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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Chega de Joacines e "Deus" nos livre de Venturas

Kruzes Kanhoto, 30.01.20

Numa leitura ligeira – tão ligeira quanto o assunto merece – das diversas redes sociais, é fácil concluir que o tema Joacine vs Ventura constitui o assunto do momento. No Twitter e nos blogues a contenda estará, parece-me, mais ou menos empatada. Aparentemente os internautas dividem-se no apoio a um e a outro e comungam, quase todos, nas ofensas aos adversários.

Já no Facebook o Ventura vence por maioria absoluta. Mesmo com a política de bloqueio daquela coisa, que permite a quem é de esquerda escrever as barbaridades que lhe dão na real gana e persegue, segundo a melhor tradição da censura, quem manifesta opiniões fora do actual espectro do politicamente correcto e do marxismo cultural vigente.

Enquanto isso, na rua – a rede social que de facto importa – André Ventura ganha de goleada à criatura de quem o Livre se quer ver livre. Uma sondagem acerca do caso era capaz de dar um resultado parecido com o das eleições no FC do Porto. Quase idêntico, quiçá, ao da eleição de qualquer secretário-geral do PCP, tal é a popularidade das declarações do gajo do Chega.

Não sei se alguém já imaginou um hipotético cenário – esperemos que nunca passe disso – de um parlamento com maioria absoluta de Joacines. Ou de Venturas. Será que mesmo aqueles que se mostram encantados com estas criaturas gostavam de viver num país assim?. Se sim o melhor é marcarem já consulta. No privado, de preferência, que no SNS pode ser demasiado tarde.

O racismo é um negócio

Kruzes Kanhoto, 29.01.20

Racismo é aquilo que a esquerda quiser. Tal como a xenofobia, a homofobia e mais uns quantos conceitos patéticos que, na ausência de alguma coisa útil para fazer, ocorreram a uns quantos palermas. Palermas é, claro, uma maneira de dizer. Que, vendo bem, os gajos são espertos na quinta casa. Se não veja-se, à conta dessas parvoíces, o dinheiro que os contribuintes gastam alegadamente a combate-las. Só em comissões, observatórios, direcções-gerais, secretarias de estado, grupos de trabalho, institutos, subsídios às mais variadas instituições e tudo o que anda associado as estas temáticas presumo que seja uma conta calada.

Devem ser uns milhares de criaturas a viver da discriminação. Daí que lhes interesse que exista muita. Só assim há lugares para distribuir por gente que nada sabe fazer na vida para além de viver do dinheiro dos contribuintes. Eles estão-se nas tintas para as dificuldades dos negros, dos ciganos ou de quem for. O que lhes interessa é o rendimento que aquilo a que chamam discriminação lhes dá. E, mesmo não sabendo quando, desconfio que é muito. Seguramente muitíssimo mais do que o racismo contra o qual estão sempre a berrar, os idiotas.

Criminosos com punhos de renda

Kruzes Kanhoto, 28.01.20

De repente palavras como “alegado” ou “alegadamente”, usadas sempre que jornalistas e comentadores diversos se referiam a eventuais crimes e a potenciais criminosos, quase desapareceram do vocabulário jornalístico e televisivo. Afinal os meliantes são mesmo uns patifes e o hacker é mesmo hacker. Falta-lhe, ainda, é ser herói nacional. Mas está quase. Gente a tratar disso é coisa que não falta. Já se sabia que alguns crimes compensam e agora ficámos a saber que alguns, para além de quase legítimos, até são muito valorizáveis.

Por mim nunca tive grande apreço por criminosos, meliantes ou patifes de qualquer espécie. Detesto também, em igual medida também, os justiceiros. Aquela cena das milícias populares para combater os delinquentes, por exemplo, nunca lhe achei piada. E, usando o mesmo principio de guerra ao crime, se todos começarmos a invadir os computadores alheios para descobrir os podres uns dos outros, à caça de eventuais praticas criminosas, também vamos ser heróis? Será muito diferente de andar com uma moca atrás de ladrões? Ou o uso de um teclado legitima o crime? Se calhar, sim. Afinal gente fina é outra coisa.

Para baixar o IRS seriam capazes de fazer o mesmo?

Kruzes Kanhoto, 26.01.20

Numa sessão pública de uma assembleia municipal um grupo de cidadãos que assistia aos trabalhos forçou – de forma pacifica, diga-se - um determinado número de eleitos a repensar a sua posição, após a primeira votação não ter produzido os resultados que os ditos cidadãos desejavam. Em causa estava autorizar uma das mais endividadas câmaras do país a contrair um empréstimo com o intuito de recuperar o centro histórico em ruínas de uma aldeia praticamente deserta.

Não questiono – nem me interessam - a bondade do investimento, as contas da autarquia em causa, a legitimidade dos cidadãos fazerem ouvir a sua voz nem, sequer, o direito a cada um mudar de opinião e alterar o sentido de voto. Há, apenas, duas coisinhas de nada que me apoquentam. A primeira é que continuamos a apreciar a ideia de esturrar à tripa forra o dinheiro que não temos. A segunda, é que quando se trata de baixar impostos ninguém é capaz de fazer o mesmo. Não sei qual delas a pior.

IRS - Infectados, roubados e sovados

Kruzes Kanhoto, 24.01.20

Depois dos duques não sei do quê na outra semana, esta andou sempre à volta da Isabel dos Santos e de um vírus manhoso. Houve, também, aquela cena de pancadaria na Amadora. Racismo, berram uns quantos. Os do costume, no caso. Em relação à pancadaria, bem entendido, que o vírus ataca toda a gente e a empresária angolana – ou russa, sei lá - é rica demais para essas coisas. Tudo temas que pouco me importam. Nem, acho eu, merecem o destaque que lhes tem sido dado. Mas, por aquilo que me apercebo, entusiasmam quase todos.

Acabei a semana a olhar para a declaração de rendimentos auferidos e de retenções de irs, referentes ao ano findo, que a minha entidade patronal hoje me entregou. Tal como, suponho, deve ter acontecido ou irá acontecer por estes dias à generalidade de quem trabalha por conta de outrem. Ocorreram-me, enquanto olhava para a prova do crime, uns quantos pensamentos envolvendo vigaristas, gente a precisar de tratamento urgente e malucos diversos. A todos, confesso, me apeteceu partir os cornos. Mas não posso. Entre governantes, apoiantes fervorosos e pessoal que não se importa de ser roubado são mais que muitos.

Pobreza socialista

Kruzes Kanhoto, 22.01.20

Aumentar o salário mínimo nacional pode ser uma medida muito simpática. Agradável, vá. Nomeadamente para quem o recebe. Para os restantes trabalhadores, que ganham igualmente uma miséria e veem a sua remuneração cada vez mais perto do SMN, não tem piada nenhuma. Constitui um factor de desagrado, desmotivação e, mais do que tudo isso, a degradação do seu vencimento e das suas qualificações.

Este crescimento dos salários mais baixos, a par da estagnação de todos os restantes níveis salariais, é particularmente escandaloso na função pública. A uniformização a que se está proceder faz com que, por exemplo, um assistente operacional acabadinho de chegar aufira, em termos liquidos, praticamente o mesmo do que um assistente administrativo com vinte anos de trabalho. Quando, como decorre das funções de cada um, o nível de especialização e de responsabilidade que são exigidos a um e a outro nada tenham de comparável. Convém recordar que antes destes malucos tomarem conta do poder, a diferença entre ambos rondaria valores na ordem dos trinta a quarenta por cento.

Com esta política, há cada vez mais gente a ganhar o SMN. Duvido que isso constitua um factor de progresso, de coesão social ou de seja lá o que for. Do que tenho a certeza é que este igualitarismo salarial não trará, a médio prazo, nada de bom. Para ninguém.

Se isto é refrescante prefiro o aquecimento global...

Kruzes Kanhoto, 19.01.20

Desconfio sempre das “lufadas de ar fresco”. Nomeadamente quando elas são anunciadas de forma entusiástica e apresentadas como potenciadoras de gerar uma espécie de admirável mundo novo. Dá, invariavelmente, mau resultado. Em termos políticos a coisa foi experimentada nas autarquias, com a eleição de dezenas de movimentos independentes para os governos locais. Era, dizia-se, a abertura do poder a gente descomprometida dos partidos, dos interesses instituídos e, só faltou dizer, a chegada do puros aos centros de decisão. O resultado é conhecido. As diferenças é que não.

O mesmo acontece com os novos partidos que chegaram, em Outubro, ao parlamento. Veja-se o caso da senhora deputada do Livre. Mal educada, com um discurso agressivo, segregacionista e, como se viu por estes dias, agarrada ao lugar. Ao tacho. Aquilo é como dizia a minha avó. Se queres ver um pobre soberbo dá-lhe a chave de um palheiro. A intervenção dela no congresso do partido é disso um bom exemplo. Faz, quase, lembrar os discursos do Hitler. Se não no conteúdo – não percebo nada de alemão – pelo menos na forma. Nada de surpreendente. As lufadas de ar fresco normalmente dão em borrasca.

Ventura populista

Kruzes Kanhoto, 13.01.20

O patriarca da comunidade cigana de Borba pronunciou-se publicamente, em entrevista a um órgão de comunicação social, acerca dos acontecimentos que envolveram alguns membros daquela comunidade e os bombeiros locais. Entre justificações para o ocorrido e outros lamentos relativamente à forma como a dita comunidade é tratada – ou destratada, na sua opinião – pela restante população e diversas entidades publicas, o cavalheiro refere a certa altura que “vêm os pretos, os chineses, os coreanos, seja lá quem for, dão-lhes todas as condições”.

Só não digo que se tratam de afirmações populistas porque, tal como eu, o homem nem saberá o que é essa cena do populismo. Mas cheira-me aqui a um discurso xenófobo. Daquele próprio de gajos como o André Ventura e que é necessário erradicar da nossa sociedade por constituírem um perigo para a democracia. Vai daí, o facto do dito patriarca e autor destas declarações ser de apelido Ventura pode não ser mera coincidência...

"Deixem-se de ser hipócritas!"

Kruzes Kanhoto, 12.01.20

Dos muitos textos que já se escreveram e publicaram acerca da trágica morte do jovem cabo-verdiano em Bragança, retive este excerto de um deles. Publicado, se calhar apenas por acaso, por alguém que se afirma ideologicamente de esquerda. “Mas alguém tem alguma dúvida de que se fossem 15 jovens negros a espancar um jovem branco e, como consequência, este morresse, com culpa ou não daqueles, nesse mesmo dia ou no seguinte esse assunto encheria os jornais e telejornais?! Já lá vão mais de dez dias! Deixem-se de ser hipócritas”.

Não posso estar mais de acordo. Mas, a fazer fé nos inúmeros relatos do que alegadamente se terá passado, nunca a coisa podia encher telejornais. Não seria politicamente correcto. Daí a censura, a desinformação e a manipulação da opinião pública. Estes acontecimentos apenas constituem motivo para largas horas de debates, reportagens, declarações de ministros ou abraços presidenciais quando os agressores não integram qualquer espécie de minoria. Étnica, sexual ou outra. Pois, como toda a gente sabe, apenas ao homem branco, heterossexual e que não faça parte de nenhum grupo minoritário com opções esquisitas assiste essa coisa do racismo. Fazendo minhas as palavras do esquerdista, deixem-se de ser hipócritas!

Que saudades de uma grandolada...

Kruzes Kanhoto, 11.01.20

Insisto. O banco público – a tal vaca sagrada que não pode ser privatizada – sacar cinco euros e quinze cêntimos por mês da conta de um cliente é um roubo. Uma vergonha, como diria o outro. E mais vergonha é o silêncio ensurdecedor que vem das bancadas parlamentares do BE e do PCP. Vergonhoso é igualmente a ausência de qualquer espécie de reacção por parte da sociedade. As saudades que eu já tenho de ouvir o velho Jerónimo, as esganiçadas malucas e a camaradagem em geral a malhar na banca, nos banqueiros e a manifestar a mais veemente preocupação pelos roubos que a toda a hora eram praticados por aquele maléfico governo de direita. Agora estão todos mais calados que uns ratos. Nem um protestozinho ou uma grandolada ou, ao menos, uns dichotes parvos a sugerir a nacionalização da banca. Ah, espera, a Caixa Geral de Depósitos é do Estado. Está ao serviço do povo, portanto. Ainda bem que não deixámos o Passos Coelhos privatizá-la. Ufa, do que nós nos livrámos...

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