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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Coisas da "covida"...

Kruzes Kanhoto, 31.05.20

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(Imagem escolhida aleatoriamente para ilustrar o texo e que nada tem a ver com o mesmo)

Com o confinamento o país descobriu o teledescanso. Nalguns sectores – públicos, está bem de ver – foi um fartote. Bom, fartote é uma maneira de dizer. Muitos daqueles – e daquelas que eu não sou de discriminações – que estiveram largas semanas de boa-vida não estarão especialmente fartos. Nem, se calhar, reconhecidos aos que tiverem de continuar a bulir para que, entre outras coisas, o vencimento lhes continuasse a cair na continha no final de cada mês.

O resultado da mandriice colectiva é o que hoje, numa passeata qualquer, podemos observar. Até os gajos que cortam ervas estiveram, alegadamente, a trabalhar à distancia. A partir de casa, provavelmente. Outros – há quem garanta, mas eu disso nada sei – terão estado a teledescansar “teletrabalhar” nas suas profissões, mas terão feito as “horinhas extra do costume”, num “trabalho” presencial fora da sua especialidade, para arredondar o ordenado. O mesmo ordenado que, apesar de não bulirem uma palha, nunca lhes foi cortado. Nem num cêntimo.

Pobreza bloquista

Kruzes Kanhoto, 30.05.20

Haverá, certamente, muitas formas de pobreza. Tantas quantas quisermos, a bem dizer. O BE descobriu – ou inventou – mais uma. A pobreza menstrual. Seja lá isso o que fôr. Vai daí, propôs na AR que os produtos de saúde menstrual sejam distribuídos gratuitamente.

Não me vou pôr para aqui a divagar acerca da pertinência do assunto. Nem, tão-pouco, quanto à parte do gratuito. Não vale a pena. Até o meu gato imaginário percebe que nada daquilo que o Estado faculta aos cidadãos é à borla. Alguém o paga. Só gente ignorante ou intelectualmente manhosa pensará o contrario.

O meu desacordo é, mais uma vez, em relação à discriminação. E esta ideia do Bloco é manifestamente discriminatória em relação a outros tipos de pobreza. E, assim de repente, ocorrem-me vários. A começar pela pobreza fiscal, sem que o BE proponha a redução do IRS sobre os trabalho; A pobreza auditiva, não consta que o SNS distribua aparelhos para melhorar a audição; A pobreza oftalmológica, a comparticipação nos óculos é ridícula; A pobreza dentária, num país de gente desdentada próteses ou implantes dentários são quase inacessíveis a quem tem menos posses. Entre muitas outras pobrezas que agora não me ocorrem. Nem ao BE.

Dantes chamava-se censura. Exame prévio, ou lá o que era...

Kruzes Kanhoto, 29.05.20

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Em nome do combate às noticias falsas, da defesa da democracia e do que mais calha têm sido muitos os cartilheiros, maioritariamente de esquerda que pululam pelos meios de comunicação social, a insurgirem-se pela falta de controlo das redes sociais. A liberdade de expressão é muito bonita mas cada um escrever o que pensa, nomeadamente quando não concordamos, é uma chatice. Mata os regimes democráticos, dizem. Parece que até alimenta monstros que todos gostaríamos estivessem definitivamente enterrados, também já ouvi dizer.

Donald Trump, na sequência de uma birra com o Twitter, acaba de assinar um decreto que permite às agências federais norte-americanas regularem o conteúdo publicado em plataformas das redes sociais. Em defesa da liberdade de expressão, conforme garantiu. Não espero que os notáveis comentadores das nossas televisões venham a público manifestar o seu entusiasmo por esta iniciativa. Hão-de arranjar um argumento qualquer para se contradizerem. Já estamos habituados a isso. Afinal, como sempre escrevi, a diferença entre eles e Donald Trump é muito pouca. Está apenas no poder, no dinheiro e, concedo relativamente a alguns, na educação. No resto são iguais. 

Algibeiras rotas e marmitas vazias

Kruzes Kanhoto, 28.05.20

Esta pode ser um crise diferente da anterior. Para pior, provavelmente. Por muitas razões. Na outra, pelo menos, havia para onde emigrar. Bazar daqui para fora não será, desta vez, opção com muita viabilidade.

O que me parece exactamente igual é a inconsciência de muita gente. De algumas vitimas da crise, nomeadamente. Percebo que perder o emprego é um drama. Tal como é dramático, assim de repente, ver os rendimentos mensais diminuírem ou deixarem de existir de todo. Mas, c’um caraças, assim de um momento para o outro, só pela falta de um terço do ordenado, já não haver dinheiro para comer parece-me um bocadinho de mau governo.

Ao fim de menos de um mês – que isto não é de agora - já havia gente a garantir que passava fome. Das mais variadas profissões. Desde artistas sem poder exercer a sua arte a gente que nem desempregada está. Apenas em lay off. Compreendo que, para o nível de vencimentos praticados por cá, fazer poupanças não é fácil. Mas, que diabo, para quem passou há tão pouco tempo por uma crise, não era para ser ligeiramente mais precavido? Menos viagens, menos comida encomendada ou menos tecnologia de última geração eram capazes de ter dado uma ajuda.

Compreendo e lamento, reitero, todos os azares e dificuldades que muitos portugueses estão a passar. Mas, como também escrevi na outra crise, um pacote de massa custa vinte e dois cêntimos e um frango mal chegará a dois euros. Tomara eu, aqui há cinquenta anos, apanhá-los.

Afinal... o tamanho importa!

Kruzes Kanhoto, 27.05.20

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Em matéria de Covid – e nas outras também - os especialistas da especialidade são gajos para dizerem uma coisa agora e o seu contrário daqui a bocado. Por isso o melhor é aproveitar já, antes que outro estudo venha desmentir este ou provar exactamente o oposto.

Parece que isto dos dedos é uma cena muito importante. Nomeadamente no que diz respeito ao tamanho. Diz que, no caso do vírus chinês, importa. Mas, apenas, relativamente aos homens. Estaremos, se calhar, na presença de um vírus sexista. Seja como for, neste ponto, cumpro o requisito. Aguardemos, ansiosamente, o desenvolvimento de novos estudos que analisem a relação entre o risco e outras características físicas...

 

Calosidades populistas

Kruzes Kanhoto, 26.05.20

Tenho pouco apreço por populistas. Detesto, igualmente, práticas discriminatórias. Mesmo quando esta manigância da discriminação é praticada em relação aos populistas. Por estas e por outras, de tanto manejar o comando para mudar de canal televisivo, estou prestes a ficar com o polegar mais calejado do que o cú de um macaco velho. Aquilo não se aguenta. Populistas como Trump, Bolsonaro e Marcelo dominam os noticiários. Nenhum deles pode largar um peido sem que as televisões gastem incontáveis minutos a analisar o traque. Concluindo, inevitavelmente, pelo odor insuportável dos primeiros e o aroma refrescante do último.

Também a procura de noticias provenientes de outras paragens está a contribuir para a dita calosidade. Não é por nada em especial, mas tenho alguma curiosidade em saber como está aquilo na Bélgica. Onde, diz, a mortalidade devido ao covid, por milhão de habitante, bate todos os recordes e, ao contrário do que dos querem fazer crer, supera largamente os EUA e Brasil juntos. Tal como me sinto levemente curioso em relação a Espanha. Que, embora não pareça, é aqui mesmo ao lado e não do outro lado do mar. Até porque, parece, há cada vez mais gente com vontade de ver o governo socialista/comunista pelas costas. A menos que os detentores da verdade que interessa tenham decretado que tudo isso não passa de fakenews.

O ecoporco

Kruzes Kanhoto, 25.05.20

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Disse um dia um homem sábio – eu, hoje pela hora de almoço – que nenhum porco é feliz sozinho. Precisa de outros porcos. Daí que o melhor é ter atitudes a atirar para o javardote, para que outros o imitem e contribuam para aumentar a porcaria. Nem que sejam forçados a isso.

É o caso da foto. O eco-ponto está praticamente vazio mas, ainda assim, há quem insista em colocar o lixo no chão. Pior, bloqueando o acesso ao contentor e forçando a que outros tenham de, também eles, deixar os resíduos fora do dito.

A criatura que tem este comportamento – reiterado, já não é a primeira vez – manifesta ainda uma total desconsideração pelas pessoas que fazem a recolha dos resíduos. Deve pensar que são criados dele e que têm obrigação de aturar as suas javardices pseudo-ecologicas.

É o bicho, é o bicho...

Kruzes Kanhoto, 23.05.20

Estudos há muitos e inquéritos também. Sobre assuntos sem interesse nenhum, a maioria e que não servem para coisa nenhuma, quase todos. A não ser, como um publicado um dia destes, que conclui serem os portugueses um povo com notória carência de juízo. Embora isso não constitua novidade. A popularidade do professor Marcelo já é sintoma mais do que evidente que gente ajuizada não abunda por estas bandas.

Segundo o tal estudo – inquérito, ou lá o que era – mais de sessenta por cento dos inquiridos – portugueses, com capacidade eleitoral e tudo – entendem que matar uma borboleta ou uma cobra é motivo suficiente para ir parar à prisão. Quanto a uma mosca ou uma minhoca, não sei qual a douta opinião manifestada pelos auscultados. O que sei é que, neste ponto, essa gentinha não difere muito de um tal Ventura. O que me faz espécie é que estas conclusões não causem nenhum nível de preocupação. Nomeadamente entre os que se preocupam com o radicalismo e a intolerância do discurso do outro espécime.

Longe vai o tempo em que um determinado partido – o PS, de Guterres - tinha por slogan “as pessoas primeiro”. Hoje, repeti-lo, seria condenável. Depois queixem-se.

Teletrabalho, o limite é a imaginação. Ou talvez mais além...

Kruzes Kanhoto, 22.05.20

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Longe mim – lagarto, lagarto, lagarto, ai Jesus cruzes canhoto, t’arrenego Belzebu – estar para aqui a congratular-me com o surgimento do Covid-19. Era o que mais faltava. Isso é coisa para malucos como Lula da Silva e, se calhar, para a sua vasta legião de seguidores. Admito, no entanto, que desta pandemia sairão inúmeras inovações, oportunidades e soluções que poderão constituir motivo para nos congratularmos. Nomeadamente no sector tecnológico e no modo como nos relacionamos com o trabalho.

Se calhar serei demasiado optimista mas, acredito piamente, o número de trabalhadores em teletrabalho terá um aumento exponencial. Com os ganhos daí resultantes. Para todos. Pode ser, embora aí o meu nível de optimismo seja ligeiramente inferior, o principio da recuperação dos territórios do interior. Muitos não terão necessidade de viver nas mega-aglomerações do litoral e poderão rumar a outras paragens. Menos caras, nuns casos, e com mais qualidade de vida, noutros.

Os cépticos não partilharão do meu entusiasmo com a possibilidade de colocar meio mundo em teletrabalho. Terão as suas razões. Muitas e todas legitimas, concedo. Mas concordo com poucas. Se a administração pública, durante esta pandemia, até conseguiu colocar jardineiros, canalizadores, eletricistas, empregadas de limpeza, pedreiros e mais um sem fim de outros misteres em teletrabalho, melhor conseguirá qualquer outra instituição que utilize a tecnologia como ferramenta de trabalho.

Que mal tem um ordenado chorudo?

Kruzes Kanhoto, 20.05.20

Tendo a apreciar aumentos salariais. É cá uma mania minha. E se a melhoria for significativa então, por maioria de razão, ainda gosto mais. Se chegar a valores como, por exemplo, setenta e cinco por cento, aí, é o delírio. O êxtase, até.

Daí ter imensa dificuldade em assimilar o motivo que leva tanta gente a indignar-se com o vencimento dos gestores do Novo Banco e, nomeadamente, o acréscimo de que terão beneficiado nos últimos anos. Ainda bem que os cavalheiros têm um ordenado jeitoso. Pena que não haja mais gente a ganhar o que eles ganham ou, pelo menos, a beneficiar de idêntica generosidade da entidade patronal na hora de decidir os aumentos.

Se calhar o que falta neste caso, atendendo ao que a opinião pública julga saber, é a penalização adequada. Mas resolver isso até está nas mãos de alguns que se indignam com os valores que aqueles senhores auferem. Não me parece que seja difícil incluir, em sede de IRS, uma taxa – de noventa por cento, vá, que hoje estou bem disposto – a incidir sobre prémios, aumentos de ordenado ou outras liberalidades atribuídas a gestores de empresas beneficiadas, directa ou indirectamente, por apoios do Estado. Há anos que o deviam ter feito. Nunca houve, nem há agora, é vontade para isso. É que isto ora se é governante, ora se é gestor...

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