Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

A Merkel agora é boazinha?!

Kruzes Kanhoto, 24.10.21

 

Comovente a despedida que tem sido feita à Merkel. Hoje praticamente toda a gente elogia a senhora. Até aqueles que, ainda não há assim tanto tempo, apoiavam cartazes tão bonitos como estes.

Isto de um gajo se esquecer das coisas não é maleita que afecta apenas o Salgado. Políticos, comunicação social, comentadores, malta que manda postas de pescada nos blogues ou no Facebook e o povo em geral padecem do mesmo mal. Ou, se não perderam a memória, perderam a vergonha.

Ao que se sabe a governante alemã não alterou as suas opções políticas. Tanto quanto é público não mudou de partido e continua a defender o mesmo rumo para o seu país e para a Europa. Daí que esta mudança radical de opinião em relação à personagem se afigure absolutamente ridícula. Tanta adoração virá, presumo, da sua decisão de abrir as fronteiras alemãs aos refugiados. Independentemente da bondade - ou não - de tal decisão, julga-la apenas por isso, para além de ridículo, evidencia bem a inteligência de quem o faz.

Os diabretes esquerdalhos do nosso contentamento

Kruzes Kanhoto, 22.10.21

O governo tem andado numa roda viva para aprovar o orçamento. PCP, BE e PAN pedem e o Costa dá. Mais ou menos como aqueles putos irritantes a quem se dá a mão e os pirralhos querem tudo até ao ombro, assim são aqueles três pequenos partidos extremistas.

O pessoal, aparentemente, está a gostar. Não surpreende. É sempre assim o caminho para o socialismo. Mais tarde, quando chegar a conta, o saco de pancada – criminoso da pior espécie – será o “Passos” que na altura estiver do poder.

As medidas no sector laboral propostas por PCP e BE – excelentes do ponto de vista de quem tem emprego – fazem-me lembrar os tempos do PREC. Por essa altura eram os sindicatos que iam às herdades e impunham aos respectivos donos a contratação do número de trabalhadores que muito bem lhes dava na real gana. Mesmo que não fizessem falta nenhuma ou nem sequer houvesse qualquer trabalho para realizar, o agricultor, que até nem precisava de ser muito abastado, tinha de os aceitar e pagar o ordenado. Talvez num dos próximos orçamentos se lembrem de algo assim para combater o desemprego, integrar migrantes ou só por que sim. Isto, claro, se entretanto o diabo não aparecer por aí...

Mas afinal somos ou não amiguinhos do ambiente?

Kruzes Kanhoto, 21.10.21

1634852713595.jpg

Não percebo tanto alarido à volta dos preços dos combustíveis. Nem, menos ainda, a admiração que a carestia dos ditos está a provocar. Tudo isto era de esperar. Pior – ou melhor, dependendo do ponto de vista – não vai ficar por aqui. Os combustíveis e tudo o resto. É que esta coisa de salvar o planeta custa dinheiro. Muito. E isto, reitero, é apenas o principio. Um destes dias o mesmo se passará com a alimentação. A taxação e as restrições à produção de alimentos alegadamente causadores de danos ao ambiente – que é como quem diz, aqueles que os pseudo-ambientalistas da treta não consomem – farão o resto.

Mas, escrevia eu, causa-me algum espanto a indignação que por aí ouço relativamente ao preço do gasóleo e da gasolina. A julgar pela minha vizinhança não deve fazer grande diferença. Poucos, para além de mim, são os que percorrem a pé os setecentos metros que nos separam do centro da cidade. Das duas uma. Ou ambas, vá. Ou não está assim tão cara ou aquilo é malta que gosta de pagar impostos. Podia acrescentar uma terceira, que seria não se preocuparem com o ambiente. Mas não. Até porque essa aplica-se mais a mim, o gajo que desdenha de ambientalistas e das causas ambientais.

Fake coima

Kruzes Kanhoto, 20.10.21

IMG_20211013_102858.jpg

Isto do “pesado” é um conceito muito relativo. Mesmo no âmbito da coima. Depende de quem paga. Cem euros para mim seria pesadíssima. Coisa, até, para me tirar o sono durante umas semanas. Para gente endinheirada, os mesmos cem euros, não passariam de uns trocos e tal penalidade não constituiria inquietação de maior.

Deve ser por isso e, também, pelo medo de desagradar aos eleitores que a generalidade das autarquias não aplicam coimas a ninguém. Muito menos das pesadas. A uns, coitados, ainda os atirava para a ruína financeira e a outros não aquecia nem arrefecia. Daí que, farto de ver lixo à porta, haja quem recorra a estas ameaças na tentativa de desmotivar os potenciais prevaricadores. Aparentemente resulta. Ainda que, para dar credibilidade à coisa, falte o brasão da Freguesia ou do Município. Fica a intenção. Boa, no caso.

Altos, louros...e pobres!

Kruzes Kanhoto, 17.10.21

Cresci a ouvir citar a Suécia como um exemplo. Nomeadamente no que toca às condições de vida que proporcionava aos seus cidadãos. Ainda hoje muitos garantem que assim continua a ser. Mas, se calhar, essa conclusão é capaz se revelar manifestamente exagerada. Ou, como diz a camaradagem sempre que a conversa não lhes agrada, isso não é bem assim. Tanto que alguns habitantes daquele país escandinavo demandam Portugal – e até o Alentejo, uma zona pobre e onde o emprego escasseia – para se instalarem e obterem aquilo que a sua pátria não lhe dá. Sim que, por norma, são essas as principais causas que levam alguém a procurar uma vida melhor, para si e para os seus, noutro país.

Por mim, estou cansado de me repetir, toda esta gente é bem-vinda. Somos poucos, velhos e, muitos de nós, com pouca vontade de trabalhar. Precisamos desesperadamente de sangue novo. De quem trabalhe, financie a segurança social e, em suma, garanta o futuro do nosso Estado-social. Daí que me pareça muito mal que os corramos a chumbo, como fez aquele fulano ali para a Póvoa de São Miguel. Um crime de ódio racial contra uns suecos, ao que dizem as noticias. Vão ver o gajo não gosta de ter ao pé da porta pessoas altas e louras, com muitos filhos e cheias de ganas para vergar a mola. Manias.

Aquilo do holodomor foi apenas larica...

Kruzes Kanhoto, 11.10.21

Captura de ecrã de 2021-10-10 15-59-53.png

Dizer que o capitalismo mata à fome vinte cinco mil pessoas por dia enquanto se nega a mortandade, agora e em diversas fases da história da humanidade, provocada pela falta de alimentos em diversos regimes comunistas, não tem importância de maior. Cada um, baseado em teorias mais ou menos rebuscadas construidas por si ou por outros da mesma súcia, diz o que quer e sobra-lhe tempo para mais. Por mim, limito-me a olha-los com pena e a desejar-lhes as melhoras. Preocupante é quando afirmações destas vêm de gente que se senta na mesa onde se discute o destino do país. Quem é como quem diz, o nosso. Afinal, ao contrário do que para os nossos antepassados era um dado adquirido, agora as vozes de burro chegam ao céu.

Praga de moralistas fiscais

Kruzes Kanhoto, 10.10.21

Aquela cena dos “Pandora papers” e offshores em geral tem suscitado uma animada discussão. Seja na Internet ou fora dela. É sem surpresa que constato a existência de um inusitado número de especialistas na especialidade a debitar os mais deliciosos bitaites como se fossem verdades absolutamente indesmentíveis. Como aquele conceito extraordinário que – confesso a minha ignorância - me era completamente desconhecido e que envolve uma “obrigação moral de pagar impostos”. Deixemo-nos de tretas. Pagamos porque, tal como o nome indica, isso nos é imposto. Claro que os impostos são inevitáveis, mas quando os ditos ultrapassam o limite do razoável a obrigação moral será, quando muito, a de resistir ao seu pagamento. 

Admito que gosto de ouvir os moralistas de serviço acerca deste assunto. Nomeadamente alguns cá da terra. É ver as suas redes sociais ou ouvi-los por onde calha a barafustar contra esses malandros que tratam de colocar o seu dinheiro fora do alcance das garras do fisco. Atitude que condenam veementemente, como é óbvio. Claro que eles não são desses. É malta detentora de um elevado espírito patriótico e de uma moralidade a toda a prova. Especialmente no âmbito da fiscalidade. Só abrem uma excepção para ir ali a Badajoz comprar botijas de gás, abastecer o carro ou adquirir uma fatiota nova no “El Faro”...

Quê...

Kruzes Kanhoto, 06.10.21

Captura de ecrã de 2021-10-06 21-25-40.png

Não acredito! Pode lá ser! Vão ver é como diz o outro: “Isso não é bem assim...” Então o Estado, ainda mais nos últimos anos em que é governado à esquerda, ia lá fazer uma coisa dessas?! Tal como não o faria nenhuma daquelas autarquias onde este figurão tem uns “investimentos”. Decerto nenhum autarca terá tido o topete de conceder benefícios fiscais, ou criar as condições objectivas, subjectivas ou outras para o sujeito beneficiar de isenções no âmbito do IMI, IMT ou seja do que for. Se não o fazem para o IRS do comum dos cidadãos iam lá fazer para este gajo?! Mas tá tudo parvo ou o quê?! Podemos não gostar deles, mas temos de confiar na coerência e no sentido de justiça - e também do ridiculo, já agora - dos nossos politicos.

T'arrenego, satanás! Vade retro, cenário macro-económico!

Kruzes Kanhoto, 05.10.21

Afinal, contra todas as expectativas e ao contrário do que reiteradamente nos têm tentado convencer, o diabo continua a andar por aí. Agora, ao que parece, anda disfarçado de cenário macro-económico, ou não fosse o mafarrico um especialista na arte da dissimulação. É por causa dele, do belzebu, que este ano não há aumento de vencimento para a função pública. Tirando, claro, para aqueles que ganham o ordenado mínimo e para os desgraçados que o vão passar a auferir, engrossando assim o número cada vez maior de pobres. Aos outros, os que se vão aproximando cada vez mais da pobreza, ficam à espera que o SMN os apanhe para, então sim, terem direito a aumento.

Por mim não acho mal isso da ausência de crescimento salarial. Nem eu, nem a malta que noutras ocasiões reclamava até da pouca valorização do subsidio de refeição. Quando nesses tempos, para além do vencimento, o dito subsidio era actualizado em meia dúzia de cêntimos, não faltavam os defensores dos trabalhadores e do povo a bufar contra um aumento que nem dava para uma carcaça. Agora estão calados que nem ratos. Pior. Exultam por o funcionário que limpa a retrete já ganhar mais do que o colega que lhe processa o vencimento. Coisas do tinhoso. Ou do cenário macro-económico, que é mais democrático.

Cerejas, caroços e afins

Kruzes Kanhoto, 04.10.21

Infame, a ser verdadeiro o vídeo que por aí circula, o comportamento daquela senhora forte que exerce o cargo de presidente de junta de freguesia. Aquilo incomoda qualquer um que se incomode com a falta de vergonha dos que escolhemos para nos representar. Mas, de uma ou de outra forma, é um “modus operandi” que, não constituindo regra entre os autarcas, se repete em demasia. Seja com cerejas ou com outra coisa qualquer. Só falta, naquele vídeo, a rechonchuda criatura afiançar que a culpa não é dela mas dos patifes dos funcionários que lhe estavam a enfiar a fruta pelo carro adentro e, por consequência, deviam ser eles a pagar a conta. Não constituiria, se o tivesse feito, nenhuma originalidade. Já outro tentou que lhe pagassem as “cerejas”. Parece é que se engasgou com os caroços...

Pág. 1/2