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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Da série ainda bem que acabou a austeridade (II)

Kruzes Kanhoto, 21.09.16

Acabo de ouvir a Ministra das Finanças Mariana Mortágua garantir que apenas oito mil proprietários mais endinheirados vão pagar o tal imposto sobre a propriedade. Serão, segundo a governante deputada, os que terão património imobiliário acima de um milhão de euros. Estou, confesso, muito mais aliviado. Há só uma coisinha que me apoquenta. Algo quase irrelevante, convenhamos. É que ainda me consigo recordar que o IVA começou por ser dezasseis por cento...

Desigualdades

Kruzes Kanhoto, 21.09.16

Tem sido, ao longo dos últimos dias, amplamente divulgado um estudo de uma Fundação acerca do aumento das desigualdades sociais provocadas em Portugal pela intervenção da troika. Será, de certo, um trabalho devidamente fundamentado e que deverá merecer, da parte de todos, a melhor atenção. Nomeadamente, pela sua responsabilidade, aos políticos. Coisa que, pelos vistos, não estará a acontecer. É que a melhor forma de evitar o agravamento dessas desigualdades será não cometermos os mesmos erros que nos levaram à inevitabilidade da assistência financeira. E essa parte, desconfio, não está a interessar a ninguém...

 

"Doenças das senhoras"

Kruzes Kanhoto, 20.09.16

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Uma senhora com problemas de coração pode optar entre estes dois clínicos? Para curar uma constipação, por exemplo, a Drª Maria será uma opção para qualquer paciente do sexo feminino? E, se sim, por que raio não pode lá ir um homem tratar de maleitas de idêntica natureza? Ou isto é apenas uma espécie de eufemismo? Nem sei porque é que as múltiplas comissões para a igualdade e entidades diversas no âmbito da não discriminação, que por aí vão vivendo á mesa do Orçamento do Estado, ainda não fizeram nada para proibir estes anúncios...

Burka tecnologica

Kruzes Kanhoto, 19.09.16

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A caixa acidentada aparenta estar melhorzinha. Embora, pelas razões expostas, isso não seja confirmável à primeira vista. Trataram de a tapar com uma fatiota em segunda mão. Coitada. Ficou a parecer uma muçulmana daquelas que não se sabe o que está por baixo da farpela.

Caça à multa

Kruzes Kanhoto, 18.09.16

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Um pacato automobilista foi autuado um destes dias, pela diligente brigada de trânsito da GNR, por estar na posse de um aparelho que detecta a presença de radares de controlo de velocidade. Coisa para quinhentos euros. A multa, que o dito aparelho está à venda na internet por um preço muito mais baixo. Ora isto, apesar de ser considerado infracção e a coima estar prevista na lei, suscita-me umas quantas questões. Cada uma mais inquietante que a outra, por sinal. Como é que os “Geninhos” deram com o dito aparelho? Será que a GNR está equipada com aparelhos que detectam aparelhos que detectam radares? Se sim, será que existe também um aparelho que detecta os aparelhos que detectam os aparelhos que detectam radares? E se os aparelhos que detectam radares são ilegais, será que, a existirem, os aparelhos que detectam os aparelhos que detectam radares são legais? A serem-no isso não configura uma espécie de violação da privacidade?

Mas, dado o inusitado número de aceleras que circulam por aí, ainda bem que a GNR procede assiduamente a controlos de velocidade – e à detecção de aparelhos que boicotam essa actividade, pelos vistos - como medida de prevenção contra os acidentes e isso. Especialmente quando os faz aos domingos de manhã, com o radar escondido, numa recta de uma estrada perdida no meio do Alentejo e onde, por essa hora, passa um carro de cinco em cinco minutos.

Passou um fio e aquilo prendeu? Não?! Então esteja calado!

Kruzes Kanhoto, 17.09.16

A generalidade da opinião publicada tem dito e escrito o que Maomé não disse, nem consta que tenha escrito, do toucinho acerca da entrevista do juiz Carlos Alexandre. Se calhar têm razão. Pelo menos naquela parte em que sustentam que o homem devia ter continuado calado. Aquela conversa só serviu para fazer com que os socretinos e as viúvas de Sócrates viessem rasgar as vestes para a praça pública em defesa do seu ídolo.

Houve um tempo em que lhes achava piada. Agora começo a achar que são uns mete-nojo. Ler e ouvir a defesa do individuo que chegou a ser primeiro ministro desta republica, faz-me lembrar o que se passa cá no prédio. Toda a gente diz que o gajo do primeiro esquerdo anda enrolado com a vizinha do segundo direito. Mas, como é hábito nestas coisas, não se podem apresentar provas que confirmem o que todos murmuram. Nem o facto de, caso um dia aconteça, serem encontrados nús e colados um ao outro significará seja o que for. Haverá sempre quem pergunte se alguém passou um fio pelo meio deles... Deve ser a isso que se chama processo de especial complexidade.

Esperança num "produto" melhor...

Kruzes Kanhoto, 16.09.16

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Hesito quanto a isso da esperança começar em qualquer coisa que envolva o Bloco de Esquerda. Pelo contrário. Nem a esmagadora maioria de quem quem votou naquilo tem qualquer tipo de esperança. Foi, apenas e só, um voto de protesto. Que tanto foi no Bloco como poderia ter sido, se por cá houvesse disso, num partido de extrema-direita.

Veja-se o caso deste novo imposto sobre o imobiliário anunciado pelos bloquistas. Vai, dizia ontem um dos proponentes, apenas abranger os muito ricos. Mas, acrescentava, permitirá baixar o IRS, aumentar as reformas e melhorar as prestações sociais. Tudo em simultâneo. Ora, das duas uma, ou há muito mais ricos do que aquilo que se supõe ou o conceito de rico será uma coisa muito abrangente para os ideólogos desta parvoíce. Há, ainda, uma terceira hipótese que não deve ser excluída. Estarem a pôr pouco tabaco naquilo que andam a fumar...

Ainda lhe cai um dentinho...

Kruzes Kanhoto, 15.09.16

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Os Pokémons estão na ordem do dia. Servem para parodiar quase tudo. No caso da imagem trata-se de um Muppi do PCP a publicitar a Festa do Avante onde alguém deixou uma mensagem alusiva ao evento e à febre da caça ao dito bicho virtual.

Mas há gente que não tem jeito para fazer piadas nem, por mais que se esforce a inventar dichotes espirituosos, consegue arrancar um sorriso a quem o ouve. António Costa é um desses casos. Veja-se a tentativa de laracha que ontem tentou fazer, envolvendo Pokémons, como forma de resposta a Passos Coelho. Nem o ministro da educação ou qualquer outro dos circundantes - apesar dos lacaios por norma se rirem sempre muito das graçolas dos lideres – esboçou um sorriso mais do que amarelado. É a vida e, toda a gente concordará, não tem mal nenhum em ser assim. Até porque como dizia a minha avó – essa sábia senhora – mais vale cair em graça do que ser engraçado. É o caso desta criatura.

Malucos do c******!

Kruzes Kanhoto, 14.09.16

Acho – e não é de agora, é desde há uns anos a esta parte – que o país ensandeceu. Ou antes, os portugueses ensandeceram. Que o país, coitado, não tem culpa de ser habitado por malucos. E o pior é que todos os dias alguém se encarrega de me dar razão nesta minha convicção. Dois exemplos, por hoje.

O primeiro tem a ver com o fim dos contratos de associação entre o Estado e os colégios privados. Na sequência da não renovação do contrato um desses estabelecimento de ensino fechou portas e mandou dezenas de funcionários para o desemprego. Pois que segundo algumas alminhas iluminadas, daquelas que até são contra isso do Estado subsidiar escolas privadas quando existe oferta pública, não o pode fazer. Portanto a dita escola não tem alunos, mas que nem pense em encerrar. Nem, muito menos, despedir os empregados. Se não é raciocínio de doido varrido não sei o que lhe chame.

O segundo é uma proposta de lei que, a ser aprovada, impedirá os senhorios de, contratualmente, proibirem os inquilinos de possuir animais domésticos nas casas que alugam. Já nem vou pronunciar-me acerca de cada um partilhar o mesmo espaço com um bicho. Deixo, igualmente, de lado o incomodo que um cão a ladrar ou a uivar causa aos outros habitantes do prédio que nada têm a ver com as taras do vizinho. Limito-me, apenas, a assinalar que em Portugal, após quarenta e dois anos de democracia, existe gente na Assembleia da República que não entende o conceito de propriedade privada, de negociação entre privados, de funcionamento do mercado e de livre contratação entre as partes. Estes, para além de malucos, são os mais perigosos.