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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

A sério?! Até o Carnaval incomoda esta gente?!

Kruzes Kanhoto, 31.01.17

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Os portugueses perderam o sentido de humor. E, de caminho pois um mal nunca vem só, o do ridículo. Ou, hipótese igualmente a não descartar, estão a ficar parvos. Já não aceitam uma piadola, um dichote ou uma brincadeira inocente. Nem no Carnaval. Isto, pasme-me, apesar de reclamarem pela terça feira do dito não ser feriado.

Hoje, vá lá saber-se porquê, aborreceram-se e trataram de derramar indignação nas redes sociais por causa daquela empresa que comercializa uma fantasia carnavalesca a que deu o nome de “fato de refugiado”. Outros, ainda que em menor número, também não apreciaram que, no mesmo site, estivesse à venda uma burka sexy. Pode constituir uma ofensa para os muçulmanos, justificam. Porra pá, deixem mas é de ser parvos. A continuar assim, o melhor é acabar com o Carnaval, vamos todos trabalhar nesse dia e as autarquias poupam uma pipa de massa com a organização das festividades. É que isto, se entrarmos por essa coisa das ofensas, ninguém pode sair à rua mascarado seja do que for. Presumo, por isso, que imagens como a que ilustra este post em breve deixarão de ser vistas nos nossos desfiles. Algum idiota se há-de queixar de uma potencial ofensa. E depois ainda me dizem que não vivemos numa ditadura...

 

Uns pândegos, estes animalistas

Kruzes Kanhoto, 30.01.17

Se há leitura que me diverte são os blogues dos alegados defensores dos animais. Ciclicamente dou uma vista de olhos por uns quantos. É uma maneira de ficar a par das causas mais recentes no âmbito das ideias parvas. Que há muitas, por lá. Uma delas, das parvoíces, é que os cavalos não devem ser montados. Coitados, diz que se fartam de sofrer. Devem ficar, presumo, com espondilose, lumbago, bicos de papagaio e outras maleitas correlacionadas. O mesmo para as carroças. Nem pensar nisso. Diz que ficam todos derreados por servirem de força motriz. Vá lá que a agricultura se modernizou. Aquilo de puxar um arado devia ser uma coisa lixada para as bestas.

Por falar em bestas. Uma delas, a propósito da festarola que envolveu uma “matança de um porco” numa terrinha aqui das redondezas, classifica os habitantes da aldeia em causa como “civilizacionalmente atrasados”. Não deve ter gostado de saber que lhe mataram o parente. Mas os moradores do lugar não se devem sentir ofendidos com a classificação. A mulher é maluca. Aquilo é o resultado de animais a mais e homens a menos.

Um dia destes é um monumento. Classificado e tudo.

Kruzes Kanhoto, 29.01.17

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Reza a lenda que Jesus Cristo terá sido avistado nas redondezas no dia em que este chaço ali foi estacionado. Mas pode não passar disso mesmo, uma lenda. Até porque segundo um mito urbano, terá sido um sportinguista a deixá-lo naquele lugar na sequência das comemorações do último campeonato ganho pelo clube do Lumiar. O que, convenhamos, não fará grande diferença. É, em termos de espaço temporal, quase a mesma coisa. Mas isso agora não interessa nada. O que surpreende é o facto da carripana, após tantos séculos no mesmo sitio, ainda estar relativamente bem composta, digamos assim. Numa altura em que se colocarmos uma lata ou um cano podre junto ao contentor do lixo eles desaparecem quase de imediato, não deixa de espantar que tanto metal ainda por ali se mantenha. Deve estar sob apertadas medidas de vigilância...ou então é uma espécie protegida que importa preservar por já fazer parte da paisagem.

Trumpofobia

Kruzes Kanhoto, 28.01.17

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O meu tio Alabaça, um velhote que por alturas do PREC rondava os oitenta anos, tinha, na época, uma visão muito critica do que então acontecia no país. Detestava comunistas, não apreciava o rumo que as coisas estavam a seguir e não via sustentabilidade nenhuma nas generosas medidas que os sucessivos governos iam tomando. O que, como seria de esperar, num Alentejo tomado de assalto por malucos e assolado numa onda de loucura colectiva, não o tornava numa figura muito popular entre a vizinhança. Infelizmente não viveu o suficiente para confirmar quanto a sua análise dos acontecimentos estava correcta. Teria dito aquilo que sempre dizia quando as suas previsões se revelavam certeiras. Um categórico “eu já sabia”.

Mesmo não tendo a veleidade de, sequer, me pretender aproximar do nível de saber de experiência feito daquele meu antepassado, também “eu já sabia” de que massa são feitos os que espalham aos quatro ventos conceitos como tolerância, respeito pela diversidade de opiniões, vontade popular e muitos outros chavões com que gostam de encher a boca. Bastou um idiota qualquer ganhar umas eleições do outro lado do mundo e é o que se vê. Veio ao de cima toda a intolerância, arrogância e falta de respeito relativamente a quem pensa diferente que, subtilmente, sempre evidenciaram. Quanto a essa gentalha insuportável não sei, mas, por mim, gosto da democracia e de poder dizer, se me apetecer, que gosto do Trump. Ou - e apetece-me mesmo - dizer que urge fazer qualquer coisa que impeça os fascistas islâmicos de tomar conta disto tudo. Mas isso sou eu que, ao contrário desses trumpofobicos, gosto da democracia. Ou lá o que é que chamam aquilo de termos direito a expressar publica e livremente a nossa opinião sem medo de represálias ou ameaças. E a vê-la respeitada, já agora.

Ajudem os animais celibatários, pá!

Kruzes Kanhoto, 27.01.17

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Acho muita piada àquelas pessoas que relatam as aventuras dos seus animais de companhia como se estivessem a falar das traquinices dos filhos ou dos netos. Sou capaz de ficar largos minutos, embevecido, a ouvi-las. E, ao contrário do que se possa supor, levo-as muito a sério. Aprende-se bastante a escutá-las.

Exemplo disso era uma balzaquiana – muito bem conservada, diga-se – que contava a quem a ouvia que o mariola do canito – ou seria o gato? – à falta de companhia da mesma espécie – feminina, suponho, que o bicho se calhar não é paneleiro – se esfregava como se não houvesse amanhã, feliz da vida, numa almofada especialmente destinada para o efeito.

Não é que tenha nada a ver com isso, mas acho mal. Não que o bicho se esfregue, evidentemente. O que me parece grave – uma lacuna imperdoável, diria - é o mercado, a tecnologia, a ciência ou seja lá o que for ainda não dar resposta adequada às necessidades mais básicas dos nossos amigos de quatro patas. Ou de três, como o do meu amigo Joaquim O. (Só alguém cujo nome não será aqui revelado percebe o sentido da coisa, mas isso agora não interessa nada. Desculpa lá pessoa cujo nome não será revelado, mas tinha mesmo de fazer esta piadola!). Mas, dizia, é uma pena que ainda não tenham generalizado a produção e comercialização de uma cadela – ou uma gata, vá – insuflável. Ou outros briquedos sexuais, até. Seriam, de certo, um sucesso de vendas. E substituiriam as almofadas com inegáveis vantagens. Isto para além de, quase de certeza, nos proporcionarem histórias ainda mais animadas. Fica a ideia para um potencial investidor na nossa nova zona industrial…

Delação familiar. Deve ser um novo conceito de democracia...

Kruzes Kanhoto, 26.01.17

Está muito na moda criticar aquilo que chamam populismo. Um conceito a atirar para o parvo, que serve para quase tudo quando escasseiam os argumentos para justificar as opções políticas das elites ocidentais que nos estão a conduzir em direcção ao fim trágico da nossa civilização.

Está, também, muito em voga lamentar os perigos que corre a democracia. Concordo, quanto a isso. Embora pelas razões opostas às daqueles que culpam o Trump e a extrema-direita pelo Apocalipse que anunciam. A democracia está, de facto, em perigo. E quem está a fazer de tudo para acabar com ela é a esquerda e a intelectualidade bem pensante.

Veja-se o exemplo finlandês. Diz que a policia local está a instigar as crianças a denunciarem os pais que, em casa, lhes transmitam ideias politicamente incorrectas. Entre os casos denunciáveis estarão, segundo a fonte que adianta a noticia, queixas sobre o excesso de imigrantes, opiniões negativas sobre o feminismo, reprovar a homossexualidade, fazer comentários negativos sobre o islão ou associar os muçulmanos a atentados terroristas. Este plano para impedir opiniões contrárias às do ‘establishment’ conta, como não podia deixar de ser, com o apoio de partidos e organizações “progressistas”. Que é como esses velhacos gostam de ser conhecidos.

Aqui chegados, não é de admirar que a reacção do eleitorado seja aquela que se está a verificar um pouco por todo o lado. Só um idiota chapado pode ficar surpreendido com a ascensão meteórica de figurões que até há poucos anos todos odiariamos. Com democracias desta natureza ainda um destes dias vamos ter saudades de muitas ditaduras.

E de número de contribuinte, também se pode mudar?!

Kruzes Kanhoto, 25.01.17

Sempre preocupado com os grandes temas que preocupam os portugueses o governo prepara-se para produzir legislação que permita às crianças transexuais a possibilidade de escolherem, para usar na escola, o nome com que se identificam, independentemente da mudança no Registo Civil que, por enquanto, apenas pode ocorrer quando tiverem dezasseis anos. Por mim, ao contrário de uns quantos comentários que já li e ouvi acerca do assunto, não acho mal. Nem bem. Apenas parvo. Mas vindo de quem vem não é caso para estranhar. A malta já está habituada a que daquelas cabecitas só saiam ideias destas.

Mas, além dos sarilhos que vão arranjar aos professores, esta aberração legislativa, a contemplar apenas os casos das ditas crianças transexuais, pode configurar mais um caso de evidente discriminação. Que o Tomás e Constança, por serem portadores desse problema, queiram ser chamados, respectivamente, por Carlota ou Martim ainda é como o outro. Do mal o menos. Agora se a lei não permitir igual prerrogativa ao Eleutério, um futuro craque do pontapé na bola que gosta de ser chamado de Messi, então temos um problema.

Trump e as badalhocas

Kruzes Kanhoto, 22.01.17

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Também por cá umas quantas centenas de pessoas, principalmente mulheres, se manifestaram contra o Trump. Custa-lhes engolir a vontade popular. É quase sempre assim quando os resultados das eleições não são aquilo que os iluminados acham que deviam ser. É uma parvoíce, mas entendo. Estão no seu direito de expressar todo o azedume que lhes vai na alma por a democracia estar a funcionar.

O que tenho manifesta dificuldade em perceber é o tipo de ameaça que – enquanto mulheres - preocupa essa gente. Acharão as criaturinhas que a sua liberdade está em perigo? Pensarão realmente que os direitos das mulheres vão regredir cem anos? E que isso, apesar de termos um oceano pelo meio, vai acontecer igualmente em Portugal? Se sim, então são mesmo estúpidas, hipócritas ou, não sendo nada disso, foram pagas para se manifestarem. É que não me consta que estas pessoas – ou outras, não importa – já se tenham manifestado contra a maneira como o islão trata as mulheres. E, neste caso, não é do outro lado do mundo. É aqui, na Europa. Na nossa casa. E não é apenas o que impõe a quem professa essa religião. É também a imposição desses usos e costumes medievais, que já afecta mulheres de muitas regiões europeias. Mas isso não as preocupa. Badalhocas!

Mas qual é o vosso problema com o Trump?!

Kruzes Kanhoto, 20.01.17

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Depois de os últimos dias terem sido dedicados a endeusar o casal Obama, hoje voltaram em força os discursos anti-Trump. Uma coisa fina, isso. Dá ares de intelectual. Ou, no mínimo, de criatura bem-pensante. Por mim não tenho pachorra para os aturar. Nomeadamente aos que se recusam a perceber que são os argumentos usados para promover os Obamas ao patamar de divindade e o ódio que destilam relativamente ao Trump – aos que o elegeram, também - que ajudam ao surgimento de mais clones do agora Presidente americano.

Por cá bem podem os pé de microfone, os paineleiros de serviço nas diversas televisões e os bloguistas de inteligência superior prepararem-se. Vão ter muito para falar. Ou teclar. França, Holanda e Alemanha são já a seguir. E se não for nestas, será nas próximas eleições que acontecerá aquilo que tanto temem. A extrema-direita no poder. A culpa, essa, não será dos russos. Será vossa. De todos os politicamente correctos. Da ditadura do pensamento único que querem impor ao povo. Ou mudam de discurso ou, mais cedo do que tarde, vamos todos ter um azar do caraças.

Vão trabalhar, palhaços, vão trabalhar!

Kruzes Kanhoto, 18.01.17

Apesar de benfiquista de todos os costados sinto-me solidário com os futebolistas do Sporting. Está-lhes tudo a correr mal. O seu futebol mete dó, os adversários teimam em marcar golos nos últimos minutos e, como se isso não fosse pouco, têm de aturar um chefe idiota e um patrão doido varrido. Para já não falar nos adeptos – provavelmente um bando de rufias e mandriões - que fizeram questão de os ir esperar ao estádio, altas horas da madrugada, só para ofender quem trabalha. Sim, porque os jogadores, bem ou mal, trabalham. Coisa que aqueles energúmenos, provavelmente, só conhecem de ouvir falar. Se bulissem de certeza que não teriam grande vontade de estar ali a aborrecer quem exerce honestamente a sua actividade profissional. Se soubessem o que é trabalhar de certeza que, àquela hora, preferiam estar a descansar o coirão.

Obviamente que, enquanto benfiquista, fico satisfeito sempre que o Sporting tem um desaire. Mas, enquanto trabalhador, aborrece-me que quem trabalha não seja respeitado. Mesmo quando as coisas não correm bem. Ter um chefe habituado a perder, um patrão que nunca soube o que é ganhar e depois levar com a culpa das derrotas deve ser uma coisa lixada.

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