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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

É uma casa muito engraçada...é de borla, não custa nada!

Kruzes Kanhoto, 30.04.21

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Diz que vão dar casinhas. Daquelas a sério, onde podem morar pessoas e isso. Desconheço quem serão os felizes contemplados com tão generoso presente. Só sei quem vai pagar tanta generosidade. Os do costume. Aqueles que por estes dias estão a receber as cartas das finanças com a continha do IMI e do IRS. Mas não faz mal. No fundo é gente que, assim como assim, já está habituada. Se paga tanta coisa, por que raio não há-de também pagar a casa a um desgraçadinho? E, por outro lado, se já dão tanta coisa ao desgraçadinho, por que raio não lhe hão-de, também, dar uma casa?

Ando há anos a dizer que quem der casas não ganha eleições. Lá mais para a frente saberei se tenho ou não razão. Havendo um estranhíssimo consenso sobre este assunto entre as forças políticas maioritarias, provavelmente a minha profecia não se concretizará. Não terão é o meu voto.

Matar e fuzilar, pode-se. Exterminar é que não.

Kruzes Kanhoto, 29.04.21

A indignação selectiva é das coisas que mais me aborrece. Hoje o alvo é a candidata do PSD à Câmara da Amadora por esta ter manifestado o desejo de ver o Bloco de Esquerda exterminado. Presumo que a senhora, tal como o Dr. Mamadou – criatura com conhecidas ligações, presentes ou passadas, ao BE – quando pretendia matar o homem branco, tenha falado metaforicamente. Como, de resto, parecerá óbvio a qualquer pessoa razoavelmente inteligente. Grupo de onde muito pessoal de esquerda parece fazer questão de se excluir.

A berraria dos esquerdistas e da muita comunicação social que lhe lambe as botas não me surpreende. É gente, como se tem visto ultimamente, que se consideram os novos donos disto tudo. Até o direito à metáfora lhes está reservado, acham eles. Continuem assim e, mais cedo do que tarde, vão ter um lindo enterro. Metaforicamente. 

Já agora, se mal pergunto, quando a UDP - um grupelho de onde saiu o Bloco de Esquerda - apelava ao fuzilamento de alguns portugueses também estaria a usar uma metáfora? 

Valores de Abril... demagogia mil!

Kruzes Kanhoto, 28.04.21

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Já se calavam com essa treta dos “valores de Abril”. Aquilo que muita gente repete até mais não mas que ninguém, ao certo, sabe o que é. Mais ou menos como a ética republicana. Outra treta que de vez em quando se ouve sem que se desconfie o que seja. Uma e outra servem para tudo e mais um par de botas. Esses supostos valores e essa alegada ética qualquer um os defenderá e todos a seguirão. Pelo menos da boca para fora. Do bolso para dentro já é outra conversa.

É maioritariamente à esquerda que se apregoam estas balelas. Pena que quando são atiradas para o ar ninguém os questione acerca do que, efectivamente, querem dizer. Por mim interrogo-me se entre esses tão propalados valores, alegada ética e, até, uma auto-proclamada superioridade moral – não raras vezes, também, intelectual – estarão incluídos os valores defendidos por uma organização que, embora com outro nome, anda agora pelos corredores do poder de mão dada com o partido socialista.   

E(ra) - Toupeira

Kruzes Kanhoto, 27.04.21

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Como ontem dei conta, no post abaixo, as toupeiras atacaram a horta e, hoje, os estragos já são visíveis. Parece que, ainda assim, a melhor solução é afugentá-las com umas cenas que emitem um sinal sonoro que, diz, é extremamente desagradável para o bicho. Diz, pois até agora não há noticia de queixas por parte dos presumíveis incomodados. Outros esquemas, desde iscos a plantas de odor irritante, parece que não surtirão grande efeito.

Menos mal que há pouco, ao chegar ao local, deparei-me com a primeira baixa. Pode ter-se desorientado com o tal bip-bip irritante e falecido em consequência disso ou, mais provável, foi abatida por um dos muitos gatos que por ali cirandam. Capazes disso são eles. Alguns ainda são gatos à séria. Daqueles que não alinham em mariquices de fazer amizade com pássaros ou roedores. Se continuarem assim sou gajo para lhes perdoar uma ou outra cagadela num sitio menos adequado. Desde que não abusem, claro.



Toupeiras, lagartas e outras apoquentações

Kruzes Kanhoto, 26.04.21

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A agricultura da crise está, como já aqui dei conta em inúmeras ocasiões, sob constante ameaça. De toda a espécie. Lesmas, caracóis, lagartas, pássaros, gatos e outra bicheza não identificada tudo invade o meu quintal. Até uma cobra – a tal víbora cornuda – já aqui me apareceu. Quase parece a reforma agrária da bicharada. Mas, de uma ou outra maneira, os atacantes vão sendo escorraçados e a coisa resolve-se.

Desta vez é pior. O caso é sério. Envolve toupeiras e se não me conseguir livrar das bichas a outra agricultura da crise – a tal 2.0 – está seriamente ameaçada. A ideia não é apenas afugentá-las. Para isso existem umas traquitanas que emitem um som alegadamente incomodativo que, supostamente, as afastará. O pior é que, mais cedo do que tarde, acabarão por voltar. Daí que prefira uma solução que resulte no falecimento dos invasores. Estão em causa os tomates, pimentos e tudo o mais que por lá está plantado. Quem souber de uma “mézinha” suficientemente boa para matar os atacantes, avise.

O Alentejo não tem direito ao desenvolvimento?

Kruzes Kanhoto, 24.04.21

Desde há uns anos a esta parte ouço e leio gente extremamente aborrecida com a nova agricultura que se pratica no Alentejo. Tudo, garantem, está mal. Desde a paisagem em mudança até a uma espécie de tragédia ambiental que não se cansam de profetizar. De caminho lamentam a invasão de migrantes – eles podem lamentar, já eu se o fizer sou racista – que, alegadamente, serão explorados por patrões sem escrúpulos e senhorios gananciosos.

Tenho manifesta dificuldade em perceber o que pretende este pagode ou, sequer, a alternativa que sugerem. Se é que sugerem alguma. Provavelmente desejarão que fique tudo na mesma. Como sempre esteve. Seco, desértico e entregue aos bichos. Preferirão, com certeza, um Alentejo sem pessoas e improdutivo. Por mim prefiro o caminho que está a ser seguido. De preferência percorrido em passo mais acelerado, que já nos chegam as décadas de atraso. Venham mais “culturas intensivas”, venham mais migrantes, venham mais turistas e aqueles que não se sentem cá bem “desamparem a loja”.

Um dos argumentos muito em uso é que este tipo de agricultura não cria postos de trabalho. Para além da evidente contradição, quando lamentam o recurso a mão de obra estrangeira, há que ter em conta a riqueza indirecta que tudo isto gera. A começar nas casas que voltam a ser habitadas por estes trabalhadores e a acabar nos profissionais do activismo, que têm aqui um apreciável nicho de mercado. Que habilmente já estão a explorar, diga-se.

Sei em quem votaste nas eleições passadas...

Kruzes Kanhoto, 21.04.21

Dizia hoje um humorista qualquer, a propósito da eventual criminalização do enriquecimento ilícito, que é muito mais fácil enriquecer de forma ilícita do que de maneira licita. Tem, obviamente, toda a razão. Mas, para a piadola ter mesmo graça, faltou acrescentar uma coisa. Uma coisinha de nada, digamos. Ficou por dizer que o enriquecimento licito, ao contrário do outro, já é severamente punido. E, veja-se a desfaçatez e hipocrisia de muita gente, são poucos os que não concordam com essa punição. Há até quem, sob o aplauso quase geral, ache que se deve ainda punir mais.

A muitos dos que rasgam as vestes exigindo a criminalização do enriquecimento ilícito – embora concorde o mais possível com a causa - apetece-me chamar-lhes uns quantos nomes. Daqueles nada bonitos, esclareço. É que isto convém ter memória. Nomeadamente para lembrar, a uns, em quem votaram durante anos a fio e, a outros, os paus das bandeiras que andaram por aí agitar.

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 19.04.21

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No quintal cá de casa todos os anos há um espaço para a sementeira de pisum sativum. Ervilhas, vá. Hoje foi dia da primeira colheita. A julgar pelo aspecto e pela quantidade de vagens, calculo que esta seja uma safra bastante profícua, tanto em quantidade como em qualidade. E depois ainda há as outras. As da outra agricultura da crise. A agricultura da crise 2.0. Mas dessa outras noticias surgirão lá mais para a frente. Ou até antes, quiçá.

Quem é amigo, quem é?

Kruzes Kanhoto, 16.04.21

 

Nunca como agora faz tanto sentido afirmar que os impostos levam uma parte de leão ao nosso ordenado. Mas, descansa-nos o governo – aquela instituição que só quer o nosso bem se for de esquerda ou apenas pensa em nos tramar quando é de direita – não vai aumentar ainda mais o saque fiscal que faz aos nossos rendimentos. O roubo perpetrado no tempo do ministro Gaspar – que, antes como o seu enorme aumento de impostos, condenava os portugueses à fome – é agora uma cena boa e para manter.

Nada disto, obviamente, constitui grande novidade. A máquina precisa de dinheiro para se alimentar. As “fotocópias” ou lá o que cada um chama “aquela coisa”, têm de ser pagas. Até porque – imagino eu – não será só o Sócrates a viver graças ao financiamento dos amigos. Coisa que, diga-se, não me faz grande espécie nem suscita preocupação por aí além. Chato, mas mesmo chato, é sermos nós a financiar os gajos que financiam os amigos...

Impasse

Kruzes Kanhoto, 14.04.21

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A definição de beco é, segundo a generalidade dos dicionários on-line de língua portuguesa, “rua escura, estreita e curta, e às vezes sem saída”. A última é a única condição que este arruamento preenche para ser enquadrado na categoria dos becos. Não obstante isso, foi essa a classificação atribuída. Coisa que, presumo, não terá suscitado grande apreço entre os moradores, como aparentemente mostra a ausência de tinta das letras. Menos mal que assim, graças ao coeficiente de localização, se calhar até pagam menos IMI. Bem que podiam, digo eu, ter-lhe chamado “Impasse da Fonte do Imperador”. Sempre era mais adequado. À rua e ao resto.

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