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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Poupar?! Isso é coisa que não assiste ao tuga...

Kruzes Kanhoto, 31.10.16

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Parece que hoje assinala-se o dia mundial da poupança. E digo parece porque não vejo vestígios de comemorações – oficiais ou da sociedade civil – e, por aquilo que se me é dado assistir, não vislumbro ninguém que manifeste vontade de poupar. Nomeadamente o governo, que não se cansa de dar o exemplo no que toca a esturrar o guito que não tem. Não sei se já repararam, mas não passa um telejornal – nem um! - em que não seja anunciada mais uma qualquer medida que contribui para gastar o dinheiro que não há e que, por isso, é preciso pedir emprestado. Um fartote.

Não é de admirar que os cidadãos sigam o mesmo principio. O da despreocupação face ao aforro. Ah e tal, coitados, mal têm para comer. Desgraçados, com os cortes e as malfeitorias daquele malvado governo de direita é impossível poupar. Principalmente os funcionários públicos e os reformados que, pobres vitimas, foram o alvo preferencial e viram os seus rendimentos drasticamente diminuídos. Pois. Será isso tudo. Mais o que se quiser. Eu também não poupo. Hoje, por exemplo, podia ter poupado o euro da aposta no Placard. Assim já não estaria para aqui a rogar pragas a um tenista palhaço em quem apostei. Bem que me avisaram as duas pessoas que estavam no café, quando, logo pela manhã, registei o bilhete. Para a próxima sigo o sábio conselho do reformado que estava a tomar o pequeno almoço e da colega que beberricava o seu martini. Ainda lhes disse para pouparem no tabaco, mas acho que não me ligaram.

A rua é do povo, pá! Ou não?!

Kruzes Kanhoto, 30.10.16

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Procissões sujeitas ao pagamento de uma taxa para o cortejo dos procissantes atravessar uma estrada?! Diz que sim. Prejudica o transito e inferniza a vida das pessoas, admito, mas, assim de repente e apanhado de surpresa, parece-me manifestamente uma ideia peregrina. E, quase sem querer e já prestes a concordar, surgiu-me agora uma questão pertinente: o dinheiro da tal taxa vai para onde? Ou, melhor, para quem? É entregue, a titulo de compensação pelo tempo perdido, a todos os que ficaram parados à espera que os crentes acabassem de procissar? Não?! Então, está-se-me a escapar qualquer coisinha…

Parvo foi o Coelho – o Parvus – em não se ter lembrado disso. A quantidade de manifestações que os comunas e outros trastes fizeram durante os quatro anos e tal de vigência do governo anterior, teriam chegado e sobrado para pagar a divida. Sim, que nisto prejudicar a livre circulação de pessoas não deve existir discriminação de manifestações. Seja lá qual for a fé que os manifestantes professem. E só a CGTP, a uma média de um milhão de participantes por cada manifestação, teria dado um contributo decisivo. Lá teriam contribuido com algo de útil para a sociedade...

"Os politicos são mal-pagos". Por comparação com quem?

Kruzes Kanhoto, 29.10.16

É recorrente. Volta e meia vem alguém, político ou aspirante a isso, lamentar o quanto os políticos são mal-pagos. Falta é explicar por comparação com quem. Com o gajo que varre a minha rua e ganha o salário mínimo? Ou com um licenciado – daqueles a sério, não dos que vão para o governo – que, se tiver sorte ou o azar de não conhecer ninguém na Câmara lá da terra, arranja um estágio a ganhar seiscentos e noventa e um euro e que, se for mesmo um sortudo, até lhe pagam? Comigo, que não sou aumentado vai para oito anos? Com o gestor da plataforma de blogues aqui do Sapo? Com o novo presidente da Caixa Geral de Depósitos? É a ausência de resposta a tão inquietante questão que me impede de ter uma opinião formada acerca do assunto.

E depois há aquele argumento fantástico que quase sempre acompanha esta reivindicação. Que é garantir que, com este nível de remunerações, os melhores não querem ir para a política. Assim sendo parece-me um contra-senso os actuais políticos queixarem-se do seu magro estipêndio. É que se este fosse mais gordo iam para lá os melhores – outros, portanto – e os que lá estão agora perdiam o emprego. Coisa que, presumo, não seria muito do seu agrado. Ou, então, é uma questão de altruísmo. Não estão a pedir nada para eles...

Deve ser uma espécie de rendimento máximo...

Kruzes Kanhoto, 26.10.16

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Sermos um país pobre tem as suas vantagens. A principal é que ninguém vem para cá chatear. Não despertamos cobiças de conquista nem, excepto os invejosos dos castelhanos e os patetas alegres dos franceses, ninguém manifestou vontade de nos invadir.

O mesmo se aplica, agora, aos novos invasores do continente europeu. Ninguém quer vir para Portugal. Por mais que alguns profissionais da beneficência insistam ou políticos alarves, como o Costa, façam questão de oferecer a nossa hospitalidade. Poucos, entre os milhões que já chegaram à Europa, equacionam essa hipótese. Nem sequer dez mil deles, o número de alegados refugiados que o governo admite receber, conseguem convencer. E mesmo os que se deixam enganar, assim que podem dão de frosques em busca de um lugar, digamos, mais condescendente em termos monetários. Que, afinal, foi para isso que eles saíram da sua zona de desconforto.

Toda essa malta, obviamente, prefere a generosidade da segurança social dos países situados mais a norte. Aqui seria impossível a um gajo, ainda que tivesse quatro mulheres e vinte e três filhos, afiambrar-se a trezentos e sessenta mil euros por ano. Por cá, isso é coisa reservada a gestores públicos e assim.

A crise na Grécia já acabou, não já?

Kruzes Kanhoto, 25.10.16

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E a Grécia, pá?! Deve estar tudo a correr pelo melhor, por lá. Nem me lembro da última ocasião em que um órgão de comunicação social nos deu conta de mais um reformado grego se ter imolado em frente ao parlamento. Ou de manifestantes irados a queimarem coisas. Ou de gente deprimida a regressar às aldeias natais, fugindo do desemprego, para subsistir daquilo que a terra dos seus pais e avós lhes possa dar. Nada. Nem uma noticiazinha. Um pequeno apontamento noticioso, vá. Népia.

Aquilo, ao que se noticiava, era uma miséria de meter dó. Era, digo. Mas depois veio o Syriza. E, inevitavelmente, tudo mudou. Para melhor, obviamente. Mas eu, não é estar a desconfiar, gostava que os média nacionais continuassem a acompanhar o caso grego. A entrevistar passeantes na Praça Syntagma, como faziam antes. De certo que agora estarão muito mais felizes, significativamente menos pobres e quase todos terão trabalho bem remunerado. Não que desconfie do contrário, reitero. Era só para poder desmentir os catastrofistas que insistem – os fascizóides – que continua tudo na mesma. Ou pior.

Desaparecidos

Kruzes Kanhoto, 24.10.16

Anda a desaparecer muita gente. Só nas últimas semanas sumiu-se o tal Pedro não sei das quantas, os cinco meliantes que escaparam ilesos no assalto ao Continente do Barreiro, o Mário Nogueira e a velhota anafada da associação de reformados. Estou preocupado, confesso. Não tanto com o pistoleiro. A esse, mais dia menos dia, alguém lhe tratará do canastro. Em relação aos cinco do Continente, com sorte, no próximo assalto passam a quatro. Já quanto ao Nogueira e à badocha, estou mesmo ralado. Levaram sumiço. Ninguém sabe deles. Devem estar para aí escondidos em algum estábulo. E, ou muito me engano, enquanto tiverem a gamela recheada ninguém lhes porá a vista em cima.

Contas de sumir

Kruzes Kanhoto, 23.10.16

Tal como receava, o subsidio de natal vai voltar a ser pago em Novembro. Em 2017 apenas cinquenta por cento – o restante continua em duodécimos – e em 2018 na totalidade. Significa isso que, nos próximos dois anos terei uma diminuição do meu vencimento mensal durante onze meses. Ah e tal, argumentam entre outras coisas os defensores da medida, isso no fim do ano dá o mesmo. Pois que não sei. Hesito acerca disso. Então se assim é e no fim continua tudo igual, por que raio não aplicamos o mesmo principio à retenção na fonte do IRS?! Não descontamos nada ao longo do ano e no fim fazemos contas. Não sei é se o ministro das finanças ia achar graça a uma coisa dessas. Deve, presumo, fazer as mesmas contas que eu. Outro parvo, por assim dizer. Recebia tudo de uma vez, o palerma, que assim avultava muito mais para os cofres do Estado.

E depois há ainda aquilo do consumo, ou lá o que é que aquela malta quer estimular. Estou a ter alguma dificuldade em perceber o estimulo. É suposto ficarmos estimulados só uma vez por ano? Parece-me, manifestamente, pouco. Por mim gosto de me sentir estimulado mais amiúde. Deve ser defeito. Ou feitio, quiçá.

Da série ainda bem que acabou a austeridade...

Kruzes Kanhoto, 22.10.16

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O saco ganhou mais farinha. Avermelhada, mas nem por isso menos farinha. Por mais que alguns se esforcem por acreditar no contrário. Os tontinhos, nomeadamente. Ou, também, aqueles que estão a aproveitar os últimos suspiros do sistema.

Diz que a geringonça vai fazer exctamente o mesmo que condenava ao governo anterior. Cortar mais uns milhões às reformas. Era bom que dissesse quantos. Só para a malta comparar.

Ah, espera. É completamente diferente. Estes cortam às pensões futuras. À minha, portanto...

Deve ser aquilo de não deixar a verdade estragar uma boa história...

Kruzes Kanhoto, 21.10.16

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Os europeus mais palermas comoveram-se com a história daquele invasor refugiado sírio rasteirado por uma repórter de imagem húngara. A senhora, coitada, só teve chatices desde essa altura e, pelo contrário, ao presumível refugiado tudo começou a correr muito melhor. Foi acolhido em Espanha, alojaram-no num apartamento pago pela edilidade e arranjaram-lhe trabalho. Uma história bonita com tudo para ter um final feliz, para nos fazer acreditar na bondade da humanidade e acreditar que vale a pena ajudar todos os que fogem da guerra.

Parece, no entanto, que a historieta não é tão cor de rosa como os média fizeram questão de nos fazer acreditar. O passado da criatura não será, alegadamente, tão puro quando isso. É, pelo menos, o que acreditam os comunistas turcos do PKK e, ao que consta, saberão os serviços secretos espanhóis.

Um caso isolado, dirão os amiguinhos dos refugiados. Pois. Deve ser, deve. Por mim também acredito que nem todo os refugiados serão terroristas. Entre tantos, um ou outro não será.

 

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