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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Os labregos levaram o cão ao cinema.

Kruzes Kanhoto, 31.03.19

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Levar cães ao cinema é uma ideia parva. Tal como querer meter um cavalo dentro de um palácio nacional. No segundo caso alguém teve o bom senso de não permitir tal desmando e, quase todos, aplaudiram a proibição. Mas, desconfio, apenas por contrariar as pretensões de uma gaja ricaça. Já aquilo do cinema foi mostrado como algo positivo, interessante e valorizável. Deve ser por, neste caso, se tratar de uns quantos miseráveis engravatados e urbano-depressivos armados ao pingarelho.

Cinema para cães não é propriamente uma novidade. Lá por fora já outros labregos, de outras capitais, o fizeram. Não admira que os nossos labregos, da nossa capital, também o façam. Inquietante é o silêncio dos gajos da defesa dos animais, do racismo e das causas parvas em geral. Ainda nenhum se manifestou contra este acto especista e claramente discriminatório, em beneficio dos cães e em desfavor das outras espécies. Dos cavalos, nomeadamente.

Ideologia da morte

Kruzes Kanhoto, 30.03.19

Diz que a Catarina Martins andou a pavonear-se cá pelo mercado. Não a encontrei. Ainda bem. Assim não tive de olhar para o lado nem cuspir para o lenço de papel. Ao que passou nos telejornais andou a pregar contra as convenções e acordos do Serviço Nacional de Saúde com os prestadores de cuidados de saúde do sector privado e social. Uma vergonha, garante a senhora. Ficamos pois a saber – claro que já sabíamos, mas é sempre bom recordar o apreço que esta criatura tem pela saúde dos portugueses – que, no que depender do partido extremista que lidera, teremos de esperar ainda mais tempo por uma consulta ou um exame no SNS. Ir aos convencionados e resolver o assunto em dias ou poucas semanas é que nem pensar. O Estado não está cá para isso.

Não é apenas ela. Há muito quem tenha essa ideia. Como se fosse possível ao Estado assegurar, em tempo aceitável, a realização de todos os actos médicos a que hoje em dia se recorre. Quem assim pensa ou é doido ou nunca necessitou de visitar um hospital ou um dos muitos centros médicos que existem por aí. Basta contar, mesmo que por alto, as pessoas que todos os dias passam por esses locais e depois fazer o breve exercício de imaginar quantos hospitais públicos seriam necessários para lá meter tanta gente.

Mas o melhor na conversa da pequena mulher foi o que ela não disse. Nem nenhum dos pés de microfone soube perguntar. Qual a alternativa para os habitantes de Estremoz, onde os cuidados públicos são o que são, se acabarem, com a nova lei de bases, os convénios com os privados? Deve ser mais ou menos a mesma cena da hemodiálise. Quem necessita, mesmo com uma clínica privada pronta a funcionar, tem de ir a Évora. Com todas as consequências daí decorrentes para o Estado e, principalmente, para o doente. Nada que incomode certos palhaços. É o que acontece quando a ideologia se sobrepõe à razão. E, lamentavelmente, à saúde.

Alguém deve estar a precisar de vender bicicletas...

Kruzes Kanhoto, 29.03.19

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Aprender a andar de bicicleta vai passar a fazer parte do currículo escolar. Parece-me bem. Aquilo de um gajo – ou uma gaja, ou outra cena qualquer, que isto da linguagem inclusiva é uma coisa muito bonita - se montar num velocípede movido a pedal, tem muito que se lhe diga. Com o tempo ainda há-de dar licenciatura, mestrado e doutoramento em velocipedia. Quiçá, até, a condição de doutor ou engenheiro, com formação na arte de bem pedalar a todo o selim, venha a ser um requisito essencial para poder participar na Volta a Portugal em bicicleta.

Mas, bem visto, nem é nada de mais. Se as escolas já ensinam fedelhos de dez anos a enfiar um preservativo numa banana e tratam de informar os petizes de três anos que lá por terem uma pilinha não significa que sejam rapazes – podem muito bem ser, se essa for a sua vontade, uma menina, um macaco ou um rabanete – esta ideia, por comparação, nem é das mais parvas. Parvos, mas mesmo parvos a sério, são os pais que assistem passivamente à doutrinação dos seus filhos por esta gentalha asquerosa.

Nacionalismo colorido

Kruzes Kanhoto, 28.03.19

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Desconheço se esta será ou não uma noticia falsa. Admito que sim. Embora não me surpreenda se for verdade. É que esta gente já nem se dá ao trabalho de disfarçar. De mostrar ao que vem. Censura, limitação da liberdade de expressão e imposição de uma verdade única são os passos que já estão a ser dados. Outros se seguirão.

O curioso desta alegada medida alegadamente anunciada pelo trombasbook como visando combater ideais que considera racistas é que, também ela, é racista. O nacionalismo branco não é pior que o preto, nem este melhor que o amarelo. E ideias cada um tem as que muito bem quiser. Bem como o direito a expressa-las livremente. Pode, até, ser comunista se a parvoíce lhe der para tanto. Não pode é, naturalmente, impor o comunismo. Com o nacionalismo ou outra coisa qualquer é exactamente o mesmo. Afinal, já dizia o outro, não há machado que corte a raiz ao pensamento.

Perguntar não ofende. Só chateia.

Kruzes Kanhoto, 26.03.19

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Há perguntas para as quais, por mais que me esforce, não encontro resposta. Embora, convenhamos, não faça grande esforço para a encontrar. Que hei-de, por exemplo, responder aos que me questionam – com uma frequência cada vez mais inquietante, diga-se – acerca de quando tenciono reformar-me. Apetece-me responder que não sou político. Nem militar. Nem, tão-pouco, professor, policia ou qualquer outra profissão de desgaste rápido. Podia, também, explicar que devia ter começado a trabalhar meia dúzia de anos mais cedo. Mas, se o fizesse, teria de explicar a impossibilidade da coisa, visto que antes andava a estudar, ou lá o que era.

Reconheço a pertinência da pergunta. De facto não é normal um gajo, com a minha idade e quase quarenta anos de serviço, continuar a bulir. Só porque não me apetece ficar a sobreviver com um IAS. Mas é a vida. Alguém tem pagar as pensões dos que se reformaram aos cinquenta, com trinta de descontos e levaram a reforma inteirinha. Deve ser aquilo a que chamam solidariedade intergeracional. Que é, parece, uma coisa assim, tipo, uns comem a carne e os outros roem os ossos. 

Ladrões e gente reles

Kruzes Kanhoto, 24.03.19

Andam por aí uns quantos iluminados a pretender transformar um ladrãozeco numa espécie de herói nacional. Refiro-me, obviamente, ao hacker do momento. O produto do seu roubo terá ajudado as autoridades fiscais de vários países a apanhar gajos que se eximiram a pagar os impostos que as ditas autoridades entendiam que eles deviam pagar, alegam em defesa do criminoso. Teve acesso a dados que revelarão diversas situações capazes de configurar crimes, justificam como motivo bastante para elevar o marginal à condição de quase santo.

Aplicando este principio, confesso desde já a minha imensa vontade de começar a assaltar certas residências. Nomeadamente as de muito boa gente que anda pelas redes sociais a defender este bandido. Roubava o que muito bem me apetecia e, desconfio, ainda me faziam uma estátua. Sim, pois desde o momento em que encontrasse algo que uma qualquer mente alucinada entendesse como revelador de qualquer coisa, o criminoso passaria a ser o assaltado.

Por mim podem argumentar o que quiserem. Será sempre um ladrão. Até porque quem o endeusa esquece-se propositadamente que o fulano apenas terá revelou os dados de quem não lhe pagou para ele ficar sossegado. Ou seja, os que cederam à chantagem. Belo herói, sem dúvida. E gentinha reles esta, que come a palha toda que lhe põem na gamela.

Sete em cada dez "estudos" são inúteis

Kruzes Kanhoto, 23.03.19

Segundo uns estudiosos destes assuntos, sete em cada dez famílias portuguesas vivem com dificuldades financeiras. Até podem ser mais. Não me espanta se forem dez em cada dez a viver na penúria financeira. Basta que todas elas gastem mais do que aquilo que o seu nível de rendimentos permite.

Não percebo a insistência nestes estudos. Nomeadamente quando se fala em novos conceitos todos modernaços e, suspeito, muito mais úteis às pessoas, como aquela coisa da economia da felicidade ou lá o que é. Para quê perder tempo como análises caducas, burguesas – quiçá até um pouco fascizóides? Não vale a pena. Se esturram tudo o que ganham em carros, tatuagens, telemóveis e noutras coisas que os fazem felizes, depois só têm é de sorrir às dificuldades financeiras. E, principalmente, não aborrecerem com as ladainhas do costume acerca da sociedade capitalista, dos malefícios do consumismo e mais a puta que os pariu.

Barreira anti-gato

Kruzes Kanhoto, 21.03.19

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Como escrevi noutras ocasiões os gatos da vizinhança têm uma especial predileção pelo meu quintal. Nomeadamente o “Camões”. Um bichano cego de um olho, todo escarafunchoso e cheio de doenças que foi adoptado por uns vizinhos. O sacana do gato pode não ter muita saúde, mas a nível intestinal aquilo funciona que nem um relógio. Caga duas vezes por dia. E sempre, mas sempre, no meu quintal. O que, obviamente, inviabiliza o aproveitamento da maior parte da produção hortícola.

Como não existem muitas soluções anti-gato, há que inventá-las. O pior é que o bicho, a cada obstáculo, encontra sempre uma alternativa para aceder ao seu local de eleição para arrear o calhau. Mas situações extremas exigem medidas drásticas. Desta vez, a menos que se trate de um gato faquir, quero ver como é que se vai desenrascar...  

Dinamismo visivelmente impressionante

Kruzes Kanhoto, 19.03.19

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Ao que  parece os contentores onde funciona a ala pediátrica do Hospital de S. João, no Porto, são sempre alugados à mesma pessoa. O que muda, diz, é o nome da empresa. Não vejo onde está o mal. Nem percebo o tom de critica com que o assunto é noticiado.  Tratar-se-á de um cidadão dinâmico e empreendedor. Daqueles que, infelizmente, não temos em número suficiente. E, por outro lado, também significa que os serviços públicos - no caso hospitalares - estão a trabalhar de forma eficiente. Para quê complicar, arranjar burocracias e isso, se os contentores até serão sempre os mesmos? Assim é muito mais simplex. Um exemplo a seguir. E depressa. Antes que as vacas – e alguns bois – deixem de voar.  

"Dicas essenciais para arrumarem o vosso estojo da barba"

Kruzes Kanhoto, 17.03.19

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Não preciso de me inspirar muito para escrever parvoíces. Elas, as ideias parvas, fluem naturalmente. A dificuldade é, quase sempre, a escolha. Escolher o tema parvo do dia. Mas não sou o único. Há imensa gente com o mesmo problema. Tanta que até devia existir um dia dedicado a pessoas que não conseguem deixar de escrever coisas parvas. E outro dia, que eu não quero cá discriminações, dedicado a pessoas que promovem coisas parvas escritas por pessoas que não conseguem parar de escrever coisas parvas.

Assim de repente não me ocorre maior parvoíce do que escrever “Dicas essenciais para arrumarem a vossa make up”. Deve constituir, presumo, um guia de extrema utilidade para as leitoras que, até agora, não sabiam como arrumar aquelas bugigangas. Ó se deve. Até estou mesmo a ver as desgraçadas das mulheres portugueses desesperadas por não saberem como arrumar a tralha da maquilhagem, coitadas. Mas, se calhar, ainda há algo mais parvo. Dar-lhe destaque. Ou seja e em conclusão, já somos três. Parvos.

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