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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Não há cá "ses" nem "mas".

Kruzes Kanhoto, 28.02.22

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Tenho seguido, com óbvia inquietação, aquela coisa da invasão da Ucrânia pelas tropas russas. O meu nível de conhecimento de estratégia militar anda próximo do zero mas, ainda assim, parece-me que aquilo está a correr mal para o fascista maluco - passe a repetição - do Putin. Ou, pelo menos, não estará a ser o passeio na avenida que toda a gente perspetivava. Mais cedo do que tarde a tropa russa acabará por impor a sua força mas, a julgar por alguns números que vão sendo divulgados, com um número de baixas absolutamente impensável até há poucas semanas. Mesmo que, descontando a propaganda e a contra-informação, os mortos sejam “apenas” um quinto do que se tem dito e escrito isso constituirá uma tragédia inimaginável para as famílias russas. Uma morte, mais ainda de um jovem, é sempre um drama. Naquelas circunstâncias morrer por coisa nenhuma, numa valeta de uma qualquer estrada ucraniana, para além de dramático não traz honra nem glória a ninguém. Diz, isso sim, muito acerca da honra de quem os mandou para lá. E, já agora, de quem o apoia. Lá e cá.

Já podemos afirmar que o pcp não faz cá falta nenhuma?

Kruzes Kanhoto, 25.02.22

Será extremamente preocupante se a posição do partido comunista acerca da questão ucraniana não conduzir ao seu isolamento social e político. Perante a inenarrável atitude - ainda que, pelo menos para mim, nada surpreendente - daquele conjunto de imbecis, não vejo que outra alternativa reste às forças políticas democráticas, aos sindicatos, à comunicação social, à sociedade em geral e a cada português com o mínimo de decência.

Talvez seja esta a hora de fazer o tal cordão sanitário. Se, até posso concordar, é necessário isolar os adoradores de um assassino morto, muito mais urgente será manter longe do convívio democrático os apoiantes de um criminoso vivo. É, principalmente, nestas alturas que me apetece citar alguém que dizia “Num comunista bate-se sempre. Mesmo que não saibas porque lhe bates ele sabe porque apanha”. E, como dizia sempre a minha avó, só se perdem as que não lhe acertam...

Encontre as diferenças

Kruzes Kanhoto, 24.02.22

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Nos últimos dias tem sido amplamente anunciado que o governo não ia esperar pela aprovação do Orçamento de Estado e ia desde já actualizar as tabelas de retenção na fonte para, num inusitado acesso de generosidade para com os contribuintes, colocar mais dinheiro no bolso dos portugueses. Ou, por outras palavras, atenuar o assalto que mensalmente faz ao ordenado de quem trabalha. Não faltaram as costumeiras simulações dos habituais especialistas da especialidade. Que sim senhor, a generalidade dos trabalhadores passaria a ter uma menor retenção e aquilo era coisa para aumentar o rendimento liquido ao pagode aproximando assim, garantiam, o desconto mensal do apuramento anual do IRS. Só que não. As ditas tabelas foram publicadas ontem e as diferenças são microscópicas. Ainda que, numa situação meramente marginal, um ou outro contribuinte veja o montante do roubo diminuído, a generalidade continua a ser roubada em valores exactamente iguais ao que já acontece Janeiro. Se os socialistas fossem tão bons a governar como a fazer propaganda seriamos o melhor país do mundo!

 

O Putin é facho, camaradas!

Kruzes Kanhoto, 21.02.22

Não compro a narrativa fofinha de que o PCP teve um resultado desastroso porque parte significativa dos seus eleitores, com medo da extrema-direita ou de outro papão qualquer, terão optado por votar PS. Até podia ser verdade. Quem acredita que o comunismo funciona, também acreditará facilmente que um partido que já levou o país três vezes à bancarrota não levará uma quarta. Mas, apesar disso, de forma nenhuma acredito que o eleitorado comunista se tenha deslocado para o PS. A votação no PCP caiu agora e cairá no futuro, tal como tem vindo sucessivamente a cair, porque o seu eleitorado está a bater a bota. É a vida. Ou melhor, é a morte.
Embora, convenhamos, isso não justifique tudo. Outra parte é explicada pela votação no Chega. Particularmente no Alentejo. Basta olhar para os números. Por mais que os torturem eles não mentem. Para aqueles a quem esta tese suscite alguma reserva recomendo a leitura dos “murais” “Facebookianos” dos comunistas vossos conhecidos. Constatarão, nomeadamente em relação a esta cena com a Ucrânia mas podia ser relativamente a outra coisa qualquer, a admiração que nutrem pelo Putin. Um facho que serve de inspiração à extrema-direita europeia e que encarna valores que, quase todos, repudiamos. Incluindo, ainda que apenas para consumo interno, os orfãos da União Soviética.

Foste tu, Putin?

Kruzes Kanhoto, 18.02.22

Diz que o serviço multibanco está inoperacional em, pelo menos, parte significativa do país. O drama, o horror, a tragédia e até, quiçá, o caos estão instalados. Quem não tiver o dinheirito debaixo do colchão está feito ao bife. O que é, obviamente, uma maneira de falar. Bife, a menos que o tenham no frigorífico é cena que hoje não apanham.
Mas, por outro lado, aguardo com ansiedade manifestações de jubilo se, com será provável, este apagão do sistema de pagamentos se dever a actividades no âmbito do cibercrime. A malta gosta do pessoal que se dedica à invasão de computadores alheios. Acham-os uns heróis e isso. Fazem bem. As compras no Continente podem esperar. Por mim não me ralo. Nunca liguei muito aos conselhos do meu ortopedista.

Oh, valha-me Eu...

Kruzes Kanhoto, 15.02.22

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Afinal salários baixos, muito por força da alta fiscalidade que incide sobre o trabalho, não constituiem, ou pelo menos não deviam constituir, motivo para os jovens – nem, já agora, os menos jovens – procurarem melhor vida no estrangeiro. É que por cá, imagine-se, os desempregados não pagam IRS. Estão isentos. É, convenhamos, uma vantagem que os candidatos a emigrar não estão a aproveitar devidamente. Não vale a pena ir embora e ser explorado pelo grande capital, quando podem muito bem ficar na santa terrinha. Não trabalham, provavelmente ao fim de algum tempo ficam sem subsidio de desemprego, mas têm a inegável vantagem de não pagar IRS. Não é bom? Se acham o contrário são uns mal-agradecidos. E uns fachos, se calhar.

Perdoai-lhes, Senhor...

Kruzes Kanhoto, 13.02.22

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Que os impostos sobre os combustíveis são muito altos é um facto incontornável. Não há como negá-lo. Bom, a bem dizer até há. Ainda existe um ou outro indigente mental a achar o contrário e a explanar teorias que, acham eles, confirmam a sua opinião. Mas, tirando isso, a indignação é mais que muita e é evidenciada por toda a gente a toda a hora, pelos mais diversos meios e amplificada pela comunicação social que, em relação a esse imposto e apenas a esse, tomou o partido dos contribuintes.

Ora, obviamente partilhando do incomodo que essa carga fiscal provoca, não posso deixar de estranhar que outros impostos não causem idêntica indignação. O IRS, por exemplo. É pior, muito pior, e poucos se importam. Rouba-nos uma parte brutal do vencimento sem que o possamos evitar - ao contrário do ISP e restante tributação sobre os combustíveis, pois podemos sempre andar a pé – e poucos evidenciam o mesmo nível de irritação. Pior. Não falta gente a considerar que, bem vistas as coisas, nem se paga assim tanto. Com esses tontinhos já me cansei de discutir. Se fosse crente pediria ao “Senhor” para os perdoar, pois não sabem o que dizem. Assim, digo como o outro. Continuem a votar PS. É mais ou menos a mesma coisa, só que mais inclusivo.

Cavem para a vossa terra, pá!

Kruzes Kanhoto, 10.02.22

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Ainda me lembro do tempo em que o problema era o turismo e os turistas. Eram aos montes, resmas deles, em todo o lado. Aquilo era uma chusma de gente que só contribuía para descaracterizar as nossas cidades e - não faltava quem garantisse - não gerava grande riqueza. Apenas meia-dúzia de empregos mal pagos, condescendiam nos dias em que acordavam bem humorados. Nada que compensasse o transtorno que nos causavam, a nós que já nem podíamos desfrutar dos encantos da nossa terra com o sossego que merecíamos. Assegurava a retórica dominante entre a intelectualidade alarve, passe a redundância.

Mas isso foi noutro tempo. Distante, já. Entrementes, descobriu-se o lítio, como potencial fonte geradora de recursos. Gerou-se, obviamente, o drama, o horror, a tragédia… Não queremos cá disso, berram. Afasta os turistas e não cale praticamente nada em termos económicos, argumentam. Ao contrário daquilo que os meus dois leitores atentos estão a pensar, não estou aqui a apontar nenhuma espécie de contradição. Pelo contrário. Quem usa este argumento está a ser coerente. O que esta gente não é que se crie riqueza. São contra o turismo, o lítio, o sol – vide o que se diz dos painéis solares – e tudo o mais que nos possa tornar um pouco menos pobres e menos subsidio-dependentes.

A seca

Kruzes Kanhoto, 08.02.22

Não comungo das teses negacionistas das alterações climáticas. Elas estão aí, todos as sentimos e não vale a pena andar com argumentos manhosos para contrariar o que é por demais evidente. Apesar disso detesto os auto-proclamados activistas da defesa do ambiente e toda a fauna que, do conforto do seu apartamento numa metrópole qualquer, se arroga no direito de pretender impor o que todos, enquanto indivíduos e enquanto sociedade, devemos fazer para proteger o planeta. Pior e mais detestáveis do que aqueles desgraçados só quem, com poder de decisão, lhes dá ouvidos.

Ainda mais repugnante do que todos eles é a miserável comunicação social que infelizmente temos. Não se cansam de nos mostrar barragens praticamente vazias. Por vezes, até, com uma critica velada às empresas que as usam para produzir energia. Mas nunca, nunca mesmo, ao encerramento demagógico das centrais a carvão que produziam a eletricidade que agora tem de ser gerada por outros meios. A nenhum, entre os que ouvi reportar a tragédia, ocorreu questionar se uma coisa não teria a ver com a outra. Nem, ao menos, inquirir os especialistas da especialidade acerca do que é mais prejudicial para o ambiente, o clima, o planeta e, já agora, para as pessoas. Se as barragens vazias, se as centrais a carvão. Embora essa seja uma questão que nem se coloca aos urbano-depressivos dos média. Para eles a água nasce na torneira e os rios querem-se livres, para a malta brincar aos desportos radicais.

Eles não se enganam...a realidade é que não acerta.

Kruzes Kanhoto, 05.02.22

Os mesmos comentadores que antes garantiam a ausência de maiorias absolutas e perspetivavam uma luta renhida entre o PS e o PSD, têm agora a certeza absoluta quanto aos motivos que levaram os portugueses a dar a maioria a António Costa. Foi, afiançam cheios de convicção, o medo da extrema-direita. De facto, na rua não ouço falar de outra coisa. Anda tudo aterrorizado com isso. Ninguém quer saber dos problemas na saúde, dos salários baixos ou dos impostos altos. Cenas que, obviamente, para os eleitores não passam de minudências, de tão apavorados que estão com a direita mais extrema.

Excepto o país que vive dentro das redações dos órgãos de comunicação social toda a gente, com maior ou menor dificuldade, percebe que o PS ganhou porque quatro milhões de eleitores vivem à conta do Estado e, naturalmente, estão contentes por lhes aumentarem as reformas, os vencimentos ou os apoios sociais. Também não se afigura difícil de perceber que BE e PCP são partidos de protesto – mais o primeiro que o segundo, é certo – e viram parte significativa dos seus votos ir parar ao Chega. A incapacidade de ambos em cativar o eleitorado mais jovem fez o resto. Aquele discurso da defesa das pensões instituídas e dos impostos, era quase um apelo ao voto dos mais novos na IL.

Estes comentadores também ainda não conseguiram aceitar que o resultado das eleições se traduziu numa viragem à direita. A maioria absoluta permite ao PS livrar-se da extrema-esquerda e, finalmente, poder governar de acordo com a sua matriz ideológica. Não será propriamente bom. Mas, seguramente, será menos mau do que até aqui.

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