Deixem o "Kompanheiro" sossegado lá no caixote do lixo da história
Que os políticos tenham, com inusitada frequência, ideias parvas é coisa a que já estamos habituados. Todos nós, nas nossas vidas, padecemos dessa maleita. A diferença é que quando eu tenho uma ideia parva – e tenho muitas, confesso – tudo o que daí resultar é apenas problema meu. Com as ideias dos políticos não é assim. As consequências, nomeadamente ao nível dos custos, são para todos. E quando escrevo custos estou a pensar não só nos económicos mas, principalmente, noutros.
Isto a propósito da intenção da Câmara de Lisboa erigir uma estátua, busto ou seja lá o que for em homenagem a Vasco Gonçalves. Se a ideia viesse dos comunistas – a muralha de aço daqueles tempos - ainda se percebia. Seria coerente com os princípios absolutamente loucos e inaplicáveis à vida em sociedade que defendem. Tão inaplicáveis que nem eles os conseguem aplicar à sua própria vida. Mas essa intenção provir de gente oriunda de partidos democráticos, que lutaram contra as ideias daquele maluco, constitui algo de absolutamente inexplicável. Ou então, no caso do autarca de Lisboa, será algum resquício de infância ainda por resolver. Mas disso não têm os lisboetas, nem os portugueses em geral, culpa nenhuma. Se for o caso, então que construa um monumento ao “companheiro Vasco” no quintal da casa paterna e não incomode quem gosta da democracia. Que é como quem diz a esmagadora maioria dos portugueses. Por enquanto.