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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Choldra de putinistas

Kruzes Kanhoto, 30.04.22

Ucranianos recebidos em Câmara da CDU por russos pró-Putin”. Sinceramente não vejo, assim de repente, onde está o drama ou motivo para esta escândaleira generalizada que para aí vai. Em Lisboa, na gestão do atual ministro das finanças, não havia também uma intima colaboração com a Rússia? E se, na Câmara de Setúbal, os refugiados tivessem sido recebidos por técnicos portugueses que garantias existiam que os tugas não eram putinistas? Atendendo a que se trata de uma autarquia dominada pelos comunas isso seria mais do que provável.

Convém ainda lembrar que o partido que tem este comportamento esteve ligado ao poder nos últimos quatro anos. Coisa que não incomodou minimamente os portugueses. Pelo contrário, a maioria até gostou. Tal como convém não esquecer que, mesmo não votando neles, quase toda gente  considera que o pcp faz falta à democracia. Daí que Portugal devesse constituir um destino a evitar por aqueles que fogem dos russos. É que, inacreditavelmente para um país que anda sempre a berrar pelos “valores de Abril”, Putin tem neste lugar mal frequentado um imenso rol de admiradores. Gente de quem devemos desconfiar, que aquelas almas são capazes de vender a mãe ao Kremlin.

Alarvidades fiscais

Kruzes Kanhoto, 28.04.22

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O IMI não será o imposto mais estúpido do mundo mas andará lá perto. Depois de construído e vendido não há nenhuma razão plausível para cobrar um imposto sobre um imóvel. Que, como o nome diz, está ali sem se mexer ou causar despesa a ninguém para além do proprietário. Mesmo aquele argumento que o IMI tem como contrapartida os benefícios que os proprietários recebem com obras e serviços que as autarquias proporcionam, não passa de uma falácia. Primeiro porque as receitas dos municípios não podem – salvo as excepções legalmente tipificadas, como os fundos comunitários e os empréstimos – ser consignadas a nenhuma despesa e, segundo, porque as câmaras gastam o dinheiro deste e de outros impostos onde muito bem lhes apetece. Nem sempre, como às vezes sucede lá para o norte, a proporcionar obras ou serviços aos proprietários dos imóveis.
Mas se o IMI é um imposto bastante alarve, outros tributos que têm como destino as autarquias não são menos. Veja-se, por exemplo, a taxa de resíduos sólidos. O objectivo é taxar o lixo, mas o seu valor é calculado em função da água consumida. Ou seja, mesmo quem não deposita um grama de resíduos no contentor, assim que abre uma torneira já está a pagar a tal taxa. O facto de ter um compostor onde produzo o composto para a agricultura da crise não reduz em nada o valor da TRU que pago. Alguém que não recicle e encha o contentor de lixo, se gastar pouca água, pagará muito menos.
Na nossa fiscalidade outros exemplos haverá da alarvidade de quem inventa estas cenas. A culpa também é nossa, que aceitamos pacificamente que nos roubem à descarada. É que, nunca como agora tanta gente gostou de pagar tantos impostos.

Agricultura de 25 de Abril, só hoje!

Kruzes Kanhoto, 25.04.22

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O meu jeito para romancear é praticamente nulo. Daí que, embora nutra um especial apreço pelos acontecimentos que hoje se comemoram, nunca me deu para dizer que o vinte cinco de Abril é isto ou aquilo e representa seja lá o que for. Até porque seria mentira. Aquilo foi um dia como outro qualquer. Diferente apenas por um grupo de militares, com a complacência de todos os restantes, o ter escolhido para acabar com um regime que já chateava toda a gente. As odes que entoam à data não significam nada e servem só para entreter o pagode. O que resultou daquele dia – ainda que nos meses seguintes tenham tentado acabar com ela – foi a democracia. Algo absolutamente normal na parte do mundo em que vivemos.

Ao contrário dos oprimidos e explorados, do proletariado e da classe operária, dos trabalhadores e do povo, não fui celebrar a coisa. Em vez de cravos manuseei outras plantas. Entre colheitas e sementeiras, foi também dia de plantação de tomate e cebola, lá na agricultura da crise. Algo mais útil, convenhamos. Ou não fosse a terra de quem a trabalha e a sopa de tomate - bem como a bela da salada - que daqui possam resultar, uma conquista de Abril.

E que tal fazer contas antes de reivindicar?

Kruzes Kanhoto, 24.04.22

Ninguém pode colocar em causa o papel dos sindicatos. A sua importância é por demais evidente e toda a gente, incluindo os empresários dignos desse nome, reconhece que são essenciais numa sociedade democrática. Já relativamente a alguns sindicalistas – praticamente todos, quase me atrevo a escrever – a sua imprescindibilidade é muito questionável. A sua maioria – se não todos, se calhar – não passam de comissários políticos que estão muito mais preocupados em defender e promover as políticas dos respectivos partidos do que em defender os interesses daqueles que, alegadamente, representam. Pouco admira pois que, nos últimos anos, o número de trabalhadores sindicalizados tenha caído em várias centenas de milhares.

Será, certamente, uma mera coincidência, mas as reivindicações dos sindicatos da CGTP reflectem sempre as propostas apresentadas, uns dias ou umas semanas antes, pelo PCP. Não são capazes de inovar. Ou, se calhar, não têm autorização para isso. Daí que, por exemplo, nunca um sindicato tenha reivindicado a diminuição do IRS. A UGT – onde, no caso, o PCP pouco manda – até admite negociar aumentos de 1,3 por cento para a função pública. Ora não é preciso ser sindicalista, nem um inteligente esquerdista, para saber o que acontece a um vencimento que tenha um aumento dessa grandeza. 

Apesar destes cenários reivindicativos, reitero, os sindicatos continuarão a ser imprescindíveis. As marionetas partidárias disfarçadas de sindicalistas, nem tanto.

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 22.04.22

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Estamos assim pela agricultura da crise. Mais uma colheita de cenas diversas de origem vegetal. Algumas de que nem sou especial apreciador, mas isto, já dizia a minha avó, tem de ser à vontade de todos os intervenientes no processo produtivo. A terra a quem a trabalha, as favas são para quem as come – que não eu – e o quintal não é do povo nem, por enquanto, de Moscovo. A labuta continua!

Coerência ou a vã glória de definhar

Kruzes Kanhoto, 19.04.22

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Há quem, mesmo não sendo comunista, veja no PCP um poço de virtudes. Nomeadamente ao nível da coerência, qualidade que enaltecem com algum enlevo e manifesta admiração. Não me incluo nesse grupo. Onde outros veem virtude eu vejo burrice, teimosia e ideias políticas repugnantes, por já terem dados provas consistentes em todos os lugares onde foram postas em prática, que condenam os povos à desgraça.

Esta coisa da Ucrânia acabou-lhes com essa alegada virtude que será pensar sempre da mesma maneira. Desde sempre que para esta pequena agremiação política tudo é nacionalizável. Tempos houve em que até as tabernas estavam no rol. Hoje depende. Para os comunistas nacionalizar empresas russas é roubo, mas nacionalizar empresas portuguesas – ou com capital estrangeiro – é urgente, necessário e uma cena muito patriótica e de esquerda. Depois ainda há comunistas a queixarem-se que querem acabar com o PCP…não é preciso, o PCP está a tratar disso sozinho.

PS: A terceira imagem tem sido profusamente partilhada em inúmeras páginas de militantes comunistas no Facebook. Pode, admito, não vincular o partido, mas apenas os muitos “camaradas” que a exibem no seu perfil.

Maldito capitalismo...

Kruzes Kanhoto, 15.04.22

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Não aprendemos nada com a outra crise. Aquela crise ainda maior do que a crise crónica em que vivemos e que meteu a vinda da troika para nos safar, mais uma vez, da bancarrota. As consequências foram as que se conhecem, mas nem assim isso nos serviu de lição. Voltámos ao mesmo. Se é que alguma vez abandonámos a prática de fazer uma vida manifestamente acima das nossas possibilidades. O recurso ao crédito de maneira absolutamente desvairada é disso uma evidência.

Nisto não aceito a argumentação de que cada um faz o que entende e ninguém tem nada a ver com isso. Esse argumento só colhe enquanto o endividado não se tornar caloteiro. Coisa que acontece com demasiada frequência. Aí tenho eu e temos todos a ver. Por muitas razões. A maioria delas fáceis de entender sem grande esforço. Até para aqueles idiotas que acham o contrário.

Culpa-se, amiúde, os bancos e as sociedades financeiras pela facilidade com que atribuem crédito para tudo a toda a gente. Verdade. Mas, obviamente, ninguém é obrigado a aceitar. Contudo, por mais que os tentem desculpabilizar, quem quer um crédito sabe muito bem o que está a fazer. Sabe, nomeadamente, que apenas paga se quiser. Faz as continhas todas e facilmente conclui que, pelo menos, os setecentos e cinco euros do SMN ninguém lhos tira da conta. Daí que muitos acabem de pagar os actuais créditos quando tiverem a provecta idade de cento e cinquenta ou duzentos anos. E o contínuo aumento do SMN só contribui para agravar o cenário.

Carestia de vida

Kruzes Kanhoto, 11.04.22

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Uma chatice, isso dos folares. Um aborrecimento, até. É a carestia de vida que está aí outra vez para nos apoquentar. Mas, descansem todos os que têm menos de quarenta anos e nunca tiveram de se governar em tempos de inflação, que nem tudo é mau quando os preços sobem de forma generalizada. Os juros dos depósitos bancários, nessas alturas, também costumam crescer. Ali pelo meio da década de oitenta do século passado rondavam os trinta por cento. Era, então, ver o pessoal todo contente com o crescimento das contas bancárias. Ora hoje, como parece que o dinheiro depositado nos bancos é mais do que nunca, nem quero imaginar a festa que vai ser quando os juros subirem. Fica tudo rico em pouco tempo. Ou, pelo menos, para o folar.

Finalmente uma promessa séria...

Kruzes Kanhoto, 09.04.22

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O futuro é o Estado Social, garantiu o primeiro-ministro no parlamento um destes dias.  Nunca duvidei disso. Com Costa - ou outra encrenca qualquer do actual partido socialista - essa é das poucas certezas que nos restam. Termos um estado social cada vez maior. Ou não estivéssemos nós a caminhar alegre e apressadamente para o último lugar da União Europeia. Algo que, pelos vistos, não incomoda muita gente. Os portugueses gostam assim. A chatice é que o Estado social paga-se. Quando, no futuro próximo, todos ganharmos o SMN e, em consequência disso, uma imensa maioria beneficiar dessa maravilha socialista vamos ver quem é que o vai pagar... Mas, honra lhe seja feita, o homem não engana ninguém. Promete-nos a pobreza. 

Ter de volta o dinheiro que não pagou...isso é que era!

Kruzes Kanhoto, 05.04.22

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Nem todos podemos ser especialistas da especialidade. Seja ela, a especialidade, qual for. Podemos é admitir que existem especialidades em que não somos especialistas. Mas não. Insistimos em dar a nossa opinião. Mesmo que ninguém esteja interessado em sabê-la. Chama-se a isso liberdade de expressão. Defendê-la-ei sempre. Até porque eu, como sobejamente está demonstrado neste espaço, também adopto essa prática.

O que igualmente defendo é a liberdade - minha e dos outros o fazerem em relação a mim - de manifestar desacordo ou, inclusivamente, zombar das ideias alheias quando estas evidenciam uma manifesta tendência para o disparate. E há quem mereça ser zombado. Quando o assunto são impostos e, modo geral, tudo o que envolve finanças ou dinheiro gerido pelo Estado não faltam opiniões que dão vontade de partir para zombaria. A que a imagem documenta é uma delas. O seu autor, comentando uma publicação onde se escrevia acerca do IRS que os contribuintes vão “receber”, manifesta o seu lamento por quem não paga ficar de fora da “generosidade” do fisco. Conheço o argumento, mas não consigo evitar uma gargalhada sempre que o ouço. Até o meu gato imaginário  - o  Bigodes –  rosna quando ouve tamanha bacorada…

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