouco, certamente. Excepto ambos constituírem uma praga. Na capital, dada a falta de limpeza, aqueles roedores são mais do que muitos e aqui pelo Alentejo os javalis são mais do que as mães. Uns e outros são um perigo para as pessoas, mas em Lisboa exige-se que a Câmara, as juntas de freguesia ou seja lá quem for extermine aquela bicharada. Já nós, os que por aqui moramos, também gostaríamos que fosse quem fosse abatesse um número muito significativo de javalis, mas parece que cometemos um crime quando defendemos isso. Os defensores dos animais, quase todos mulheres urbano-depressivas, chamam-nos tudo menos pai se ousarmos exprimir essa ideia. Desconheço se o que está em causa é o tamanho do bicho, se a região afectada pela praga ou se a saúde e segurança das pessoas de Lisboa importam mais do que as do restante território.

Das ratazanas de Lisboa não se conhecem vitimas. Dos javalis do interior já se contam umas tantas. No entanto as ratazanas são para exterminar e os javalis para preservar. Afinal uns são mesmo mais iguais que outros. Os animais e as pessoas.

Guerra especulativa

Kruzes Kanhoto, 27.08.22

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De que modo a guerra na Ucrânia influencia o preço da alface no mercado de Estremoz? Esta inquietante questão persegue-me desde que, a meio da manhã, o produtor/vendedor habitual de alfaces me garantiu que o aumento de preço em vinte e cinco por cento, face ao sábado passado, daquele vegetal constituía uma das consequências da invasão da Ucrânia. Perante a minha estupefação – justificada por, de uma semana para a outra, nenhum dos componentes do processo produtivo da alface ter aumentado em valores sequer parecidos com aquela percentagem – acabou por me assegurar que os restantes vendedores de alfaces também praticavam aquele preço e que, portanto, ele não era mais parvo que os outros para estar a vender mais barato. Estratégia que revela claramente a existência um fenómeno de concertação de preços. Procedimento muito usual em todos os sectores de actividade, diga-se, sem que as entidades fiscalizadoras se importem muito com isso.

Não vou, obviamente, comparar o drama da guerra com a carestia de vida. São coisas incomparáveis ainda que a segunda seja, nalgumas circunstâncias, consequência da primeira. Mas, tal como os ucranianos, também a nossa carteira está sob ataque. A subida vertiginosa dos preços constitui, em muitos casos, uma manobra especulativa  sustentada pela ganância. Gosto do lucro, aprecio o mercado e não vou pela conversa do camarada Jerónimo e outros malucos que defendem o tabelamento dos preços. Nem mesmo o da alface. Prefiro o principio da livre escolha. Eles escolhem especular e eu escolho plantar as minhas próprias alfaces.

Dia do cão de apartamento

Kruzes Kanhoto, 26.08.22

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Diz que hoje há quem ache que se comemora o dia do cão. Não sabia da alegada efeméride. Nunca tinha lido ou ouvido nada acerca da pretensa comemoração de mais esta idiotice. Conheço é o “dia de cão”. Uma expressão caída em desuso e da qual já poucos conhecem o significado. Ou, então, atribuem-lhe um sentido completamente diferente atendendo à vida regalada que a canzoada leva hoje em dia.

Por mim podem comemorar o que muito bem entenderem. Mas podiam aproveitar a data para fazer alguma coisa de útil. Limpar a merda dos passeios ou desinfectar os postes e as paredes confinantes com a via pública usados como mictórios caninos e que constituem verdadeiros viveiros de pulgas. Mas não aproveitam. De certeza que preferirão praticar outras actividades. Todas muito modernas, civilizadas e reveladoras do seu amor pela bicharada. Até porque, como eles dizem citando o Gandhi, “a grandeza de um país e o seu progresso podem ser medidos pela maneira como trata os seus animais”. Se, ao entrar num prédio, levar com um bafo a cão e ouvir uma sinfonia de uivos constituir um indicador desse desenvolvimento, então, de certeza que estamos no rumo certo quanto a isso do progresso e da grandeza. Ao nível da estupidificação, pelo menos.

O inalienável direito a ser maluco

Kruzes Kanhoto, 23.08.22

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Actualmente cada um identifica-se como muito bem lhe apetece. Há homens que se sentem mulheres, mulheres que se identificam como homens, pessoas que se sentem animais e toda uma panóplia de situações cujo limite é apenas o da imaginação. Todos exigem que as suas escolhas sejam respeitadas e o legislador a todos tem feito a vontade. E, naturalmente, muito bem que isto o que importa é que cada qual se sinta feliz. Se, por exemplo, o meu vizinho me garantir que é um balde de merda e exigir ser tratado como tal, é óbvio que terei todo o gosto em lhe fazer a vontade, que eu cá não sou de desrespeitar ninguém.

Tenho, reitero, o maior respeito por toda esta gente. Eu próprio, confesso, não me sinto identificado com o que insistem em identificar-me. Sinto-me um funcionário público com setenta anos, mas, ao contrário de todos os outros malucos, ninguém me leva a sério. A começar pela Caixa Geral de Aposentações. Para já não falar dos gajos do cartão do cidadão. Por mais que lhes garanta que me sinto um septuagenário, insistem em não reconhecer essa minha condição. Já se fosse para mudar de sexo ai deles que me contrariassem... e depois ainda dizem que não há discriminação. Ai não, que não há.

Barrasquices...

Kruzes Kanhoto, 22.08.22

Uns quantos cidadãos estrangeiros terão ido, propositadamente, de Lisboa a Santarém com o intuito de gozar as delícias decorrentes da utilização de um parque aquático. Uma decisão aceitável, pese a maçada da deslocação. Mais difícil de aceitar é terem decidido que iam usufruir daquilo, incluindo a parte da água, inteiramente vestidos. Situação que, diga-se, começa a ser normal mesmo entre os portugueses. Por cá já ocorreram cenas parecidas. Mas, por maior que seja a compreensão manifestada pelos média ou outros defensores de todas as minorias, ir com a roupa que se traz vestida para dentro de uma piscina é completamente parvo. E próprio de javardos, também. Aquilo, graças aos produtos químicos com que tratam a água, estraga a fatiota toda em menos de um  ápice. Embora isso, obviamente, seja problema deles. O que incomoda os demais utentes é a “barrasquice” associada a esse comportamento. Por muito bonito que seja o multiculturalismo, o respeito pelas regras de higiene e a saúde pública são muito mais. Até porque, em matéria de lavagem de roupa, não consta que as lavandarias tenham uma prática discriminatória.

E as empoderadas do regime, não dizem nada?!

Kruzes Kanhoto, 20.08.22

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Adia e continuará a adiar. À esquerda, sempre com a boca cheia de racismo, xenofobia, direitos e o que mais lhe convém no momento, este assunto importa pouco. Até porque, resolver-se ou pelo menos mitigar o problema, seria menos uma “bandeira” do Chega. O que, como toda a gente sabe, não interessa nada ao PS. Nem, tão-pouco, às inúmeras feminazas que por lá andam. É que isto do feminismo é muito giro, mas apenas quando podemos considerar opressor quem nos dá jeito.

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 19.08.22

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Vá lá perceber-se esta coisa da agricultura. O intenso calor que nos tem andado a chatear – já perdi a conta aos dias com temperaturas acima de quarenta graus – não tem ajudado nada a produção da agricultura da crise. A cebola e os tomates, ainda assim, foram os que melhor se aguentaram. O resto ficou tudo a atirar para o estiolado. Menos as abóboras - nasceram por acaso, ser serem semeadas – e a erva. A esta última não há calor que a incomode. Cresce por todo o lado e medra de dia para dia. Erva daninha, bem entendido, para lamento daquela malta das furgonetas brancas que se agarra a tudo o que pode. E doutra, também.

Não roubarás o saco de plástico alheio

Kruzes Kanhoto, 16.08.22

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Quem nunca roubou um saco de plástico que atire o primeiro impropério. Desde que um ministro do ambiente esparveirado – um tipo que um dia destes queria ser lider do PSD - se lembrou de criar uma taxinha sobre os sacos de plástico, estes praticamente desapareceram das grandes superfícies. Daí que os que ainda se podem usar sem pagar uns cêntimos em beneficio do Estado-ladrão tenham uma procura significativa. Será o caso. Já terão roubado tantos que o comerciante se viu forçado a apelar que não lhe roubem mais. Desconheço se do apelo resultou uma menor actividade furtiva. Se calhar não. É como a taxa. Também não resulta. O que cobram mal dá para pagar ao assessor Figueiredo.

Divagações ao Sol

Kruzes Kanhoto, 11.08.22

Um dos muitos famosos – ou vagamente conhecidos, vá - que por aqui têm segunda, terceira ou quarta habitação perorava um destes dias acerca do estio que se faz sentir por estas bandas. Entre outros considerandos o homem manifestava o seu lamento pela pouca abundância de árvores no espaço urbano. Coisa que, até porque se mete pelos olhos dentro, salta à vista de qualquer um. A menos que se seja vítima de cegueira ou se pertença ao conjunto de políticos que, no último meio século, tem governado o concelho.

Parece, desde que me lembro, que existe por aqui uma estranha aversão às árvores. De todos. A população, auscultada sobre o assunto, opta por um arranjo do Rossio – um dos maiores largos do país - que não contempla, para além de uma pila de dinossauro espetada no meio, uma única árvore num espaço equivalente a dois campos de futebol. Pior, chegou-se mesmo ao ponto de abater árvores em zonas habitacionais só porque os pássaros que nelas se acolhiam cagavam os carros aos moradores e as folhas sujavam os respectivos jardins. Não há inocentes nisto. Nem os políticos, que preferem fazer festas, festarolas e festinhas ou espalhar betão por todo o lado, nem nós os cidadãos que os elegemos e, qual os temerosos das trovoadas, apenas nos lembramos das árvores quando o calor aperta. Estamos bem uns para os outros, portanto.

Quanto ao resto do artigo, não acompanho os demais considerandos que o autor – no caso o senhor José António Saraiva - tece ao longo da sua escrita. Estremoz não era, à época que refere, uma cidade mais pobre do que qualquer outra, nem os seus habitantes trajavam uma indumentária diferente do que eram, na época, os ditames da moda. Nem desconfio de onde é que o cavalheiro em causa tirou esta ideia, mas, se calhar, foi só para encher mais uma linhas. Se receber ao “caracter” qualquer parvoíce dá jeito.

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