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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Os bufos não dormem

Kruzes Kanhoto, 12.12.20

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O país está cheio de bufos, chibos e queixinhas. Devem ser, ainda, os resquícios da “longa noite fascista”. Muitos anos a virar frangos, como alguns gostam de dizer. Tudo se denuncia. Mas pior é o incitamento à denúncia. Desta vez é a apanha nocturna da azeitona. No futuro não sabemos. Quem sabe se atravessar a rua fora da passadeira, mandar uma beata para o chão ou beber um café com demasiado açúcar. Entretanto o pessoal aplaude. Uma boa causa, alegam. Depois queixem-se…

Costa, o bom pastor.

Kruzes Kanhoto, 11.12.20

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Eu cá não sou de intrigas. Nem, sequer, tenho grande jeito para piadas brejeiras. Uma ou outra graçola, um dito jocoso ou, quando muito uma piodola a atirar para o javardote, ainda vá. Mais do que isso é pedir demais a este escriba.

Quem podia aproveitar era o Quim Barreiros. Que isto de cabritas e de gajos a segurá-las afigura-se-me uma coisa com um potencial humorístico bastante relevante no âmbito da brejeirice. Excepto, desconfio, para essa trupe dos amiguinhos dos animais que deve achar essa cena de os segurar uma violência. Mesmo que, como deve ser neste caso, o espécime em questão até goste.

Histerismo da moda

Kruzes Kanhoto, 11.12.20

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Que esta história do racismo está na moda e que dá de comer a muita gente, não constitui nenhuma novidade. Já anda por aí há muito tempo. Tanto que, caso quisessem, as organizações que passam a vida a condenar alegadas práticas racistas já podiam ter dado orientações no sentido de evitar que essas práticas ocorressem nos eventos que organizam. Mas não o fazem. Nem, desconfio, lhes interessará faze-lo. O caso do futebol, por exemplo. A FIFA podia ter já dado indicações precisas aos intervenientes no jogo acerca de situações que não valem a ponta de um corno mas que depois, devidamente apimentadas, se transformam em escândalos à escala global.

Imagine-se o seguinte cenário. Num desafio entre o Borundi e a Guiné-Bissau, com uma equipa de arbitragem oriunda do Quénia, está no banco de suplentes da equipa da antiga colónia um jogador branco. Ao todo são dez pessoas, todas vestidas de igual e todas, insatisfeitas com a sua actuação, insultam o juiz da partida. Se o branco* for o mais efusivo, como é que o quarto árbitro vai explicar ao chefe equipa, de forma rápida e objectiva, qual é o elemento a expulsar? Alguma, certamente, haverá. Convinha era todos sabermos. Ou, pelo menos, quem anda lá dentro. Só para depois não andar para aí tudo histérico.

*Provavelmente usar a palavra “branco” será considerado racismo, mas não encontro uma maneira melhor de expressar com clareza** a minha ideia…

**Porra, outra vez!

Nota da redacção. (Um dez, vá)

Kruzes Kanhoto, 07.12.20

Poucas vezes, nos já longos anos que leva de existência, o “Kruzes” esteve tanto tempo sem qualquer publicação. Não que isso constitua motivo para inquietações seja de quem fôr. Pelo contrário. Para os quatro leitores que insistem em acompanhar as alarvidades que por aqui vou escrevendo constituirá até um alivio. Mas não tenhais ilusões nem alimenteis infundadas esperanças. Este não é, ainda, o fim deste blogue. Acontecerá uma dia, como tudo o mais, mas não por agora. São apenas as circunstâncias a ditar esta pausa editorial. Que poderá estar prestes a acabar. Ou não.

Cãocerto ou mais uma maneira de esturrar impostos

Kruzes Kanhoto, 01.12.20

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Maneiras de esturrar o dinheiro dos contribuintes há muitas. Umas mais originais, outras nem tanto e algumas absolutamente parvas. Mas, quer-me parecer, a de um município espanhol – ayuntamiento, é assim que se chama ali ao lado – que vai promover um concerto musical destinado a cães é candidata a um lugar cimeiro no top das mais escabrosas. Custará, segundo a organização, cerca de oito mil euros e vai realizar-se num parque que, devido aos condicionalismos impostos pela pandemia, se encontra fechado e que reabrirá exclusivamente para a realização deste evento cultural, como é designado pelos organizadores.

Não se sabe ao certo o programa do concerto. Nem, sequer, o repertório dos músicos que vão interpretar as partituras que animarão a canzoada. Mas, garante o alcaide, constará de “ultrasons apenas audíveis pela raça canina”. Apesar disso, o autarca manifestou o seu orgulho por lhe ter ocorrido esta ideia tão parva e terá ainda acusado quem zomba desta “iniciativa cultural” de falta de respeito para com os músicos e profissionais envolvidos na coisa.

Por mim não é que ache mal. Acho apenas estúpido. Receio, no entanto, que a moda pegue e, pior, se estenda a este lado da fronteira. Pessoal com vontade de gastar o dinheiro dos outros é o que não falta por aí. Já quanto aos temas a interpretar se, por cá, também houver disto espero que não se esqueçam de incluir a “Grândola, vila morena” no "cãocerto". Era bonito.

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