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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

A indignação dos indignados

Kruzes Kanhoto, 30.07.20

Acho alguma piada aos indignados do Facebook. São muitos, indignam-se com inusitada frequência e todos os dias encontram motivo para mais uma indignação. Mas o que me faz rir mesmo com vontade, são os que se indignam com a indignação dos indignados do Facebook. Ou seja, aquele pessoal que ao ler um comentário indignado fica tão indignado que não resiste a expressar, normalmente de forma veemente, a sua indignação com a indignação do indignado.

Confuso? Nada como um exemplo simples. Alguém publica uma foto de um Ferrari verde alface estacionado em frente à câmara municipal. Uma qualquer do Norte, que há lá muitas câmaras e muitos Ferraris. Vem o indignado de serviço, insurge-se contra a cor da viatura e, irónico, alega que até condiz o com edifício. Afirmação que, naturalmente, faz saltar a tampa ao indignado com a indignação do primeiro indignado. Num ápice, responde-lhe que o presidente da câmara é para lá de santo e, quanto à cor do carro, não tem nada que estar para ali a mandar bitaites. Até porque, acrescenta, não consta que seja doutorado em colorimetria. Terminando, em muitas circunstâncias e evidenciando um notório enfado, com aquela expressão parva que ninguém sabe ao certo o que significa, “por amor da santa”.

É também por estas coisas que me insurjo contra a monitorização do chamado discurso de ódio nas redes sociais. Quando os pides da Internet estiverem no pleno exercício dos seus poderes tudo isto deixará de ser possível. Que vai ser de nós sem os indignados e os indignados com a indignação dos indignados? Ou arranjam novas maneiras de puxar lustro ou perdemos este divertimento.

Sardinha empalada

Kruzes Kanhoto, 28.07.20

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Espanha está, em quase tudo, um passo à nossa frente. Até na maluqueira. Há quem diga que já não cabe lá nem mais um maluco. Os maluquinhos dos animais, por exemplo, ainda são mais doidos do outro lado da fronteira. Enquanto por cá o folclore em torno da bicharada não vai além de cães, gatos e - por causa das touradas – bois, ali ao lado é muito pior.

Por lá, a mais recente preocupação do Partido Animalista – irmão gémeo do PAN – é a sardinha. Nomeadamente o “tratamento vexatório” a que é submetida na confeção das “espetadas” daquele peixe. Coisa de espanhóis, está bem de ver. Alegam aqueles doidos que o desgraçado do “animal indefeso” se farta de penar ao ser “penetrado por uma vara de ferro e colocado ainda vivo na brasa”. Prática que, obviamente, a dita agremiação política quer ver erradicada. Há, garantem, outras maneiras menos dolorosas para o bicho de o incluir na alimentação humana.

Ao contrário da maioria dos portugueses a sardinha não me entusiasma. Se não tiver alternativa, sou gajo para comer uma ou outra. Poucas, que aquilo é um peixe pouco compatível com o meu paladar. Já quanto ao sofrimento do bicho, confesso, é-me indiferente. O mesmo não acontece relativamente aos maluquinhos da bicharada. A esses apetece-me dar-lhes o mesmo tratamento que é dado à sardinha.

Um dilúvio onde nem todos se vão molhar...

Kruzes Kanhoto, 26.07.20

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Parece que vem aí um verdadeiro dilúvio de dinheiro. Serão euros aos milhões, segundo consta. Haverá, contudo, ali pelo meio do acordo que permitirá a vinda dessa pipa de massa, um ou outro grãozinho de areia. Nomeadamente uma cena qualquer que dará aos gajos que mandam para cá o guito, o direito a fazer uma espécie de controlo à maneira como o graveto vai ser esturrado. Que, ou me engano muito, não será substancialmente diferente das anteriores. Até porque quem o vai esturrar são, em grande parte, os mesmos. Ou, noutros casos, os seus aprendizes. Mas ambos, tenho quase a certeza, dotados de esperteza suficiente para enrolar os nossos benfeitores quanto à bondade dos seus desvarios.

Para mim, que na arte de esbanjar o dinheiro dos contribuintes já vi de tudo, não tenho grandes expectativas. Nem, sequer, na imaginação dos esbanjadores de serviço para inventar maneiras ainda mais absurdas de gastar o pilim. Será, na certa, mais do mesmo. Mais valia distribuir a massa equitativamente por cada português com os impostos em dia. Provavelmente dávamos-lhe um uso melhor e, em vez de apenas uns quantos, “amanhávamo-nos” todos. Cinquenta e oito mil milhões ainda davam uma fatia jeitosa a cada um. É fazer a conta...

Galináceos e outros cretinos

Kruzes Kanhoto, 25.07.20

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É, basicamente, isto. Nos tempos esquisitos que vivemos cada um é o que lhe dê na realíssima gana e identifica-se com o que, a cada momento, lhe apetecer. Se um marmanjo qualquer jurar pelas alminhas dos que já lá estão que é uma galinha, ai de quem lhe diga que não passa de um marmanjo armado em parvo. Se ele quiser ser uma galinha teremos de aceitar a sua condição de galináceo. Caso contrário seremos acusados de discriminar a criatura por não aceitarmos o seu direito à livre determinação da sua orientação, portanto, de coiso.

Há opiniões e há factos. As primeiras cada um tem a que quiser. Os segundos são o que são. Ou, como dizia o outro, um cretino é um cretino e um vintém é um vintém. E, acrescento eu, um cretino nem isso vale.

A oportunidade da graçola

Kruzes Kanhoto, 23.07.20

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Gosto de fazer graçolas. Muitas não passam de tentativas falhadas e não têm graça nenhuma. Não admira. Não sou especialista da especialidade. Nem no âmbito da piadola, nem de outra coisa qualquer.

Quem é especialista numa quantidade de especialidades é um tal Berardo. Entre as especialidades em que é especialista incluem-se os empréstimos bancários e as graçolas. Em ambas, muito melhor do que eu. Não admira. Terá, dizem, muita prática. A graçola de ontem foi magnifica. Garantiu, para quem o quis ouvir, que a Caixa Geral de Depósitos lhe deve umas massas. Não sei se é ou não verdade. Mas, se calhar foi da maneira como ele disse, ainda não consegui parar de rir. Porra pá, que inveja. Aquilo é que é uma graçola mesmo à séria. Só um homem sério consegue fazer uma piada assim. Caso se risse perdia a graça toda.

A história a repetir-se...

Kruzes Kanhoto, 22.07.20

No meu tempo de estudante,  “Moral e Religião” era uma disciplina obrigatória do currículo escolar. Toda a gente sabe porquê, daí que não valha a pena estar para aqui a dissertar acerca das razões para essa obrigatoriedade. Tal como antes a população estudantil tinha sido obrigada a participar naquela cena da Mocidade Portuguesa.

Felizmente uns anos depois do 25 de Abril essa imposição teve um fim. “Moral e Religião” era apenas para quem queria. Dizia-se, e bem, que isso são opções de cada um, nas quais o Estado não tem nada que se imiscuir.

O pior é que, uns anos depois, malucos de várias causas e indigentes mentais dependentes dos subsídios estatais às associações que as promovem, chegaram aos corredores do poder. Para essa escumalha é preciso doutrinar. Nem que seja à força. Coisa muito comum em regimes ditatoriais, diga-se. E o nosso há muito que para lá caminha.

Quanto aos que resistem...bom, desses nem a comunicação social quer saber. Outros valores - quinze milhões deles - se levantam. Alunos brilhantes obrigados a recuar dois anos, apenas porque os pais não abdicam do direito a educar os filhos de acordo com os seus valores, é algo que pouco importa noticiar. Ainda se fosse um cão chamuscado...

Wc vertical

Kruzes Kanhoto, 21.07.20

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Não sei como se chama este móvel. Equipamento, utensílio ou lá o que se queira chamar-lhe. Não duvido da utilidade que já teve noutros tempos. Num tempo em que a maioria das habitações não dispunha de casa de banho nem, muito menos, água canalizada ou rede de saneamento. Uma cena destas, então, devia ser coisa de gente fina. E hoje, provavelmente, também. Mesmo que lhe seja dada outra finalidade qualquer. Muito menos nobre, quase de certeza. Mas isso será com o comprador, que lhe dará o destino que muito bem entender. Estava à venda, no sábado passado na feira das velharias de Estremoz, pelo simpático preço de trezentos euros. Uma pechincha.

 

A osga

Kruzes Kanhoto, 20.07.20

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Desconheço se, para os activistas das causas da bicharada, a vida de uma osga também “vale tanto como a de um ser humano”. Se sim sintam-se à vontade para fazer uma aureola por cima da cabeça do bicho e desatar a partilhar no Facebook. Ou, se preferirem, criem uma petição a exigir o fim do seu extermínio.

Diria que, ao contrário de muitos animalistas que por aí pululam sem servirem para nada, a osga é um bicharoco de extrema utilidade. Daí que deixe algumas delas fazerem a sua vidinha de osga pelos muros do meu quintal. Mas, como é óbvio, tudo o que é demais não presta. É, por isso, é essencial fazer algum controlo da população. E esta, a julgar pelo aspecto, teve uma vida longa e feliz.

 

"Tenham noção..."

Kruzes Kanhoto, 19.07.20

Fim de semana de incêndios. Fruta da época e coisa que já nem surpreende, infelizmente. Num, a norte, terão morrido carbonizados umas dezenas de cães e gatos. Indignação generalizada, como seria de esperar. Justificada, também. Como os inevitáveis exageros tão característicos dos alegados amiguinhos do animais a soltarem as bojardas do costume. “A vida de um animal vale tanto como a de um ser humano” ou “a vida de um animal vale mais do que o direito de propriedade”, são algumas das alarvidades que as Tv’s e as redes sociais vão exibindo. Pois. É tudo muito bonito mas sempre gostava de ver quantos, na sua casa, partiriam uma telha – só uma, já nem digo o telhado – para salvar um pardal que lá tivesse ficado preso. Cá para mim faziam como eu e mais depressa torciam o pescoço ao pássaro…

Em França são as igrejas que estão a revelar uma inquietante tendência para entrarem em combustão. Já são umas quantas. Nada que provoque indignação, ira ou que suscite interrogações quanto a este fenómeno, chamemos-lhe assim se formos parvos ou acto de guerra se estivermos minimamente atentos. E a guerra não é contra os padres ou a igreja enquanto instituição. É contra nós. Contra o nosso modo de vida. Mas nada disso parece importar. Depois queixem-se.

Se a música é a mesma porque há-de o "balho" ser diferente?!

Kruzes Kanhoto, 19.07.20

 

Dizia, ainda não há assim tanto tempo, aquele ministro comunista - o Pedro Nuno Santos – referindo-se à TAP, que “agora a música é outra” e, acrescentava cheio de convicção, “se é o povo português que paga, é bom que seja o povo português a mandar”. Não é, deixando de lado o teor manifestamente demagógico destas declarações, que ache mal ser o povo a mandar. Se bem que poucas dúvidas me parecem existir quanto a isso do povo nada mandar. Basta ver a Caixa Geral de Depósitos e todas as outras empresas que já foram públicas e que agora são privadas.

Aquelas declarações ministeriais tiveram, contudo, o condão de levar ao êxtase os combatentes esquerdistas das redes sociais. E, verdade se diga, até alguma gente com juízo simpatizou com aquela converseta de tasca. O mesmo pagode que, por estes dias, anda indignado por aqueles países conhecidos como frugais, nomeadamente a Holanda, não estarem na disposição de mandar para cá dinheiro, assim, sem mais aquela. Querem os holandeses, imagine-se o desplante, saber onde é que os portugueses gastam o guito. Devem estar a ouvir a mesma música…

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