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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

E o sol brilhará para todos nós...

Kruzes Kanhoto, 31.03.20

O país está parado. Ou quase. Não sei se bem, mal ou assim-assim. Nem, sequer, se havia outra alternativa menos dolorosa para o presente ou para o futuro. Por mim, que até nem sou especial adepto das teorias da conspiração, começo a desconfiar das moscas. E da merda também, já agora.

Não envolvo na minha desconfiança as teorias rocambolescas acerca da origem do vírus. Nem, tão-pouco, as intenções mais ou menos maquiavélicas que estarão por trás dele. Isso fica para os especialistas da especialidade que pululam pelos Facebooks e afins. Fico-me pela política caseira. Quando leio e ouço gente com responsabilidade governativa defender nacionalizações e, sobretudo, vejo o governo a que pertencem discriminar vitimas da crise em função da sua suposta “classe social”, dá-me assim a modos para desconfiar acerca do que esta gente anda a magicar. Que isto - é dos livros – estes momentos são propícios a certas cenas. Maradas, quase todas, como a história nos tem demonstrado.

Fiador escaldado de caloteiro arrependido tem medo...

Kruzes Kanhoto, 29.03.20

As declarações de António Costa relativamente ao ministro das finanças holandês geraram um consenso pouco habitual entre os portugueses. É natural que assim seja. Qualquer líder de meia-tigela sabe que, para unir as “tropas”, nada melhor do que arranjar um inimigo externo. Mesmo que imaginário. Exemplos desses há por aí aos pontapés.

Mas sim, o homem tem razão relativamente à parte do repugnante. Não lembra a ninguém perguntar a quem está a morrer, onde é que andou a gastar o dinheiro de que agora precisa para se curar. Mesmo que, reconhecidamente, o moribundo tivesse sido um gastador inveterado.

Tem também razão quanto à mutualização da divida a que holandeses, alemães e outros se opõem. Hoje, mesmo sem percebermos muito bem porquê e não estarmos a ver as consequências futuras disso, quase todos achamos uma boa ideia. Convinha, digo eu, era tentar compreender quem está contra. Façamos um pequeno exercício. Todos temos um ou mais amigos com, digamos, hábitos de consumo extravagantes e, consequência disso, manifesta dificuldade em pagar as contas. Estaríamos nós dispostos a contrair um empréstimo conjuntamente com eles? Pois...os holandeses também não.

#vamostodosficarmenosjavardos

Kruzes Kanhoto, 28.03.20

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Quem não tem cão caça com gato e, por estes dias, quem tem medo do vírus e as açambarcou em bom tempo, usa luvas. Quem tem medo, mas já não foi a tempo de açambarcar, desenrasca-se como pode. Não precisam é de ser javardos. Muito menos de deixá-las à porta dos outros. Da minha, no caso.

Podem ter o cuidado que quiserem. É uma cena muito valorizável que só lhes fica bem. Mas assim, com esta atitude, podem estar a contribuir para propagar a doença. Nomeadamente a um canito ou bichano mais curioso. Depois venham para cá com correntes e rezas...

Os papagaios voltaram...

Kruzes Kanhoto, 27.03.20

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Os especialistas da especialidade já andam por aí - por aqui e por todo o lado – a prever uma crise de proporções épicas. Nalguns casos os mesmos, curiosamente, que foram incapazes de desconfiar da aproximação da crise passada são agora de uma enorme perspicácia na visualização da crise futura. De proporções apocalípticas, reforço eu, se bem interpreto as suas sábias palavras.

Até pode ser que tenham razão. Mas, pelo sim pelo não, apetece-me desde já e para principio de conversa, mandá-los à merda. É que algumas dessas alimárias não se coíbem de - ainda sem saber se há crise nem, muito menos, saber a sua dimensão - mandar bitaites quanto à maneira da resolver. E, surpresa, a solução que preconizam é cortar vencimentos e despedir funcionários públicos. Isto, acrescentam, para que o Estado possa apoiar as empresas, injectar dinheiro na economia e essas cenas.

Será, certamente, o que mandam os livros por onde aprenderam. Embora, assim de repente, me pareça que essa solução iria tirar dinheiro à economia e acabaria por estourar definitivamente com o que resta dos serviços públicos. Não sei porquê mas desconfio que, outra vez, à boleia da crise e dos apoios governamentais que todos os dias – e bem - são anunciados, muito oportunista irá encher as algibeiras. A começar, se calhar, pelos papagaios, de todos os quadrantes, que não se cansam de arranjar ideias para a governação do país. Mesmo que, muitos deles, nem as próprias vidas saibam governar.

Passear em tempo de guerra é coisa de estúpidos...

Kruzes Kanhoto, 25.03.20

Desde que a geringonça tomou conta dos destinos do país que considero ser o ministro dos negócios estrangeiros o gajo com mais juízo dentro daquela pandilha. Embora, dado todos os antecedentes conhecidos a nível político, isso não constitua nada de particularmente tranquilizador. Antes pelo contrário.

Não serei o único a ter esta opinião e o tempo, esse grande conselheiro, tem dado razão a quem assim pensa. Nisto do vírus chinês o homem voltou a estar à altura. Notável e muito bem esgalhada aquela resposta de que o MNE não é uma agência de viagens. Por mais que ande por aí meio mundo a criticar o homem, a razão está toda do lado dele. É que isto não lembra ao mais estúpido sair do país, para destinos mais ou menos exóticos, num tempo em que o actual cenário era já mais do que previsível. Quem é que os mandou ir de férias para o cú de Judas? Agora tirem proveito da estadia, façam muitas fotos para o Instagram e, sobretudo, não aborreçam.

Kruzes em Kasa...*

Kruzes Kanhoto, 23.03.20

Por cá foi dia de teletrabalho. O primeiro. O que não deixa de ser irónico. Começar a teletrabalhar quando devia estar reformado…

Cuidado com as cantorias às varandas. Parece, segundo defendem alguns especialistas da especialidade, que constitui uma infracção qualquer. Viola os direitos de autor, ou lá o que é. Com a dramática perda de rendimento dos cantantes, pouco me espantará se essa idiotice fizer escola…

O Papa Xico pronunciou-se hoje acerca de despedimentos, empresas, desemprego, miséria e não sei mais o quê. Fez bem, o homem. Só faltou apresentar soluções. Ou, pelo menos, anunciar uma ajudazinha qualquer além da divina...

* Não é erro ortográfico. Já estou é como a outra, "cada um escreve como quer"!!!

"Fujem", "fujem"!!!

Kruzes Kanhoto, 22.03.20

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Parece que nos últimos dias terão sido mais que muitos os que se fixaram no Alentejo para escapar ao vírus chinês. Os “montes” dos ricaços – ou falidos, que nisto como noutras coisas a doutrina diverge – desertos durante quase todo o ano estarão agora habitados e, segundo alguns relatos, nos supermercados da região o sotaque alentejano já não é predominante.

Uma atitude sensata, admito. Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Não vou, portanto, alinhar naquela treta – muito partilhada nas redes sociais – que os desaconselha vivamente a viajar para cá e, ainda que não declaradamente, lhes sugere que zarpem mas é daqui para fora. Nada disso. Por mim são muito bem-vindos.

Tenho, no entanto, uma má noticia. Ainda que o tal Covid-19 tenha por aqui uma taxa de incidência menor que noutras zonas, se olharmos para as estatísticas o Alentejo é a região do país onde se verificam mais óbitos. Por cada cem mil habitantes, no mês de Janeiro, quinaram 146,73. Verdade que isso dos rácios vale o que vale...mas nunca fiando.

O velho, o cigano e o papel

Kruzes Kanhoto, 21.03.20

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Esta foto foi obtida ontem numa superfície comercial cá da terra. Como se constata, papel higiénico é coisa que não falta. Podemos fazer merda à vontadinha que não será por falta desse artigo de primeira necessidade que ficamos com o rabo cagado.

Por falar em merda, vontadinha e necessidades. Ontem, cá no burgo, a generalidade da população soube manter-se no recato das respectivas residências. Excepto, obviamente, os que tivemos de trabalhar. As ruas da cidade estavam desertas. Ou quase. Ciganos e velhos continuavam a andar por aí como se nada fosse. Os primeiros parece que acreditam estar imunes ao vírus. Um deles, um destes dias, garantia que não os afectava e justificava-se por em Espanha, entre os inúmeros mortos, não se contar nenhum cigano. Quanto aos segundos desconfiam que algo invisível lhes possa fazer dano. Vá lá alguém convence-los que se aquilo os apanha o mais certo é terem guia de marcha. Se, uns e outros, continuarem a cirandar por aí vamos todos ver esclarecidas essas certezas...

Pancadaria ou babyboom?

Kruzes Kanhoto, 19.03.20

Andava eu para aqui a dizer a quem me queria ouvir – poucos, na verdade, se dão a esse trabalho – que estas cenas da quarentena, da obrigação de ficar em casa ou, até, do teletrabalho iam dar origem a um babyboom quando, afinal, o que os especialistas da especialidade temem é um aumento da violência doméstica. Eles lá sabem. Mas, se assim fôr, então os tugas são mesmo burros. Sem ofensa para os asnos. Desperdiçar o tempo a brigar, quando o podiam aproveitar para actividades muito mais interessantes, é mesmo coisa de parvo. Lá para Janeiro ficaremos a saber...

Ó valha-me eu!

Kruzes Kanhoto, 17.03.20

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Seja lá quem fôr a quem ocorreu a ideia deste wc, já teve, de certeza absoluta, ideias muito melhores. Mesmo o improvisado resguardo para as partes pudibundas não se afigura capaz de garantir uma cagada tranquila a ninguém. Nem, sequer, à mais infeliz vitima de uma inopinada trovoada intestinal.

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