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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Deixem o "Kompanheiro" sossegado lá no caixote do lixo da história

Kruzes Kanhoto, 31.07.22

Que os políticos tenham, com inusitada frequência, ideias parvas é coisa a que já estamos habituados. Todos nós, nas nossas vidas, padecemos dessa maleita. A diferença é que quando eu tenho uma ideia parva – e tenho muitas, confesso – tudo o que daí resultar é apenas problema meu. Com as ideias dos políticos não é assim. As consequências, nomeadamente ao nível dos custos, são para todos. E quando escrevo custos estou a pensar não só nos económicos mas, principalmente, noutros.

Isto a propósito da intenção da Câmara de Lisboa erigir uma estátua, busto ou seja lá o que for em homenagem a Vasco Gonçalves. Se a ideia viesse dos comunistas – a muralha de aço daqueles tempos - ainda se percebia. Seria coerente com os princípios absolutamente loucos e inaplicáveis à vida em sociedade que defendem. Tão inaplicáveis que nem eles os conseguem aplicar à sua própria vida. Mas essa intenção provir de gente oriunda de partidos democráticos, que lutaram contra as ideias daquele maluco, constitui algo de absolutamente inexplicável. Ou então, no caso do autarca de Lisboa, será algum resquício de infância ainda por resolver. Mas disso não têm os lisboetas, nem os portugueses em geral, culpa nenhuma. Se for o caso, então que construa um monumento ao “companheiro Vasco” no quintal da casa paterna e não incomode quem gosta da democracia. Que é como quem diz a esmagadora maioria dos portugueses. Por enquanto.

Lucros excessivos...até do Estado!

Kruzes Kanhoto, 27.07.22

Algumas das maiores empresas a operar em Portugal apresentam, nos primeiros seis meses do ano, um lucro no montante de algumas centenas de milhões de euros e isso provoca a ira generalizada. No mesmo período o governo anuncia um excesso de cobrança fiscal, face ao previsto, superior a mil e cem milhões de euros e ninguém parecer ficar chateado. Vá lá perceber-se esta gente.

Por mim – lá está, é a minha mania de ser do contra - gosto do lucro. É um conceito que aprecio. Quando é razoável deve estar sujeito a impostos razoáveis e quando elevado devido a circunstâncias extraordinárias, como é agora o caso, taxado também de forma extraordinária. O mesmo, obviamente, em relação à receita do Estado. Se ela é muito superior à prevista, então é porque está a cobrar impostos em excesso e das duas uma. Ou os baixa ou paga as dividas.

Na boa tradição socialista nada disso ocorrerá. O governo não taxará as empresas com lucros elevados não vão esses empresários ficarem aborrecidos e já não os contratarem quando passarem à condição de ex-governantes. Igualmente não baixarão o IRS ou outro imposto. Nem, menos ainda, amortizarão a divida pública. Pelo contrário. Vão esturrar tudo. Sabem que o povo gosta de circo. Tanto que até escolhe palhaços para o governar.

Mictorium caninus

Kruzes Kanhoto, 26.07.22

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Nesta zona da cidade não existem cães abandonados. Quando muito um ou outro gato, apenas. Mas os bichanos não mijam assim e gente não será, certamente. Daí que não restem grandes dúvidas acerca dos autores desta javardice. São os canitos residentes. Alguns deles conduzidos pelo respectivo dono - ou tutor, como dizem agora – e outros libertados do cativeiro para a mijinha da ordem.

Ninguém, presumo eu, gosta de ter à sua porta, na sua rua ou no seu bairro uma porcaria destas. Por mim, que passo ali todos os dias, atravesso para o outro lado da rua. Espanta-me é que os moradores tolerem algo assim e, pior ainda, que alguns deles até aguardem pacientemente que o seu “patudinho mai’lindo” esvazie a bexiga. Podiam arranjar-lhes um penico, ou assim. Mas não. Preferem incomodar os demais. Acham-se no direito de consporcar o espaço público e fazem-no com toda a impunidade. Esse é que é o mal. Não haver quem lhes passe a respectiva "factura". 

Vou mas é a pé...

Kruzes Kanhoto, 24.07.22

As férias constituem quase sempre um tempo em que as leituras são postas em dia. Foi o que fiz nestes últimos dias. Dado que pouco ou nada sabia acerca do tema, aproveitei para ler umas cenas sobre automóveis eléctricos. Prática que sempre sigo quando me quero informar sobre assuntos em que o meu nível de conhecimento anda perto do zero.

Aquilo é coisa que gera paixões assolapadas e ódios de estimação, especialmente entre os especialistas especializados na especialidade. Os argumentos a favor são, maioritariamente, a defesa do ambiente e a alegada poupança com a sua utilização. Contra, o preço, a autonomia e a pouca durabilidade das baterias. Diz que ao fim de oito anos estão capazes de ir para o lixo e substitui-las, parece, custa tanto como um carro novo.

Mas nem precisava de tanta leitura. Bastou ouvir o tipo que há trinta anos e tal anos me vende automóveis. Garante-me o cavalheiro que com um “eléctrico” acessível à minha carteira – aquele em que deixo no stand o automóvel antigo e as notas no montante da diferença – uma carga da bateria dará para ir a Badajoz e voltar. Se, acrescentou, não vier por aí a conduzir à maluca. O que, obviamente, é motivo mais do que suficiente para obstaculizar aquela opção. Não estou para isso. Já não tenho idade para andar constantemente a meter e a tirar a ficha na tomada.

Não mexam no meu “rodinhas”!!!

Kruzes Kanhoto, 23.07.22

 

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Costa - o primeiro ministro – pode fazer coligações com partidos extremistas e de ideologia totalitária, manter ministros com vocação para a trapalhada, rebentar com o SNS, endividar o país a um nível nunca visto, sufocar-nos com a maior carga fiscal que as gerações actuais já conheceram ou trapacear-nos com as mais variadas promessas. Poucos se importam com isso. E os raros que manifestam alguma preocupação com esta tragédia são rapidamente silenciados pelo imenso clamor que sai em defesa do governante.

O coro de adoradores do socialismo vigente apenas desafina quando em causa está o carrinho. Tem sido assim com o elevado preço dos combustíveis – área onde a “muralha de aço” de defensores da criatura já revela algumas fissuras - e, a julgar pelas reacções, será ainda pior se António Costa continuar a investir contra o automóvel.

Desta vez o homem foi racional e disse o óbvio. As cidades têm de se habituar a viver sem o carro e “o melhor a fazer é estacionar o automóvel”, acrescentou. Para os portugueses foi demais. Não se importam de serem governados por comunistas e outros malucos, não terem médico de família ou atendimento decente nos hospitais também é como o outro e toleram que lhes vão à carteira com o maior descaramento, mas deixar de lado o carrinho é que nem pensar. Se persistir nesta demanda está tramado. Bem pode distribuir subsídios aos fiscalmente pobres, iludir os reformados e a malta do salário mínimo com aumentos ou anunciar pela octingentésima décima segunda vez os milhões do PRR. De nada lhe vai servir de continuar a implicar com “ai Jesus” dos portugueses.

As cebolas da crise

Kruzes Kanhoto, 22.07.22

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Começou a colheita, apressada face às investidas do amigo do alheio, das primeiras cebolas da produção deste ano. Outras se seguirão, caso as medidas de contenção entretanto tomadas evitem os assaltos que tem sido perpetrados à agricultura da crise e, à conta dessa espécie de “reforma agrária”, desapareça o resto.

Que há para escrever acerca de cebolas? Nada, a bem dizer. A não ser que têm boa aparência. Como os agricultores da crise, afinal.

0,5%?! Só? Isso é para meninos!

Kruzes Kanhoto, 21.07.22

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O Banco Central Europeu fez saber que aumentou a taxa de juro em meio por cento e, a julgar pelas primeiras reacções, vem aí o drama, a tragédia, o horror e muito possivelmente o caos, também. Tudo em simultâneo, para piorar as coisas. Só que não. Mesmo não sendo um especialista especializado nesta especialidade parece-se que o problema não é esta subida. Terão sido, isso sim, todo estes longuíssimos anos em que os juros estiveram estranhamente baixos. Baixos em demasia, convenhamos.

Ainda sou do tempo em que os juros do crédito à habitação ultrapassavam os dez ou doze por cento. Nessa altura toda a gente, tal como agora, comprava casa e poucos eram os que não cumpriam com o seu pagamento. Não me vou dar ao trabalho de procurar os dados, mas tenho quase a certeza que o incumprimento seria até bem menor do que actualmente.

Na compra de casa, que é onde se estima que este aumento tenha mais impacto, os compradores nada ganharam por as taxas serem historicamente baixas. Pouparam nos juros, mas precisaram de muito mais capital. O que, para quem paga, não faz grande diferença.

Quem, obviamente, também não ganhou nada foram os depositantes. Nem vão ganhar, mesmo que o BCE continue a subir as taxas. Na sequência deste meu post, um leitor enviou-me o print de um extracto bancário que mostra a remuneração do seu depósito. À primeira nem percebi o valor. Aquilo, além de ridículo, é ofensivo. Evidencia de maneira bem elucidativa quem é que tem estado a ganhar com juros tão baixos. Os que têm depósitos e os que contraem créditos é que não são...

Que as lágrimas lhe sejam amargas...

Kruzes Kanhoto, 19.07.22

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Este ano temos um "ajudante" lá na agricultura da crise. O patife aparece quando não estamos e serve-se do que muito bem lhe apetece. Assim que se note tem manifestado preferência pelas cebolas. Já levou, seguramente, mais de meia-dúzia. Por este andar não sei se chego a colher alguma. Apesar de ainda não estarem devidamente prontas para a colheita já são, pelos vistos, do inteiro agrado do amigo do alheio que frequenta o quintal. Este criminoso, ao contrário dos demais, volta sempre ao local do crime. Rouba uma, ou duas no máximo, de cada vez. Facto que é fácil de constatar por no terreno ficar a marca onde a cebola foi arrancada e, também, por se tratar de um espaço tão pequeno e com tão poucas plantas que qualquer uma que se arranque dá logo para perceber a sua falta.

Não sei, obviamente, quem é o meliante. Tenho as minhas suspeitas, mas não será de admirar se estiver enganado. Aqui há um bom par de anos eram os chuchus que evidenciavam uma estranha tendência para desaparecer. Após montar um intrincado esquema de vigilância – basicamente ficar a espreitar à janela, sem ser visto do exterior – o meu pai apanhou o larápio com a boca na botija. Ou, no caso, a mão no chuchu. Era o carteiro.

É cultura, contribuinte...

Kruzes Kanhoto, 17.07.22

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Não tenho a certeza se a imagem do ministro da cultura, ladeado por uma senhora, junto a um amontoado de tijolos queimados é falsa, se aquilo pretende passar por uma obra de arte ou se foi obtida durante a deslocação do governante a uma zona do país fustigada pelos incêndios. Como gosto sempre de seguir aquela máxima de “não deixar que a verdade estrague uma boa história”, prefiro acreditar que a “chapa” foi obtida numa exposição qualquer e que aquele monte de tijolos calcinados é mesmo apresentado como sendo uma criação artística. É que isto, quando se fala em cultura, já pouca coisa me surpreende. Fazer macacadas como esta é, afinal, tão comum como esturrar o dinheiro dos contribuintes a – dizem eles - cultivar o povo.

Aqui no quintal também temos arte. E da boa, pelo menos em comparação com os tijolos queimados da tal exposição. Lamentavelmente não é criação minha. Os meus dotes artísticos não chegam a tanto. Os responsáveis pela magnifica criação são uns artistas disfarçados de mestres de obras que contratei para umas remodelações cá na maison. Amanhã vou indagá-los acerca do significado de tão magnifica peça. Não é por mim, que isso pouco me interessa, é só para não fazer má figura na vernissage...

Tudólogos

Kruzes Kanhoto, 16.07.22

O calor trouxe de volta os incêndios e, com eles, os especialistas em matagais, fogaréus e afins. Todos têm soluções para resolver este flagelo e poucos hesitam em apontar o dedo aos proprietários dos terrenos, esses patifes gananciosos. A ideia que qualquer sub-urbano tem de um proprietário rural é a de alguém cheio de dinheiro que apenas por velhacaria ou sovinice não cuida dos seus terrenos. Esquecem-se, ou não sabem, que em muitas circunstâncias são pessoas pobres, velhas, ou que não conseguem tirar a rentabilidade necessária para pagar a limpeza anual das propriedades. Sim, surpreendam-se, aquilo é coisa que se tem de fazer todos os anos porque a natureza não está sempre como o urbano-depressivo a vê na televisão ou quando esporadicamente vem à “província”.

Aflige-me que aos especialistas da especialidade, paineleiros televisivos de ocasião e comentadores de rede social, quando debitam as mais variadas e estapafúrdias alarvidades acerca do tema, nunca lhes ocorra que se as suas ideias fossem alguma coisa de jeito existiria uma elevada probabilidade de já terem ocorrido aos espanhóis, franceses, italianos ou gregos. A menos que esses também desconheçam que onde há floresta, muito calor e pessoas existe sempre uma forte hipótese de haver incêndios.

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