Ainda esse tal de Robles
Anda por aí meio mundo, desde a esquerda mais à esquerda até à direita mais envergonhada, a garantir, por todas as alminhas que já lá estão e pelas outras que lá hão-de ir parar, que a venda do prédio da segurança à família Robles foi mais um ruinoso acto de gestão do anterior governo. Nem todos os que manifestam esta opinião serão burros. Alguns serão apenas parvos, outros demagogos – populistas, até - e uns quantos só pretenderão justificar – desnecessariamente, diga-se – a actuação do investidor bloquista. Não estou a ver – e acredito que quem reclama do mau negócio para o Estado, também não - onde é que os cofres públicos ficaram lesados.
Fazer contas é algo que não assiste aos portugueses. Se as fizessem percebiam que para além do valor já pago pelos Robles, quando estes concretizarem a venda pelo montante anunciado ou lá próximo, entrarão nos cofres públicos mais de um milhão de euros em impostos. Ao que, obviamente, acrescerá ainda a receita fiscal que anualmente o imóvel vai gerar. Mas, claro, querer que algumas criaturinhas vejam para além do que lhes permite a ideologia é, se calhar, pedir demais.
O Estado não tem de ser senhorio nem promotor imobiliário. Muito menos tem a obrigação de restaurar prédios. Tem, isso sim, de gerir adequadamente o património público e dar bom uso ao dinheiro dos nossos impostos. O que, neste caso, fez bem. Coisa rara, convenhamos. Talvez daí tanto desagrado...