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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Há piratas mais fofinhos que outros...

Kruzes Kanhoto, 30.04.20

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Se há coisa que me irrita é a discriminação. Tenho um elevado grau de intolerância relativamente a comportamentos discriminatórios. Tudo o que envolva discriminar deixa-me com os cabelos em pé. Trata-se, no que concerne a esta última parte, de uma metáfora, obviamente.

Até mesmo aquele conceito, muito modernaço, de discriminação positiva relativamente a determinados grupos de pessoas, seja qual for a causa fofinha em questão, aborrece-me profundamente. Discriminar é feio, injusto e, também, discriminatório.

É por não apreciar o tratamento desigual perante situações idênticas, que estou para aqui estupefacto com a ausência de manifestações de solidariedade e com a falta de reacções de desagrado em relação à captura do mais recente pirata informático. Aquele jovem que andou a roubar dados a empresas e instituições e a quem a Judiciária deitou mão. Lamento que as Anas Gomes desta vida, os indignados do Facebook e todos os idiotas que andaram a exigir a libertação do pirata Pinto não estejam já a teclar furiosamente em sua defesa.

Mesmo no âmbito da ladroagem, a discriminação, reitero, é uma cena condenável. Quem a pratica não merece o mínimo de respeito e, há que escrevê-lo com toda a frontalidade, é uma realíssima besta.

A PIDE continua por aí...

Kruzes Kanhoto, 28.04.20

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Este texto foi “postado” numa rede social por um comunista e partilhado por mais uns quantos camaradas. Da sua leitura concluo que já são a favor dos despedimentos na função pública. E não, não é por existirem funcionários em excesso, por haver necessidade de reduzir a despesa pública ou, simplesmente, por o trabalhador em causa ser pouco dado a cenas como, por exemplo, trabalhar. Nada disso. É, como pode ler-se, por delito de opinião. Em Abril de 2020. 

Agricultura da crise

Kruzes Kanhoto, 27.04.20

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Esta cena da agricultura caseira renasce a cada crise. Foi assim em 2011 e agora, perante o espectro de um cenário ainda pior do que o vivido naquela altura, voltam as sugestões para o pagode se dedicar às práticas hortícolas. Em qualquer recanto, sugerem os especialistas da especialidade.

Mesmo achando que isso não é bem assim – embora até mesmo um vaso na varanda seja melhor do que nada – essa tem sido uma actividade constante cá pela maison. Os posts acerca da agricultura da crise – com ela ou sem ela, a crise - não me deixam mentir. E, parece mentira, mas tem dado um jeito do caraças nestes tempos de confinamento ter hortaliça, temperos e alguma fruta à mão de semear. Ou de colher, no caso.

Na imagem estão os alhos da crise. Para arrancar daqui por um mês, ou isso. Muito melhores do que esses alhos chineses, espero.

25 de Abril sempre?! Ná...

Kruzes Kanhoto, 25.04.20

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Bolas, bolas, bolas… esqueci-me completamente daquela cena da grandolada à janela. É que passou-me mesmo. Logo eu que até fiz o download do manual do Bloco de Esquerda, que nos ensina a maneira correcta e os procedimentos a adoptar para a cantoria e, vai-se a ver, nunca mais me lembrei de tal coisa. Mas isto há que colectivizar a culpa. E ela é, também, dos vizinhos. Uns fachos, todos eles. Ninguém cantou à janela. Ou, se calhar, escolheram uma janela das traseiras. Nem mesmo aquilo do “25 de Abril, sempre!” se lembraram de berrar. Mas nessa parte não alinhava. É que eu recebo a vinte seis, de modos que não me dá muito jeito ficar eternamente com o ordenado de Março.

A piada é de esquerda!

Kruzes Kanhoto, 25.04.20

 

O Trump sugerir injeções de desinfetante para matar o vírus chinês, não me parece ser coisa para causar espanto por aí além. Vindo dali pouco surpreende. O fulano pertence aquela espécie de criaturas que para dizer bacoradas nem precisa estar bêbado. O que me podia surpreender, se o objectivo não fosse óbvio, são os rios de tinta e as horas de noticias que as diatribes daquele maluco proporcionam à merda da comunicação social que temos de aturar.

Os mesmos jornaleiros merdosos que, ao invés, se babam com os dislates de outras criaturas a quem, provavelmente por serem comunas, nada é questionado e de cuja boca apenas saem verdades supremas. Um deles, alegadamente conceituado, professor catedrático de uma prestigiada universidade portuguesa, numa entrevista a um jornaleco qualquer manifesta – entre um rol infindável de alarvidades - a sua convicção, a propósito deste vírus chinês que anda por aí, que as pandemias são a punição da mãe-natureza pela sua violação sem limites. À parte da “mãe-natureza” ainda acho piada. Uma bacorada, mas com graça. Embora, reconheço, um pouco menos engraçada do que outras que o mesmo senhor já escreveu a propósito da Venezuela, Cuba e afins. Sim, que é preciso ser uma mãe muito desnaturada para se vingar nos filhos. Mesmo os da mãe.

"Há que perder a vergonha de ir buscar dinheiro..."

Kruzes Kanhoto, 22.04.20

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Parece mais ou menos consensual que – seja qual for o sinónimo que irão arranjar – entraremos em breve num cenário de austeridade. Pior ainda do que no tempo da troika, ao que garantem os mais pessimistas. Diz que não há alternativa. Por mim, duvido desses videntes. Sinto-me, até, estranhamente optimista. Não é nada de cientifico, reconheço, mas ainda me lembro de quando muita desta malta não foi capaz de prever a crise passada. E de outros que já o BES se estava a afundar e ainda garantiam que aquilo era investimento do mais seguro que havia.

O que tem isto a ver com a foto que acompanha este texto? Tudo. A começar por ser, a haver crise, uma grande merda. E, também, porque a existir necessidade de financiar o orçamento do Estado seria bom que em lugar de assaltar os do costume, pensassem em alternativas. Daquelas que taxam o assessório, o luxo, o dispensável ou o inútil. Caẽs a gatos, por exemplo. Só os tem quem quer e, já dizia a minha avó, quem quer luxos paga-os. Por que raio hei-de eu pagar anualmente umas centenas de euros de imposto da minha casa – coitada não sai de onde está e não faz mal a ninguém – e quem tem um cão, ou dez, não paga praticamente nada?! A julgar pelo inusitado número de bicheza dessa que por aí circula, seria meia crise paga...

Rigor informativo, precisa-se.

Kruzes Kanhoto, 20.04.20

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Quarenta pessoas terão invadido um quartel de Bombeiros numa localidade vizinha. Isto, claro, ao que é noticiado pela comunicação social mais dada a este tipo de relatos. Que a outra, séria, credível e de referência a estas coisas habitualmente diz nada. É como se não acontecessem. Já o Trump largar um peido, isso sim, é que é noticiazinha da boa.

Mas, voltando ao quartel invadido por pessoas, acho piada à noticia. Não é que invadir um aquartelamento seja do que for constitua motivo para risota. Mas a informação quer-se rigorosa, caso contrário presta-se a interpretações dúbias e que podem desvirtuar o sentido da noticia. E dizer “pessoas” dá azo a alargadissiomo leque de especulações.

Eu, por exemplo, quando li a noticia pela primeira vez fiquei a pensar se teriam sido os comunistas. Aquilo é uma terra onde o PCP ainda ganha eleições e podiam, sei lá, ter ido ocupar o quartel para fazer uma cooperativa, ou isso. Mas, pensando melhor, calculei que não. Os comunas são todos velhos e já não têm ganas para fazer tal coisa. Vai daí e, por breves instantes, acreditei que tivessem sido os jovens. Por norma, quando há rebaldaria, costuma ser culpa dos jovens. Ná, vendo bem também não podiam ser esses. São tão poucos que havia de ser difícil juntar quarenta para consumar uma invasão. Conclui que, atendendo aos contornos da ocorrência, fosse quem fosse que invadiu à bruta o quartel dos soldados da paz, aquilo tratou-se de uma refinada patifaria. E foi aí que se fez luz. Foram os patifes! E as patifas, que eu não sou de discriminações.

A um morto nada se recusa...e a um velhinho também é melhor não!

Kruzes Kanhoto, 19.04.20

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Os velhos são teimosos como o caraças. Quando metem uma ideia na cabeça não adianta contraria-los. Enquanto não levam a deles avante não descansam e ai de algum pateta que ouse sugerir que eles não estão cobertos de razão. Não os critico. Um dia destes – já amanhã, praticamente – estarei nesse grupo e, de certeza absoluta, também serei assim. Até quase garanto que quando chegar esse dia, sem me esforçar muito, estarei acima da média ao nível da teimosia.

É por estas e por outras, que nem questiono - ao contrário do que anda por aí meio mundo a fazer - a realização da sessão comemorativa do 25 de Abril, das manifestações do 1º de Maio ou seja lá o que fôr que os velhinhos saudosistas que mandam nisto tudo queiram comemorar. Não vale a pena lembra-los que Espanha é aqui mesmo lado e que por lá se vive uma situação dramática. Muito pior, em termos de vidas perdidas, do que acontece nos EUA, apesar de toda a propaganda pretender que acreditemos no contrário. Um cenário terrível, potenciado por um jogo de futebol e pelas gigantescas manifestações do dia da mulher que se realizaram por toda a Espanha. Sim, que devia vir um grande mal ao mundo se, tal como o 25 de Abril, um jogo da bola não se realizasse ou as comemorações do 8M tivessem ficado para outro dia. Assim já sabemos que veio...

Palmas à janela e insultos no teclado

Kruzes Kanhoto, 18.04.20

Sucedem-se os artigos de opinião, produzidos pelos alegados especialistas da especialidade, a concluir pela inevitabilidade do congelamento, mais uma vez, dos vencimentos dos funcionários públicos. Quando não pior. Há mesmo quem sugira despedimentos e reduções salariais. Se olharmos para os comentários que estas divagações suscitam aos leitores, seguidores e o que sejam, então, é que é o bom e o bonito. Se os opinadores e paineleiros do regime dizem esfola, os comentadeiros de serviço dizem mata.

Quem me segue conhece – e quem não segue é escarafunhar nos posts antigos que fica a conhecer - a minha opinião acerca de perdas de rendimento. Sejam elas pela via de aumento de impostos ou de cortes nos ordenados. Tanto as do tempo do Sócrates – convém lembrar quem começou – como as do Passos Coelho. Foram, ambas, perfeitos disparates. Tal como serão as futuras. Daí que nem perca um segundo do meu tempo a rebater conceitos idiotas e sobejamente fracassados de combater crises.

O que verdadeiramente me aborrece é a hipocrisia. Seguramente entre os que defendem essa tese e os que a aplaudem haverá muita gente que, por estes dias, tem andado a bater palmas a médicos, enfermeiros, bombeiros, policias, homens do lixo e sei lá mais a quem. Ficava bem que, no fim das palminhas, os avisassem que sim senhor, estão muito gratos, mas estão a ganhar demasiado.

O pirata, o juiz e a dita. Que com aquelas fuças o melhor é esquecer o resto...

Kruzes Kanhoto, 17.04.20

Há tiques que nunca se perdem. Acompanham-nos ao longo da vida. Ana Gomes – aquela criatura que parece o Herman José quando se veste de mulher, mas em mais feio – conservará uns quantos desde a juventude. Quando, a fazer fé nos relatos da época, era uma convicta maoista, marxista, leninista, troskista ou outra maleita daquelas que, por norma, se apanha enquanto jovem. Ou, como se diz por cá, na idade da parvoeira.

Mais tarde mudou para o PS. Que é a escolha óbvia para quem, oriundo dessa área, pretende fazer vida na política. Não que seja uma questão de convicção mas, antes, uma questão de oportunidade. Ou de oportunismo, depende do ponto de vista.

Os tiques daquela militância, contudo, ainda lá estão. O gosto pelas ditaduras é um deles. Agora manifesta-se contra o juiz que calhou em sorteio ao seu protegido Pinto, o pirata. Não queria aquele. Diz que é do Benfica, logo não serve. Nas ditaduras é que o juiz e os tribunais fazem aquilo que o poder político deseja. Aqui, por enquanto, ainda não é bem assim. Para desgosto de muita gente, reconheço. Mas, mesmo chegados a esse ponto, vai ser difícil. A menos que não ser do Benfica passe a constituir um dos requisitos para a admissão ao CEJ, a esmagadora maioria dos juízes, como no resto da sociedade, serão sempre benfiquistas. E, para azar dela e do pirata, há sempre a forte probabilidade dos restantes serem todos pessoas de bem.

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