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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Enfeites

Kruzes Kanhoto, 29.04.19

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Catitas estas cenas que andaram a colocar nalguns candeeiros cá da cidade. Fica bonito, aquilo. O que me dá fezes é a rega. Deve dar um trabalhão do camandro. Esperemos que, apesar dessa contrariedade, as florezinhas não faleçam. Caso isso se verifique podem sempre ser substituídas por outras de plástico. Que essas, ao menos, não requerem água. Ou, em alternativa, por flores de papel. Ou em croché. Ou de material reciclado, que agora é uma cena altamente valorizável. Feitas, por exemplo, no âmbito de uma actividade qualquer da academia sénior. Que, dizem, tem por lá gente jeitosa. Até já me imagino a apreciar a rara beleza de um vaso de tulipas construidas com garrafas de vinho ou a inusitada originalidade de um ramo de begónias criado a partir de latas de atum.

Ambientalistas...mas com vista para o mar!

Kruzes Kanhoto, 28.04.19

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Se toda a gente garante – desde sábios reconhecidos a idiotas com vontade de serem conhecidos – que as alterações climáticas são culpa da humanidade e que constituem uma ameaça ao nosso futuro, não serei eu, pobre ignorante, a duvidar de tão evidente evidência. Até porque, garante também um rol imenso de gente entendida no assunto, Portugal será dos países mais afectados. Nomeadamente por causa da subida do nível do mar. Dizem os especialistas especializados nesta especialidade que vai subir como o caraças. Uma chatice. Ou não, pois vendo a coisa pelo lado positivo, passamos a ter a praia mais perto.

O que me deixa desconfiado nisto do clima, mais do que a sua mudança, são os gajos que andam por aí a reclamar por alteração de comportamentos de forma a minimizar os estragos que temos feito ao ambiente. É que, não sei se já alguém reparou nisso, mas os grandes investimentos públicos – e privados, também – são todos no litoral. Mesmo junto à costa, em muitas circunstâncias. E, vejam lá o meu espanto, ninguém reclama nem rasga as vestes contra eles. Ou, no mínimo, exige a sua localização no interior. Assim de repente e já meio enervado, recordo-me da Fundação Champaulimaud, daquele museu da EDP ou, agora, do novo aeroporto. Tudo para ficar submerso, se as previsões se concretizarem. Nada que incomode ambientalistas e outros sábios. Vá lá saber-se porquê. Ou, se calhar, até sabemos.

O trabalho dominical também é um valor de abril...

Kruzes Kanhoto, 25.04.19

Fui ler os argumentos dos defensores do encerramento ao domingo dos centros comerciais. São poucos. Resumem-se a uma retórica bacoca sobre qualidade de vida, ocupação de tempos livres e mais tempo para a família. Que ainda assim, diga-se, constitui a parte menos má do argumentário. Pior é a extensa lista de actividades alternativas sugeridas às multidões que aos domingos se passeiam pelos antros do consumo. Que vão ao cinema, visitar museus e exposições ou simplesmente fiquem numa esplanada a comer um gelado e a apanhar sol, são algumas das sugestões. Tenho os mais fundados receios acerca da sanidade mental deste pagode. É que, parece-me, para podermos desfrutar de toda esta panóplia de divertimentos, alguém teria de bulir.

Esta questiúncula só me faz lembrar aquilo dos padeiros, no pós vinte cinco do A. Uns iluminados acharam que aqueles trabalhadores deviam ter direito a um horário de trabalho igual aos demais. Das nove às dezoito. E tiveram-no, graças a argumentos como os que agora evocam, durante uns dias. As consequências de tão grande disparate são fáceis de adivinhar. Daí que tudo tenha voltado rapidamente ao normal. Mas agora essas ideias e a gente que as defende estão, outra vez, com a corda toda. Começa a ser tempo de lha puxar.

Apanhados do clima (II)

Kruzes Kanhoto, 24.04.19

 

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Uma campanha publicitária actualmente em curso questiona-nos se podemos mudar o mundo sentados no sofá. Uma questão pertinente, essa. Mas, tal como os criativos que a engendraram, também acho que se pode contribuir para isso mesmo sem sair de casa. Pode-se até, disso tenho a certeza, fazer muito mais do que aqueles profissionais do protesto - há quem lhes chame activistas - que passam a vida em manifestações patéticas.

Como aquela de Londres, por exemplo, onde uns quantos apanhados do clima estão acampados em protesto, dizem, contra as alterações climáticas e a falta de medidas para as combater. Calculo que tenham muitas ideias e que, individualmente ou em conjunto, se fartem de contribuir para um planeta mais saudável. Embora, assim de repente, não pareça nada. Deixando de lado certas práticas que, desconfio, a maioria daquela malta não prescinde, basta olhar para os cabelos pintados em cores sortidas, que quase todas as manifestantes exibem, para se perceber quanto estão preocupados e o que contribuem para a preservação do ambiente. Ou vão alegar que a tinta para tingir o cabelo não polui nadinha?!

Efeitos da seca e disso...

Kruzes Kanhoto, 23.04.19

 

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(Estremoz - castelo)

Em tempos terá sido um fontanário. Hoje, ao certo, não se sabe o que será. Nem, a bem dizer, o que está ali a fazer. Acho piada é que lhe tenham cortado as bicas – a do outro lado teve igual sorte - e deixado o resto. Um acto de vandalismo, certamente. Ou apenas alguém que o quis “calar” para sempre. Mas fracassou, se era essa a intenção. É que ele assim “fala” muito mais...

Peixinhos vermelhos a nadar em água benta...

Kruzes Kanhoto, 22.04.19

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Ciclicamente o tema dos hipermercados abrirem ou não aos domingos regressa ao debate. Desta vez foi um padrecas qualquer a suscitar a questão. Presumo que por causa das audiências das homilias dominicais não pararem de bater recordes negativos. Assim de repente não estou a topar outra razão. Ninguém se tem manifestado incomodado com o actual sistema e, se fossemos por aí, muitos outros sectores teriam de encerrar. Todos, se calhar. É que, por esta ordem de ideias, exceptuando os relacionados com a saúde e a segurança não se justifica mais nenhum tipo de labor dominical.

Calculo que não tenham sido os fieis a encomendar o sermão. Pelo contrário. Por esta altura devem estar com vontade de o mandar ter com as alminhas ao purgatório. Ou pior, se olharmos para o que muita gente faz para ganhar umas horas extras. Bom, na verdade depende. Conheço uma entidade pública – lá para o norte – onde até, alegadamente, nem farão nada. A dita entidade é que lhes arranjará umas alegadas actividades pós-laborais para a malta arredondar o vencimento. Incluindo ao Domingo.

I kill you...

Kruzes Kanhoto, 22.04.19

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Diz que esta criatura, de aspecto cordato e simpático, será um dos criminosos envolvidos nos atentados em igrejas e hotéis no Sri Lanka. Más línguas. Obviamente que não pode ser. Ao que garantem aquilo terá sido obra de uns quantos budistas radicais. Mas, seja lá quem fôr que tenha rebentado com aquilo tudo, não temos nada a ver com isso. Cada um atenta quando quer e contra quem lhe parecer melhor. O direito a atentar, a par do direito a aterrorizar, devia até estar consagrado na carta das nações unidas, na declaração dos direitos do homem ou na constituição europeia. Se é que não está já, enquanto eu estou para aqui com especulações. Mas, não querendo colocar em causa a liberdade do senhor a chacinar pessoas, há um pequeno pormenor que me deixa ligeiramente curioso. O que faz a nossa bandeira ali mesmo atrás do verme? Será que o gajo, antes de se explodir, estava a pensar pedir um visto gold, ou isso?

Tema "facturante"

Kruzes Kanhoto, 19.04.19

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"Cliente estrangeiro"?! Querem ver que tenho cara de magrebino, eu?! Ou é o empregado que tem nome esquisito?! E se fosse "O cliente tem sempre razão"? Ou, quiçá, "o freguês do costume"? Todas questões irrelevantes, estas. Até porque ninguém me manda esmiuçar a factura. Mas, garanto, o café é bom. E, no caso, isso é que importa…

A caminho do socialismo

Kruzes Kanhoto, 18.04.19

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Afinal não vai ser preciso aquilo do racionamento. Os tais quinze litros por abastecimento, ou lá o que era. Mas fica o aviso. É assim sempre que iniciamos o caminho para o socialismo. Por isso, já que esta gente parece estar para ficar no poder por mais uns anos, é bom que nos habituemos. Nomeadamente aqueles que nunca passaram por experiência semelhante.

Por mim apenas vivenciei isso do racionamento era ainda um puto imberbe, nos idos do PREC. Quando, recorde-se, quem estava no poleiro a conduzir-nos rumo ao glorioso paraíso socialista eram os mesmos que lá estão hoje. Havia escassez de alimento – milho, ou algo parecido - para os galináceos e, para garantir que a bicharada da minha avó não passava fome, fui arrastado para a fila que pela madrugada se formava no “Grémio da lavoura”. Uma maneira expedita de duplicar a dose. Nunca cheguei a saber, nem isso na altura me interessou muito, de quem era a culpa da falta do dito produto. Devia ser dos contra-revolucionários, dos fascistas ou da direita em geral. Do governo de então – fantástico e amigo dos trabalhadores e do povo, como este – é que não era de certeza. Tal como agora. Ou não estivéssemos, tal como então, a caminhar para o socialismo. Ou para a venuelização, que é mais ou menos a mesma coisa.

A greve, a discriminação e os votos

Kruzes Kanhoto, 17.04.19

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Esta greve dos gajos que transportam mercadorias perigosas suscita-me umas quantas questões. Cada uma mais impertinente que outra. Logo, a começar, pela mais inquietante de todas. Não há, aparentemente, gajas a transportar estas cenas. O que, obviamente, configura uma clara discriminação em função do sexo. Ou género, ou lá o que é. Mesmo negros, chineses, ciganos, anões e LGBTetc também não parecem abundar entre a classe. Algo verdadeiramente abominável e a merecer a atenção do Bloco de Esquerda, de associações diversas que vivem à conta do Estado e de um alto comissariado qualquer.

Posto isto vejamos então o acessório. O abastecimento ao país, por exemplo. Coisa, dada a manifesta relevância da anterior, de muito menor importância. Os serviços mínimos serão apenas para Lisboa e Porto. O resto que se desenrasque. Mesmo que naquelas regiões até tenham aquilo do passe ao preço da uva mijona. O que, bem visto, tem a sua lógica. Se não têm transportes, infraestruturas ou serviços públicos por que raio devem, os poucos que insistem em viver fora das grandes metrópoles, ter direito ao abastecimento de combustível? Que, por enquanto, é só o que está em causa. Um dia destes logo se vê o que será mais. Percebe-se a opção e o abandono do restante território. Rendemos poucos votos e, em caso de necessidade, podemos sempre ir abastecer - o depósito e a despensa - ali ao lado. A Espanha. O fisco espanhol e a nossa carteira agradecem o desprezo.

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