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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Pacóvios!

Kruzes Kanhoto, 30.07.17

Aí pelo final dos anos sessenta e principio dos anos setenta do século passado o modo de vida no campo causava aos “lisboetas” - entenda-se os que moravam na chamada grande Lisboa – uma certa repulsa. Era, em muitas circunstâncias, motivo de gozo ou, em alternativa, de uma certa pena perante as condições de vida que, então, se verificavam na “província”. Recordo o quanto os enojava o facto de os animais andarem à solta pelas aldeias ou os estábulos localizarem-se paredes-meias com as habitações. Mesmo a natureza das tarefas agrícolas lhes causava uma certa aversão e eram, amiúde, objecto de chacota e piadas diversas.

Hoje, todo este tempo depois, acho-lhes graça. E sinto, agora é a minha vez, um enorme nojo pela maneira como partilham a casa, o sofá, a mesa e até a cama com os bichos. A quem consideram membros da família. Mas isso, enfim, eles lá sabem os parentes que têm. Depois há aquelas coisas a que chamam “experiências”. Vêm para o campo, passam umas horas a colher uvas, ordenhar vacas ou a limpar os currais e – no inicio pensei que era anedota – pagam para fazer isso!

Por mim podem continuar a relatar nos blogues deles, cheios de orgulho, todas estas vivências. Não tenho nada contra. As silvas lá da propriedade estão em crescimento acelerado e cortá-las é coisa que não me está a apetecer mesmo nada. Talvez faça um preço especial a quem queira vir ao Alentejo vivenciar a experiência única, enriquecedora e revigorante que é passar uma manhã com uma gadanha na mão.

Mais coisinhas boas promovidas pela geringonça...

Kruzes Kanhoto, 28.07.17

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O facto de eu ter um Dácia na garagem e um morador das Quintinhas um Audi, não faz de mim um pobre nem transforma o habitante do resort mais famoso de Estremoz e arredores num rico. Tão pouco comparar o dinheiro que eu possa ter depositado no banco ou que o outro sujeito tenha, suponhamos, enterrado na sub-cave da barreca pode servir para aferir das necessidades de cada qual. Mesmo a eventualidade de sair o euromilhões a um de nós – a mim ou ao cigano das Quintinhas – não fará de nenhum dos dois um milionário. Na ocorrência de tal bambúrrio, se ambos retirarmos o dinheiro do banco – o que constituiria uma medida ajuizada, saliente-se – ambos podemos ser considerados uns pobres de Jó e, logo, candidatos a receber o RSI. Sim, que nestas coisas – como em todas as outras, aliás – a malta de esquerda é que sabe. E se a malta da esquerda disser que o sortudo apostador pode receber umas valentes maçarocas da Segurança Social, então é porque assim é que está bem e encerra-se já aqui o assunto.

De referir, por fim, que quem não estiver de acordo com o exposto é racista, xenófobo, populista, cultiva um discurso de ódio e devia era estar preocupado com o Berardo, o Oliveira, o Cavaco, o Dias Loureiro e as grandes fortunas que não pagam impostos. Mencionar o Sócrates, o Vara ou três bancarrotas com governos do Partido Socialista não vale.

 

Evolução, dizem eles.

Kruzes Kanhoto, 27.07.17

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Cada um peticiona o que muito bem entende. E, para peticionar, nem precisa sair de casa. Deve ser por isso que essas coisas das petições são mais que muitas. Tantas que até aborrecem.

Dando uma olhadela pelos sites que promovem essas actividades lúdicas, percebe-se que quase todas são acerca de coisas importantes. Cães, na maioria. Deve ser o que mais preocupa esse exercito de desocupados. Querem - melhor, exigem - os peticionários de uma delas que os seus amiguinhos de quatro patas possam acompanhar os donos em centros comerciais, supermercados, restaurantes, hotéis, cafés e aceder livremente às praias. Dizem eles que é o que já acontece em muitos países mais avançados. Achava eu que o tempo em que homens e animais partilhavam o espaço seria nos tempos das cavernas ou daqueles casebres de aspecto bíblico mas, pelos vistos, há umas bestas que acham o contrário.

Talvez num futuro próximo esta gente consiga o que pretende. Quiçá, nessa sociedade mais evoluída, eu tenha o privilégio de refeiçoar num restaurante enquanto o cão da mesa ao lado manda uma cagada ou de apanhar sol na praia ao lado do canito que se está a espojar alegremente na areia. Talvez até - apesar de, curiosamente, isso ainda não ter sido reivindicado pelos patetas da causa - todos possamos ir à opera, ao teatro, ao cinema ou assistir a um show erótico acompanhados do cachorro. Isso é que era evolução. Peticione-se!

Bora lá fazer uma grandolada!

Kruzes Kanhoto, 26.07.17

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Ainda a propósito das comissões da Caixa. Fossem outros os tempos e não estivessem as esquerdas – a caviar e a bafienta – a servir de tropa de choque dos socialistas, o que não faltaria por aí seria gente a cantar a "Grândola, vila morena" nas agências do banco público. Assim, para não os acusarem de não dizerem nada, vão-se queixando de como a vida dos reformados vai ficar difícil. Podiam, digo eu, ensinar os velhinhos a procurar alternativas gratuitas...na banca privada! Isso sim, é que era uma coisa valorizável e que realmente ajudava os velhotes.

Sinto-me discriminado

Kruzes Kanhoto, 25.07.17

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Irrita-me esta paranoia com os pensionistas, idosos e velhos em geral. Agora é por causa das comissões que a Caixa Geral de Depósitos se propõe cobrar sobre as contas bancárias. Está tudo muito preocupado por os reformados, com mais de sessenta e cinco anos e oitocentos e trinta e cinco euros de reforma, terem de pagar as ditas comissões. Então e os outros? Já não digo eu, que não vou para novo, mas, vá, um gajo de trinta anos que aufira seiscentos euros por mês?! Com esses ninguém se preocupa? Pois, nem sei para que pergunto. Esta malta dos políticos só quer saber dos idosos. São muitos, insistem em votar e, portanto, há que mostrar que se importam muito com eles. Talvez fizessem melhor se, em lugar de manifestarem tanta preocupação com os velhotes e as comissões, se preocupassem com os figurões que levaram o banco público a esta situação. Mas isso, obviamente, era pedir demais.

 

Estou no trabalho, amor.

Kruzes Kanhoto, 24.07.17

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É este o sugestivo nome de um estabelecimento de diversão, bar, café ou seja lá o que for que tem as portas abertas cá no burgo. Bem esgalhado, o raio do nome. Há, no entanto, uma questão inquietante. E se, no retorno ao recesso do lar, a patroa perguntar “onde estiveste?”. A ideia até está engraçada. Merece, ainda assim, uns retoques. É que serve para o presente mas descura o passado e, eventualmente, pode comprometer o futuro.

 

Aquilo da integração, ou lá o que é, é só para receber?

Kruzes Kanhoto, 23.07.17

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Queixam-se aqueles que consideram Portugal um país ainda com um longo caminho a percorrer no que diz respeito à eliminação do racismo, xenofobia e outras ideias igualmente discriminatórias da falta, por exemplo, de apresentadores de televisão e “opinion makers” pretos ou ciganos. Têm toda a razão. Eu também me queixo. Não disso, porque idiotas nas televisões e nos jornais já sobram, mas de noutras actividades, daquelas realmente úteis, não encontrar negros nem ciganos. Para não ir mais longe fico-me aqui pela terrinha. Apesar das largas centenas de ciganos que cá habitam, nem um – alguém que me corrija se estiver enganado – é bombeiro voluntário. Porque (não) será?

Ai, credo! Uma aranha!

Kruzes Kanhoto, 22.07.17

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Segundo relata um conhecido pasquim, na parte dedicada às noticias parvas, os bombeiros terão sido chamados por um gajo que se assustou com a presença de uma aranha dentro de casa. Tudo, ao que parece, terá terminado em bem, pois o aracnídeo, conclui a noticia, foi devolvido à natureza são e salvo.

Excepto o interveniente acidental nesta ocorrência – a aranha - que, coitada, estava no seu papel de aranha que é andar por aí a tratar de se alimentar, os outros deviam corar de vergonha. A começar pelo tipo – tive de ler duas vezes, mas confirma-se era mesmo um gajo – que tem medo de uma aranha, ao ponto de nem ser capaz da esborrachar com uma vassoura ou algo suficientemente contundente. Depois os bombeiros que perdem tempo com minudências desta natureza. Deve ser por isso que, em muitas circunstâncias e quando são realmente precisos, demoram uma eternidade a aparecer. Andam ocupados com mariquices. Por fim, mas não por último, essa idiotice de soltar o bicho no descampado mais próximo. Poupem-me. Por mais idiotas que andem pelo Facecoiso a tecer loas a este comportamento, ele não deixa de ser parvo. O que a minha avó não se havia de rir destes idiotas! Ou, como ela sempre dizia, ainda lhe fazia umas “décimas”.

Agricultura da crise, ou isso

Kruzes Kanhoto, 21.07.17

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Devia mudar o titulo dos posts em que abordo o tema da produção agrícola caseira. A crise, como toda a gente sabe, já passou. O fantástico governo de Lisboa já a enxotou para bem longe. E também porque, a bem dizer, os produtos expostos são o resultado de uma parceria. Daquelas como as PPP’s, não sei se estão a topar. No caso dei a árvore, as sementes e colhi. Uma canseira. Mesmo assim começo a gostar do conceito.

Devem ter tirado o curso no facebook...

Kruzes Kanhoto, 20.07.17

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Percebe-se que o mundo está virado do avesso quando – entre muitas outras maluqueiras – se constata que agora são os gajos das cidades que sabem como é que as pessoas dos campos devem cuidar deles e, até – abra-se a boca de espanto – dos animais. Eles é que sabem tudo. Seja a espécie de árvores  a plantar, as sementeiras que os campónios devem fazer ou mesmo a maneira como os pategos do campo devem cuidar da bicharada. Ainda que, a maioria destes novos sábios, da natureza apenas conheçam o jardim onde levam o cão a cagar ou julguem que gostar de animais é tê-los enjaulados num apartamento. É uma sorte esta gente colocar toda a sua sabedoria de inexperiência feita ao serviço da comunidade. Nem sei como é que plantas, animais e o mundo em geral sobreviveram tantos milénios sem eles.

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