A sério que estão preocupados com o galo?!
Os políticos de Lisboa estão-se nas tintas para o interior do país. O mesmo sucede, de uma maneira geral, com os habitantes dos grandes centros urbanos. Dois terços do território estão votados ao abandono pelo Estado central e quem cá mora entregue à sua sorte, sem que alguém se importe minimamente com isso. Ninguém quer saber. Daquilo a que chamam província apenas o tratamento dado aos animais suscita preocupação a essa gente. Um gato chamuscado, um touro lidado numa praça ou uma cabra atirada do cimo de um campanário é que causam inquietação aos urbano-depressivos, aos políticos e aos indignados militantes das redes sociais. O resto não lhes importa. Só os bichos. Não me surpreende muito, até porque é costume dizer-se que cada um preocupa-se com os seus.
O drama, desta vez, é um galo. Que, diz, vai ser morto à paulada na festarola de uma aldeia qualquer. O PAN – qual Sporting – até já fez umas quantas queixinhas, visando acabar com a prática. Os doentinhos do Facecoiso, claro, indignaram-se e sugeriram que, no lugar do galináceo, a vitima das pauladas fosse uma pessoa. Por mim esta sugestão parece-me extremamente válida. Nem sei porque não se voluntariaram para substituir o bicho. As vantagens, convenhamos, seriam inegáveis. Mas isso, desconfio, só acontecerá quando descobrirem uma terra onde a tradição não seja matar um animal, mas ir-lhe ao cú.