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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Novos malucos geram novos negócios

Kruzes Kanhoto, 29.04.18

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Adoro animais. No prato, nomeadamente. Quase todos, diga-se. Praticamente só me falta experimentar cão – fica para quando for à China – porque gato, desconfio, já comi disfarçado de coelho. Mas, garanto, pouca diferença me faz que os adoradores desta nova religião que tem os bichos como deuses esturrem o seu dinheiro a estragar as divindades com mimos. Arranjem “dog sitter’s” quando não tiverem com quem os deixar, façam-lhes um lindo enterro quando esticarem o pernil ou comprem comida gourmet para os alimentar. Tudo isso é bom para a economia. Gera emprego, receita fiscal e, reconheço, todos ficamos a ganhar. Façam o que quiserem. Podiam era também apanhar a merda que eles largam nas ruas e, sobretudo, respeitar o espaço de quem não está para os aturar. Mas isso, se calhar, já será pedir demais a quem se acha muito evoluído pelo estatuto que atribui aos animais mas, em contrapartida, não respeita os seus semelhantes.

 

Prioridade à bola

Kruzes Kanhoto, 28.04.18

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Diz que a justiça estará a investigar, detalhada e exaustivamente, todos os jogos do Benfica realizados nos últimos cinco anos. Deve ser investigação para manter os nossos justiceiros ocupados durante uns tempos. Mas ainda bem, que isto da bola tem de ser levado a sério. Até porque essa coisa dos três grandes, seja qual for a modalidade, ganharem quase sempre e serem campeões muitas vezes – consecutivamente, com frequência – deixa-me com a pulga atrás da orelha. É estranhíssimo os melhores ganharem sem ser com manhosices, não é?

Entretanto Porto e Sporting reivindicam para si o estatuto de clube mais titulado de Portugal, reclamando, cada um deles, mais de vinte mil títulos conquistados no conjunto das modalidades que praticam. Contenda que, presumo, um dias destes será dirimida na justiça. Que é para causas nobres e determinantes que ela serve. Isto, claro, após investigar se não houve marosca na obtenção de cada uma dessas vitórias. A menos, teoria a não descartar, que o facto de equiparem de verde ou de azul seja motivo mais do que suficiente para a isenção de suspeitas.

Enquanto isso, apenas estão sob a alçada da lei meia-dúzia de políticos. Não há vagar para investigar todos os outros milhares, actuais e passados, que exercem ou exerceram funções executivas na governação central, regional e local. A esmagadora maioria, obviamente, não será corrupta. Mas convinha, digo eu, que todos percebêssemos a razão porque entram para lá pelintras e saem com um património pouco compatível com o vencimento. Respeitem-se, no entanto, as prioridades da Justiça. Se a bola está primeiro, que assim seja.

Finalmente um bom tema fracturante

Kruzes Kanhoto, 26.04.18

Muito se tem falado e escrito nos últimos dias sobre habitação. Inclusivamente aqui. Este é um daqueles temas, até pela carga ideológica, que vale a penar discutir. Ao contrário de outros com os quais o país tem andado entretido nos últimos anos e que, invariavelmente, giram em torno do olho do cú. Ou lá perto.

Pena que toda a discussão se centre nos casos de Lisboa e Porto. Lamentável, também, que não se discuta o que está na origem da falta de habitação nos grandes centros e se procure atribuir a culpa apenas ao turismo e à ganância dos proprietários. Se calhar era altura de pensar que toda esta chatice começa na desertificação do interior e no continuo fluxo de gente em direcção às grandes metrópoles. E, já agora, numa maneira de inverter isso. Que, se houvesse vontade política, nem seria muito difícil de encontrar.

Ainda assim e numa escala infinitamente menor, também por cá faltam casas para arrendar. Está tudo em ruínas. Mas, tal como noutros sítios, não será seguramente necessário o Estado requisitar habitações para colocar no mercado de arrendamento. Pode começar pelas suas. Como estas. Situadas numa das mais movimentadas artérias da cidade e que para ali estão à espera de cair.

 

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25 de Abril sempre! Populismo nunca mais!

Kruzes Kanhoto, 25.04.18

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Devem ter engolido uma cassete. Ou, para ser mais modernaço, fizeram todos download da mesma música. Hoje, nas comemorações do 25 do Abril, a propósito de tudo e de nada não houve político que não aproveitasse para incluir em cada frase a palavra “populismo”. Um perigo, essa coisa. Deus nos livre de tal.

Percebo a ideia. Principalmente agora que há por aí uns quantos políticos a contas com a justiça e nada garante que, caso haja zangas entre as comadres, muito mais “material” venha a ser conhecido. Nomeadamente acerca daqueles nomes esquisitos que constam de um certo livro “razão” escriturado por um certo contabilista. Como o “Batman”, por exemplo, que, desconfio, deve ser uma figura grada do regime. Daquelas de quem sempre se fala em dias como o de hoje, talvez.

Bramir contra os “populistas”, como hoje fizeram os nossos políticos, é uma estratégia velha. E sábia, reconheço. Uns quantos indivíduos que têm por hábito apropriar-se de itens alheios, quando apanhados em flagrante, usam-na sempre. Guincham “raciiiistas” até os deixarem em paz. Às vezes resulta.

Uma espécie de desígnio nacional

Kruzes Kanhoto, 24.04.18

Estou comovido. Tanta sensibilidade deixa-me assim. Isto porque o Costa acaba de anunciar, como desígnio nacional, “chegar ao dia 25 de abril de 2024 — quando comemorarmos os 50 anos da revolução – podendo dizer que eliminámos todas as situações de carência habitacional”. Acho bem. A sério. Se eu fosse gajo de lágrima fácil estaria agora a sacar de um lencinho. 

Tal como me parece muitíssimo bem que, num momento de rara sagacidade, tenha deixado cair aquela ideia parva e pró-comunoide de aplicar o conceito da reforma agrária às habitações devolutas. Era, de facto, pouco digno de um país democrático. 

Desconfio, porém, que se esteja prestes a criar outro problema. Maior, até, do que aquele que se pretende resolver. Aos idosos e deficientes, no caso. Pretende-se agora que os contratos de arrendamento que envolvam estas pessoas sejam renovados automaticamente e se garanta a impossibilidade de despejo. Já estou mesmo a ver os senhorios a franzirem o sobrolho -  e a deitarem contas à idade do outro - quando lhes aparecer alguém com alguma idade a pretender arrendar uma casa...  

Coerência revolucionária

Kruzes Kanhoto, 23.04.18

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A Nicarágua é a nova paixão dos profissionais da solidariedade. Garante essa malta que a culpa é, outra vez e sempre, dos americanos. Esses patifes imperialistas. De império, porque se fosse de imperial os solidários eram todos pró-América.

Se bem entendi, naquele país centro-americano anda tudo à “porra e à massa” por causa de uma ideia maluca que envolvia aumentar a contribuição para a segurança social lá só sitio. Coisa que não agradou ao pessoal, está bem de ver. Para a esquerda portuguesa, a julgar pelas reações inflamadas de apoio ao governo local, era uma medida genial e, sobretudo, necessária para assegurar o bem-estar do povo.

Foi mais ou menos a mesma coisa que o Parvus Coelho tentou fazer por cá. Esse malandro que só queria o mal do povo. De tal maneira que os portugueses encheram ruas e praças, de norte a sul, em manifestações contra tamanha atrocidade. Com esta mesma gente à cabeça dos protestos. Ou seja, para estes pacóvios o lema parece ser ser: “Completamente de acordo e simultaneamente de opinião contrária”. Depende de quem tem a ideia. Eh, pá, não desistam nunca. Vocês divertem-nos.

Depois do Estado ladrão vamos ter o Estado "Okupa"

Kruzes Kanhoto, 21.04.18

Quarenta e tal anos depois da reforma agrária vamos ter, ao que tudo indica, a reforma urbana. Se correr tão bem como a primeira a coisa promete ser divertida. Também, à semelhança do que aconteceu há quatro décadas, toda a gente está de acordo quanto à necessidade de se reformar o sector da habitação. Ou, como diria o outro, toda a gente que interessa. Essa meia-dúzia de imbecis que estão contra, não importam para nada. Como está, com o mercado a ditar as suas leis – coisa estranha, essa do mercado ditar leis – é que não pode continuar. Surpreende-me que ainda haja quem não perceba que sempre que o Estado intervém na economia as coisas tendem, no médio e longo prazo, a piorar. Ainda que, no imediato, até possa parecer o contrário. Com a tomada das casas aos seus legítimos donos não será diferente.

Veremos, para começar, quais os prédios a confiscar. Presumo que, tal aconteceu com a reforma agrária, sejam os que estão em bom estado de conservação, bem localizados e de maior valor. Será igualmente interessante verificar a quem vão ser entregues. Assim de repente não tenho motivo nenhum para pensar que compadres, amigos ou correligionários dos envolvidos no processo de furto e distribuição do saque possam precisar de casa.

Por fim a parte financeira da coisa. A começar nas rendas. Não tenho grandes dúvidas que – conhecedores da generosidade autárquica - a maior parte deixará de pagar ao fim de pouco tempo. Depois as obras, que certamente correrão por conta das câmaras. E, por último, o mais importante. O IMI. Como não estou a ver os municípios a abdicarem dessa maquia, só falta terem a distinta lata de exigir que o proprietário continue a pagar…

Cidadania activa

Kruzes Kanhoto, 20.04.18

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Há quem considere os automóveis uma praga. Os dos outros, nomeadamente. Mas lá que são muitos, são. A circular e parados. Alguns no mesmo sítio durante semanas, meses e, até, anos a fio. Sendo sobejamente conhecida a pouca competência revelada pelas autoridades supostamente competentes nesta matéria, é natural que os cidadãos, para chamar a atenção, desenvolvam acções. E estas parecem boas. Haja quem as siga. Às acções. Ou a estes exemplos, sei lá.

Casa para meliantes

Kruzes Kanhoto, 19.04.18

Quem lê as capas da imprensa portuguesa facilmente conclui que vivemos num país de malucos, governado por doidos varridos e onde as correntes com os mais graves problemas demenciais se tornaram nos novos donos disto tudo. Todos os dias temos maluquices novas. Já não estranho. Nem, na maior parte dos dias, ligo. É o hábito. O tal que se não faz o monge, faz o eleitor revoltado que acaba a votar nos "populistas".  

Hoje ficámos a saber, pelo JN, que o Estado vai financiar casas para jovens delinquentes. Ou seja, vamos pagar, para além da nossas, as casas dos meliantes. Mesmo que estes escondam nas suas habitações verdadeiras fortunas. Como o outro, a quem a polícia apreendeu trezentos mil euros. Enquanto isso quem faz uma vida normal vai pagando estes desmandos. Como aqueles ricaços que ganham dez mil euros por ano e pagam quinhentos de IRS. Bem-feita. Ninguém os manda ser parvos. Só trabalham porque querem. 

Se queres ver um pobre soberbo, dá-lhe a chave de um palheiro...

Kruzes Kanhoto, 18.04.18

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Se queres ver um pobre soberbo dá-lhe a chave de um palheiro. Era, com a sabedoria que a caracterizava, o que a minha avó sempre repetia quando alguém sem importância nenhuma exibia a sua arrogância logo que investido em qualquer função que lhe permitisse ter ascendente sobre outras pessoas.  

Nada, entretanto, mudou. Pelo contrário. Pobres com chaves de palheiros continuam a não faltar. Cheios de soberba, como antes. Uns zés-ninguéns - ou marias, que eu não sou de discriminações - de quem todos zombam. A começar por aqueles que, circunstancialmente, lhes lambem os tomates. Ou outra coisa.  

A divulgação dos interrogatórios realizados no âmbito da operação que investiga as alegadas patifarias de que é acusado o Sócrates, revela isso mesmo. Como o próprio assume, a vaidade de ter o poder é o que os move a todos. Aos pobrezinhos. Pena é que os tenhamos de aturar e, principalmente, pagar as tropelias desta gentinha.

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