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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

E um argumento que não envolva reformados, não se arranja?!

Kruzes Kanhoto, 20.10.16

Não tenho nada contra o vencimento que aufere aquele senhor da Caixa Geral de Depósitos. Pelo contrário. Acho, até, muito bem. O que está mal é não haver muitos mais portugueses a ganhar assim. Ou mesmo um poucochinho menos, vá.

Já não achei assim tão bem que, há uns anitos atrás, um outro presidente do banco público se tenha reformado com uma pensão superior a dezoito mil euros mensais. Uma obscenidade, como garantia um ministro do governo de então.

Ora o argumentário dos críticos do vencimento do actual gestor envolve, quase invariavelmente, o baixo montante das reformas para atacar o chorudo ordenado da criatura. Fraquinho, o argumento. Nomeadamente quando o mesmo governo que aprovou o pagamento de um vencimento desta grandeza, tratou também de aumentar – pela via do fim da CES - significativamente a reforma, já de si obscena, do outro senhor.

Digo eu, que gosto muito de dizer coisas, podiam igualmente argumentar que os funcionários públicos, nomeadamente os que ganham entre seiscentos e mil e quinhentos euros, não veem o seu vencimento aumentado há oito anos. Ao contrário dos pensionistas. Mesmo dos que ganham cinco, dez ou vinte mil euros.

 

Camaradas, burlemos unidos...será nossa a burla final!

Kruzes Kanhoto, 19.10.16

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Como hoje dizia alguém, foi bom que a geringonça se tivesse constituído. Só assim, acrescentava, tivemos oportunidade de ver o CDS e o PSD a comportarem-se como o BE e o PCP quando estavam na oposição e estes, agora que são poder, a imitarem o comportamento dos primeiros quando estavam no governo.

Bom não diria. Mas que é divertido, lá isso é. Não passa um dia sem que uns e outros não nos venham anunciar – e, simultaneamente, reivindicar para si a paternidade da ideia - mais uma reposição de direitos, de rendimentos, a reversão de uma mal-feitoria qualquer ou uma conquista civilizacional que nunca ninguém sentiu necessidade nenhuma de conquistar. Tudo coisas que, no dia seguinte e após uma análise mais cuidada, se constata que não valem a ponta de um corno, deixam tudo na mesma – quando não pior - e não põem mais dinheiro na nossa algibeira. Mas, enquanto a maioria for acreditando neste conto do vigário, eles vão continuar a geringonçar por aí!

Desfalecer deve ser coisa de reaccionário...

Kruzes Kanhoto, 18.10.16

Estava à espera que a noticia das pessoas que desmaiam nos comboios - por, ao que parece, não tomarem o pequeno almoço antes de iniciar a viagem – merecesse muito mais destaque nos média nacionais. Esperava que a culpa dos desmaios fosse da crise, da austeridade, da falta de dinheiro ou, sei lá, de qualquer coisa que envolvesse o governo. Que, recorde-se, costumava ser sempre o culpado de tudo. Desde a chuva à seca. Mas não. Nem, sequer, as televisões inquiriram o camarada Arménio acerca do assunto. Uma tristeza, isto. É que nem consigo habituar-me à ideia de não aparecer ninguém a responsabilizar quem nos governa – agora é António Costa, mas isso é apenas um detalhe – por estes desfalecimentos. A culpa é das más práticas alimentares das pessoas que se metem no comboio em jejum, garantem os entendidos na matéria, também conhecidos por especialistas em coisas. Devem ter razão. Até porque o Parvus Coelho já não governa. Se ainda governasse, a culpa seria dele.

Um centro interpretativo é que era uma grande ideia!

Kruzes Kanhoto, 16.10.16

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Surpreende-me que haja quem se amofine por a autarquia da sua terra estar determinada em vender um prédio em ruínas. O imóvel em causa terá, alegam, um elevado valor histórico – difícil de descobrir no meio dos escombros em que aquilo se transformou – pelo que deverá ser reconstruido para fins culturais, argumentam. Que são os fins a que se destinam os espaços para os quais não se sabe o destino a dar.

Por mim acho que a dita autarquia faz muito bem em vender a coisa. Se, claro, houver alguém suficientemente desapegado ao dinheiro disposto a compra-lo. Mas, se não houver interessados, podia colocar à consideração dos habitantes o destino a dar ao mamarracho. Por mim, se pudesse votar, votava por deitar aquilo abaixo. Ou, em alternativa, já que a cultura é tão do agrado das gentes lá do sitio e os trezentos e quarenta e nove espaços culturais já existentes parecem não ser suficientes, optava por construir ali uma coisa que está agora muito em voga. Um centro interpretativo. Daqueles originais. Onde fosse possível interpretar algo que ainda não é interpretado em nenhum outro lugar. Por exemplo, um centro interpretativo da merda de cão. É capaz de ainda não haver. O centro. Merda de cão, essa, não falta.

OE 2017. Ordem para endividar...

Kruzes Kanhoto, 15.10.16

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Não vou dizer, como o outro parvo, que vem aí o diabo. Não será o caso. Pelo menos para já. Mas que se entreabriu a porta do inferno, disso, não tenho dúvidas. Ou, reformulando a ideia, estamos a entregar a chave do palheiro ao pirómano. Isto porque todos nos recordamos – pelo menos os que têm memória para além daquilo que lhes dá jeito lembrar – do que era a situação financeira da generalidade dos municípios portugueses antes da intervenção da troika. Pois bem, o orçamento do próximo ano manda às urtigas praticamente tudo o que era medida impeditiva do endividamento das autarquias. Daí que não seja difícil adivinhar o que vai acontecer. Vai voltar, a pretexto do aproveitamento dos fundos comunitários, a maluqueira das obras. Principalmente daquelas inúteis e que se traduzem em custos futuros. Ou, removidos os últimos entraves, voltaremos a assistir à contratação de uma chusma de amiguinhos. Daqueles que seguraram o pau nas últimas eleições, vão segurar nas próximas ou apenas porque sim e dá votos. E não, não é pessimismo, catastrofismo ou má-língua. São é muitos anos a virar frangos...

Governo, amigo, o povo está contigo!

Kruzes Kanhoto, 13.10.16

Já falta pouco para ficarmos a saber todas as fantásticas medidas – algumas, desconfio, poderão até atingir o nível de sublime - com que a geringonça se propõe melhorar a nossa vida no próximo ano. Sabemos – sempre o soubemos, obviamente – que aquela trempe de esquerdistas apenas pretende o bem do povo. Ao contrário dos malvados da direita, que estão sempre a maquinar coisas para lixar a malta.

Não são, por isso, de esperar propostas que nos provoquem aborrecimento. Tal como subidas de impostos, cortes de salários ou baixar as reformas. Nada disso. Quando muito aumentarão umas quantas tretas que os ricos fazem questão possuir. Casas e assim. Ou, se isso não ameaçar a consistência da geringonça, um ou outro imposto sobre uns itens que provoquem problemas ao nível da saúde. Tipo o açúcar ou as gorduras. Nada que seja de primeira necessidade. O que, parece, fica de fora é o papel higiénico. Ainda não é desta que lhe é aplicada uma taxa. Ou um imposto, sei lá. Uma derrama, quiçá. Mas devia, já que se trata de um artigo de última necessidade.

Decapitação

Kruzes Kanhoto, 12.10.16

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Com a chuva de hoje, o meu quintal ganhou vida. Muita. De várias espécies que, presumo, devem ter estado, nos últimos meses, a recato do calor. Ao primeiro sinal de pluviosidade, bichos de conta, lesmas, caracóis e outros intrusos não identificáveis mal puderam aguardar a noite para se passearem pela terra molhada, pelos canteiros e, até, pelo espaço pavimentado. A sobrevivências das plantas que, coitadas, sobreviveram heroicamente à falta de água, está ameaçada por estes rastejantes. É uma invasão. A guerra mal começou, será longa e fará muitas vitimas. Esta, por exemplo. Ao contrário de outras – e de outros, que não quero cá discriminações - que por aí andam, já não tem cornos.

Brexit?! Já vão tarde...

Kruzes Kanhoto, 11.10.16

Por estes dias tem dado que falar uma reportagem da TVI acerca do procedimento dos serviços sociais britânicos em relação às crianças filhas de imigrantes. Parece, a fazer fé no que foi amplamente relatado, que estaremos perante um bando de mal-feitores que roubam criancinhas às mães para, a partir daí, desenvolverem toda uma panóplia de negócios. Não sei se assim é ou não. Sei é que não gosto de britânicos. Mais do que isso, detesto-os. Felizmente os meus contactos com tais criaturas circunscrevem-se ao Algarve em quatro ou cinco ocasiões ao longo do ano. E sobra-me. São mal-educados, não se sabem comportar, não respeitam as regras de hotéis ou espaços públicos e, não fora o dinheiro que cá deixam, fazem cá tanta falta como a fome. Além disso são gordos, branquiosos e as gajas mal jeitosas como o caraças.

Mas voltando à investigação da TVI. A ser verdade apenas metade daquilo que foi dito é, ainda assim, uma vergonha para qualquer Estado de direito minimamente civilizado. Uma coisa própria de um país terceiro-mundista. Faltou, deve-se ter escapado à jornalista, apenas um pequeno pormenor. Será que os diligentes serviços sociais britânicos têm o mesmo procedimento quando se trata de famílias muçulmanas? Não sei porquê desconfio que não...

Sensibilidades

Kruzes Kanhoto, 10.10.16

A esquerda, como se sabe, é a campeã da sensibilidade social. Tem tanta que até chateia de tão sensível que é. Deve ser por isso que pretende – e bem – aumentar o salário mínimo para seiscentos euros. Quer, também – e igualmente bem – aumentar em dez euros as pensões até oitocentos e quarenta e cinco euros.

Embora isso me comece a preocupar, dada a frequência com que está a acontecer, não podia estar mais de acordo com estas propostas esquerdelhas. Há, no entanto, uma coisinha de nada que me está a moer. A consumir, como diria a minha avó. Então e aquelas pessoinhas que trabalham na função pública – e menciono estas porque quanto às do privado não podem fazer grande coisa – que ganham entre seiscentos euros e oitocentos e quarenta e cinco? Para essas não há sensibilidadezinha absolutamente nenhuma?! Parece que não. Ficamos assim a saber que, para a esquerda, um trabalhador que ganha seiscentos e cinco euros é menos necessitado que um reformado que aufere oitocentos e quarenta e cinco. Deve ser a isto que chamam justiça social ou lá o que é…