Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Dinheiro para todos!!!

Kruzes Kanhoto, 30.07.21

Captura de ecrã de 2021-07-30 08-04-55.png

Há quem afiance que somos um país de doutores. Mas, pelos vistos, ainda assim não chegam. Deve ser por isso que o governo está a estudar um esquema que consistirá – ao que rezam as crónicas – no pagamento integral do salário, através do dos fundos da “bazuca”, a quem tirar uma licença sabática para melhorar as qualificações profissionais ou o nível de ensino.

Estou mesmo a ver. Eu e toda a gente. Isto é juntar a fome com a vontade de comer. Por um lado a esquerda concretizará o sonho de ter toda a gente a viver à conta do Estado e, por outro, mais um imenso rol de criaturas passará a poder viver sem fazer nenhum. Vou ver se me consigo incluir nesse grupo. Ao fim de quarenta anos a trabalhar acho que mereço uma oportunidade de ter dinheiro na conta sem aborrecimentos. Até já escolhi o curso. Medicina. Deve dar para estudar até à reforma.

Os abrunhos da crise

Kruzes Kanhoto, 29.07.21

IMG_20210721_194447.jpg

Ou ameixas, sei lá. Sempre lhe ouvi chamar abrunhos mas, ao que parece há quem insista que são ameixas rainha-cláudia. Não vou discutir. Para mim é tudo a mesma coisa. Mas, seja lá o que for, é saboroso e, ao que garantem os especialistas da especialidade, possui uma panóplia de propriedades especialmente benéficas para a nossa saúde. Assim tipo vitaminas e cenas dessas. E um poderoso efeito laxante, também.

Não há talões grátis

Kruzes Kanhoto, 28.07.21

CGD limita talões de multibanco a um por semana”. Ridículo. Ou poupar nos farelos. Tudo, como agora é moda, para proteger o ambiente e, de caminho, levar a clientela a optar pelos canais digitais. Opção que, como é sabido, é muito melhor para o planeta. Sim, que isto os computadores pessoais, as impressoras caseiras e o papel que gastamos em nossas casas são muito mais ecológicos do que os regurgitados pelas ATM’s.

Por enquanto, ao que parece, a medida aplica-se apenas aos extratos e consultas de movimentos. Depois logo se verá. Talvez aquela opção de imprimir o talão cada vez que levantamos dinheiro também desapareça. Ou, melhor ainda, quiçá comecem a cobrar por isso para nos desincentivar de ficar com o comprovativo da operação. Isto enquanto, para nos convencerem mesmo a usar apenas a banca electronica, não cobram uma comissão sobre cada vez que entrarmos numa agência.

Não sei se vão apurar os ganhos resultantes desta estratégia. Oxalá que sim. Com sorte podem concluir que ganharam o suficiente para suportar os custos com o papel higiénico da casa de banho da administração. Se, claro, também aí não optarem pelos canais digitais.

Eh pá, "deslarguem-me" a carteira!

Kruzes Kanhoto, 24.07.21

patocarteirista.jpg

Quando leio ou ouço declarações de gente da CGTP, BE ou PCP a solidarizar-se com trabalhadores em protesto por verem o seu ordenado “engolido” pelo SMN – salário mínimo nacional – só me apetece arrancar os cabelos. Os deles, que eu poucos tenho. Esse meu desejo de me atirar às pilosidades alheias advém não tanto das alarvidades proferidas pelas criaturas oriundas daquelas áreas políticas, até porque dali não espero grande coisa, mas sim com o facto de ninguém – e reitero, ninguém – ter a decência de os confrontar com a evidência que a causa do protesto que dizem apoiar é, em grande medida, culpa deles. Quem tem exigido a constante subida do SMN tem sido aquela malta, sem olhar às consequências que daí resultam para os restantes trabalhadores. A mais óbvia e que apenas um burro – ou uma besta, vá – não vê, é a desvalorização dos restantes vencimentos.

Esta postura da esquerda pouco espanto me causa. Só irritação. Muita, no caso. Para esta cambada de retardados quem ganha meia dúzia de euros para além do SMN é rico, privilegiado ou, no mínimo, tem de ser “solidário com os mais pobres”. É isso que alegam quando defendem o actual nível de impostos e recusam a sua eventual diminuição. No que diz respeito ao IRS, então, a coisa vai para lá do delirante. O argumentário, que estou sempre a ler e a ouvir, usado para justificar o roubo perpetrado ao rendimento do trabalho é, para ser simpático, próprio de uma criança de três anos. Mas triste, mesmo muito triste, é que gente aparentemente inteligente continue a votar nessa opções e, mais triste ainda, a corroborar esses argumentos. Deve ser aquela cena do quanto mais me roubas, ou lá o que é...

Quem o come em chibo, não o come em bode... já garantia a minha sábia avó!

Kruzes Kanhoto, 22.07.21

Com inusitada frequência surgem relatos de artistas a queixarem-se da magreza das suas pensões de reforma e, quase sempre, a lamentar que o país os deixe a viver no limiar da miséria. Queixinhas e lamentos deveras estranhos, diga-se. É que, atendendo à vida faustosa que ostentaram enquanto estiveram no activo, tudo leva a crer que ganharam uma maquia simpática. Mas, aos que alguns confessam, não amealharam um pecúlio que lhes permita ter uma velhice sem sobressaltos financeiros nem, tão-pouco, descontaram para a Segurança Social sobre os rendimentos efectivamente auferidos. Nenhuma destas circunstâncias me suscita qualquer critica. Relativamente às poupanças fizeram as opções que lhes pareceram melhores e quanto ao facto de terem fugido às contribuições que legalmente estavam obrigados a fazer eu próprio, se pudesse, faria o mesmo. Só perdem a razão quando se queixam. A vida é feita de escolhas e eles escolheram o que agora têm. Ou seja, pouco. Já o ganharam, esturraram e gozaram. Agora desemerdem-se, como diria o outro. E, sobretudo, não aborreçam os contribuintes, que já pagamos as tropelias de muitos vadios.

A propósito deste assunto e desta malta, ocorreu-me agora que foi esta gente que andou com o actual primeiro-ministro “ao colo” nas últimas campanhas eleitorais. Recordo-me até de inúmeros jantares, profusamente divulgados pelas televisões, de apoio ao PS, a António Costa e, depois, à geringonça. Sendo, ao que publicamente revelaram alguns destes artistas, a fuga aos impostos uma prática comum no sector, presumo que nas próximas campanhas eleitorais os diversos candidatos não queiram ver nem de perto esse pagode da cultura. Como já fazem aos do futebol.

Politicos, desporto e cultura

Kruzes Kanhoto, 18.07.21

Muito se fala – e não é só agora - das ligações entre a política e o futebol. Hoje em dia é quase impensável um político ser avistado nas cercanias de um dirigente desportivo sem que isso levante de imediato uma onda de suspeição. É, até, um daqueles temas que reúne um estranho consenso entre a generalidade da população.

Por mim, como não podia deixar de ser, estou contra esta ideia. Se o Presidente da República é adepto confesso do Braga, não estou a ver motivo nenhum para não ir ver jogos do seu clube. Ele ou qualquer outro titular de órgão de soberania.

No fundo isto é tudo uma imensa hipocrisia. Políticos e futebol é uma mistura explosiva mas já com a cultura, por exemplo, não é. Até parece que alegadamente não existem inúmeras associações alegadamente culturais a viver alegadamente à conta de subsídios do erário público com as quais, alegadamente, os políticos convivem alegre e regularmente. Era capaz de ter uma certa piada, entre outras coisas, fazer o cruzamento das alegadas despesas com refeições, alegadamente suportadas por algumas associações, com os comensais alegadamente presentes. Não sei, digo eu que não percebo nada disto mas, ouço dizer, acontecerá muito lá para o norte. Alegadamente, claro.

No passarán!

Kruzes Kanhoto, 15.07.21

fidel_castro_cuba_salud_hambre_pobreza_socialismo_

Os fascistas estão por todos o lado, os patifes. Até nos lugares mais improváveis. Como Cuba, por exemplo. Aquilo, diz, são manifestações de fachos por toda a ilha. Parece que querem acabar com a revolução popular que proporcionou ao povo cubano uma qualidade de vida difícil de encontrar noutras paragens onde os trabalhadores e o povo ainda não se libertaram do jugo capitalista. Maravilhas que, comprovadamente, são testemunhadas pelos muitos milhares de americanos que todos os anos arriscam a vida para, a partir da Flórida, chegar à ilha do camarada Fidel.

Mas o povo armado – em parvo – está vigilante. Nomeadamente a policia e as milícias populares de proletários, camponeses e intelectuais da mais brilhante intelectualidade. Todos juntos partirão os dentes à reacção. O que, assim de repente e de uma assentada, resolverá os três únicos problemas de Cuba. O pequeno-almoço, o almoço e o jantar.

A inclusão é uma cena muito fixe...

Kruzes Kanhoto, 15.07.21

E está na moda. Hoje tudo tem de parecer inclusivo e todos se esforçam muito por incluir nesse conceito alarve o quer que seja mais um par de botas. Ou não. É que isto da inclusão é o raio de uma modernice idiota que nada significa e faz parecer quem a pratica ou promove, quase sempre, um verdadeiro imbecil. Veja-se este dialogo, deveras edificante se fosse verdadeiro, que circula pelas redes sociais:

Fui a um restaurante com uma amiga. A empregada chega para nos atender e cumprimenta-nos com um sorriso:

- "Olá Amigues!"

- "Amigues?", interrogo, também com um sorriso.

- "Isso mesmo, somos um restaurante inclusivo!", respondeu ela, com orgulho.

- "Olha que bom! Isso é ótimo porque daqui pouco tempo chegará um amigo que é cego. Você tem a carta em Braille?"

- "Não, não temos isso.”

- "Ok, mas também espero uma amiga, que virá com a afilhada, que é autista. Menu com pictogramas, otimizado para pessoas autistas, vocês têm?”

- "Não, desculpe...", ela disse visivelmente nervosa.

- "Não tem problema, isso geralmente acontece. Imagino que a linguagem de sinais para clientes surdos você deve saber certo?"

- "A verdade é que você está me encurralando", responde sorrindo de nervoso.

Ela não estava mais confortável, tímida de vergonha, um pouco de culpa e um pouco de desconforto também.

Então eu disse:

"- Não se preocupe, isso geralmente acontece. Mas então lamento dizer que vocês não são um lugar inclusivo, vocês querem estar na moda. Aqui, essas pessoas não conseguiriam comunicar ou pedir para comer ou beber.

Se quer ser inclusivo, inclua todos.

Todos aqueles a quem o sistema não dá oportunidade. É difícil sim, e muito, mas não devemos achar que um E, um X, ou @ no final faz de você inclusivo.”

Em conclusão. Vão ser inclusivos para a puta que vos pariu. Se todos tratar-mos os outros com o devido respeito, essa coisa da inclusão está resolvida sem necessidade de assassinar a língua portuguesa.

O feitiço ainda se vai virar contra o feiticeiro...

Kruzes Kanhoto, 10.07.21

FB_IMG_1625914893385.jpg

Como muito bem escreve um brilhante intelectual pelo qual não nutro simpatia nenhuma, hoje é mais fácil arregimentar uns milhares de pessoas para manifestações para as causas fúteis da moda – desde os gays aos animais, passando pelo racismo e “perigos” da extrema direita – do que mobilizar umas escassas centenas para protestar contra as baixas reformas ou os impostos elevados. Excepção feita – ainda que apenas na parte das reformas – ao PCP, toda a esquerda abraçou as causas minoritárias e esqueceu aquilo que realmente importa. Os problemas reais das pessoas reais. A cartilha da esquerda urbano-depressiva deixou esses problemas para aquilo a que insistem em chamar, vá lá saber-se porquê, extrema-direita. Agora admiram-se e ficam escandalizados com a popularidade que os candidatos dessa área política estão a conseguir junto dos portugueses. Ainda se vão admirar muito mais. Esperem pela noite de vinte seis de Setembro. E outras se seguirão. Desconfio que isso não traga muito de particularmente bom, mas, se assim for, sabemos a quem agradecer. E culpar.

Metam o arco-íris no rabinho...

Kruzes Kanhoto, 05.07.21

IMG_20210703_223119.jpg

 

Se há coisa que aprecio nos autarcas da minha terra é o facto de não irem em modas. Em iniciativas parvas, nomeadamente. Como aquelas que o politicamente correcto dita como quase obrigatórias quando se quer ficar bem na fotografia. Pelo menos nas fotografias que as gajas das causas e demais alienados acham que devem ser vistas. Provavelmente noutra cidade esta fantástica muralha estaria iluminada, por estas noites, com as cores do arco-íris. Uma parvoíce agora muito em voga. Mas, felizmente, não está. Assim está muito mais bonita. E, embora tardiamente, se quiserem homenagear alguém ou alguma coisa iluminem-na de verde. Sempre é uma cena mais normal.

Pág. 1/2