Poupança?! Eh pá, poupem-me...
Acho piada aos argumentos usados para justificar os baixíssimos níveis de poupança dos portugueses. Baixos salários, instabilidade do emprego ou a fraca remuneração - inexistente, mesmo – do dinheiro depositado na banca tudo serve de justificação para o pagode esturrar todo o guito que lhe chega à algibeira.
Faz-me espécie, mas presumo que seja só a mim, que ninguém admita que a ausência de poupança constitua apenas uma opção. O pagode – na sua imensa maioria, pois existirão sempre particularidades diversas - gasta porque quer e pode. Não se trata de necessidade. Até porque, comparando com o início da década de setenta do século passado, poupa-se muito menos. E a mim – logo a mim - não existe alminha capaz de me convencer que nesses tempos os ordenados eram superiores e as condições de emprego eram melhores. As opções é que eram outras e, principalmente, o consumo e as prioridades é que nada tinham a ver com as de hoje.
Não me parece mal que o pessoal de hoje não poupe ou se afunde em dividas. Cada um é mal governado e caloteiro na medida do que melhor lhe aprouver. O que me aborrece mesmo é depois, quando a coisa aperta, ser eu a pagar. E a conta deste desvario colectivo, servida pelo Diabo ou por outra divindade maléfica qualquer, não tardará a chegar.