Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Zunzuns...

Kruzes Kanhoto, 09.08.16

Desconfio quase sempre das parangonas dos jornais. Acho, não sei porquê, que normalmente trazem água no bico. As de hoje não são excepção. Refiro-me às noticias que enchem diversas primeiras páginas acerca da Caixa Geral de Aposentações. Ele é que os aposentados já são mais que os activos, ele é um buraco de não sei quantos mil milhões que terá de ser o Orçamento de Estado a tapar...enfim, uma tragédia. Como se aquela ideia, implementada em 2006, de não inscrever mais ninguém na CGA, sendo os funcionários admitidos a partir daí inscritos na Segurança Social não tivesse, inevitavelmente, de levar, mais cedo do que tarde, a esta situação de insustentabilidade.

Mas, escrevia, desconfio destas noticias. E, principalmente, daquilo que lhes dá origem. Um relatório do Tribunal de Contas, no caso. Publicado com um timing espectacular. Quando o orçamento de Estado está a começar a ser “alinhavado”, por coincidência. Talvez por isso, mas isto sou só eu a supor – as noticias acerca do aumento do desconto dos funcionários públicos para a CGA, de 11% para 15% já a partir de Janeiro, não sejam assim tão descabidas.

Ainda bem que temos uma geringonça que se preocupa com os seus cidadãos. Que bate o pé aos gajos lá das Europas que nos querem lixar, acaba com a austeridade, reverte as maldades do anterior governo e que, em suma, é fofinha connosco. Ainda bem. Se fosse o Passos Coelho era coisa para ir aos 17%. A serem verdade os “zunzuns” que por aí correm lá teremos de agradecer ao Costa...

Por mim até podiam ter a imagem de um camafeu como ela...

Kruzes Kanhoto, 08.08.16

Ouvir a deputada Isabel Moreira deixa-me nostálgico. De lágrima ao canto do olho, quase. Bate cá uma saudade do tempo em que a capacidade de falar ainda não estava reservada apenas para uma das muitas espécies que povoam o planeta...

Desta vez a dita criatura insurgiu-se contra a possibilidade – entretanto recusada pela Santa Sé – da emissão de moedas de dois euros com a imagem do Papa Francisco. Que não, protestava a senhora, era o que mais faltava os portugueses andarem com moedas dessas na algibeira. Desconfio, mas isso devo ser só eu, que o pagode se aborrece mais por não as ter nos bolsos, independentemente de quem seja o feioso ou feisosa que lá tenha as trombas. O Estado é laico, acrescenta, portanto não tem nada de tratar de maneira desigual uma das religiões. A menos que, suspeito, essa religião seja aquela cujos seguidores rezam de cú para o ar. Nesse caso, esturrar milhões do erário público a construir uma mesquita, já deve ser uma coisa muito valorizável para a senhora deputada. Assim a atirar para o multiculturalismo que, como se sabe, é muito apreciado pelas pessoas cultas, sensíveis e inteligentes. Ou, como quem diz, de esquerda. Boas, portanto. Embora disso de boa, manifestamente, a sujeita nada tenha.

E piscinas públicas, já agora...

Kruzes Kanhoto, 06.08.16

img_memartinez_20160311-142156_imagenes_lv_otras_f

 

É hoje inaugurada a primeira praia para cães em Portugal. Mais uma idiotice saída da cabeça dos urbano deprimidos que, aos poucos, vão impondo a sua vontade a um poder político que vai satisfazendo caprichos na perspetiva de angariar benefícios eleitorais futuros. Mas que sejam felizes. Eles, os seus cães e quem vier a ganhar com esta iniciativa.

Há, nisto, umas quantas questões inquietantes. Será que esta praia vai ter bandeira azul? E a que está ao lado? Ou, num futuro não muito distante, quando conseguirem uma área reservada – como, por exemplo, a da imagem – dentro de uma praia, quem é que no seu perfeito juízo vai querer ir para ali passar férias? Se esta parvoíce se generalizar não estaremos a colocar em causa uma das nossas poucas riquezas naturais?

Dediquem-se aos estudos. A sério.

Kruzes Kanhoto, 05.08.16

Um estudo qualquer concluiu que os funcionários das autarquias gozam mais dias de férias do que aqueles que a lei determina. Um escândalo, portanto. O estudo, presumo, terá sido aturado. Como convém a todos os estudos. Pena é ter de aturar as conclusões. Parvas, diga-se. É que o estudioso – e se calhar até lhe pagaram para estudar o assunto – resolveu incluir, entre os dias que os funcionários autárquicos gozam em número superior ao legal, a véspera de Natal e a terça-feira de carnaval. Dias que, como se sabe, mais ninguém goza em Portugal. Nem são tolerância de ponto, nem nada.

Temos a tendência de fazer comparações. Tudo serve para comparar. Fazê-lo entre ordenados, regalias diversas e quantidade ou qualidade de trabalho na função pública e privado é quase tão velho como o mundo. A mim é coisa que me desagrada profundamente. Por norma mando quem as faz para uns quantos sítios cabeludos que me ocorram na ocasião. E faço-o desde que, já lá vão quase trinta e seis anos e era eu um jovem “administrativo” que ganhava dez contos por mês, um “camarada” me apontava a condição de burguês. Enquanto, garantia, um outro jovem servente de pedreiro, que por acaso levava vinte contos livres de impostos para casa todos os meses, não passava de um pobre proletário. Mandei-o, então, ir ter com a camarada meretriz que o pariu. Não deve ter ido. Ou, se foi, não interrompeu nada. Pelo menos a julgar pelos estudiosos que por aí andam a publicar baboseiras.

Aquilo é uma bíblia, quase. Um corão, vá.

Kruzes Kanhoto, 05.08.16

Não concordo nada com as críticas em relação ao tipo de jornalismo que é praticado pelo “Correio da manhã”. Pelo menos quando feitas isoladamente e desligadas da restante realidade do país. São, por norma, feitas por criaturas com a presunção que são dotados de um intelecto superior ou que se acham iluminados por uma luz qualquer que não tocou ao comum dos mortais. Talvez as duas coisas em simultâneo, até.

Ora aquele jornal está ao nível dos políticos, ex-políticos ou pretensos famosos que alimentam as suas páginas. Daí que, sendo o nível dos protagonistas aquele que reconhecidamente é, não se possa esperar grande coisa. E depois há aquilo do mercado. Que também é o que é. Os críticos que experimentem abrir um negócio que se destine a um mercado que não exista e vão ver o tempo que aguentam até à falência. A menos que o Estado se substitua ao mercado. Coisa que não é assim tão incomum. Exemplos de criaturasa viver à conta disso existem por aí aos pontapés. Nomeadamente entre aquelas que vilipendiam o mencionado folhoso.

Por falar em “Correio da Manhã”. Alguém reparou na pança do António Costa na primeira página do dito jornal? O homem continua com barriguinha de autarca. A continuar assim um dia destes não os vê…

Desespero fiscal ou só parvoíce?

Kruzes Kanhoto, 04.08.16

transferir.jpg

 

Já escrevi muitas vezes, aqui e noutros lugares, acerca daquilo de pedir factura. Fui sempre incompreendido por quase todos os que me leram. Deve ter sido um problema de comunicação. Meu, obviamente. Só pode. Pelo menos a julgar pela ausência de gente indignada, nas redes sociais e na vida real, em relação à operação de fiscalização aos vendedores de bolas de Berlim e congéneres a decorrer nas praias algarvias. Nomeadamente por parte de uns quantos que zombavam de quem exigia factura num restaurante ou num café. Não é que tenha importância. Que não tem. É só para assinalar que há quem, acerca do mesmo assunto, vá alterando a sua opinião consoante o governo vai mudando. O que não constitui novidade. Nem surpresa. Afinal isto é como no futebol. O que hoje é verdade amanhã é mentira.

Liberdade de expressão?! Sim, desde que se siga a retórica vigente!

Kruzes Kanhoto, 03.08.16

A liberdade de expressão, como dizia o outro acerca do fair-play no futebol, é uma treta. Compreendo, por isso, as extremas cautelas dos jornalistas quando noticiam casos como os que envolveram os bombeiros de Campo Maior. Os intelectualoides impuseram as suas ideias, a sua visão do mundo e quem divergir do pensamento único vigente sofre as consequências. Tal como numa ditadura. Mas, como quase sempre, a emenda é pior que o soneto. E, pelo menos por cá que não temos bandos de outra natureza, sempre que surgem relatos de desacatos envolvendo grupos mais ou menos numerosos ninguém tem dúvidas acerca da sua origem. Mesmo que, uma ou outra rara vez, as suspeitas se revelem infundadas.

Bem lixado estará o comentador televisivo que teve a honestidade de dizer, em directo e sem possibilidade de ser censurado, o que toda a gente normal pensa mas que não diz por receio das consequências. Vindas não dos visados que, na maioria das circunstâncias, até são os primeiros a reconhecer a veracidade das declarações. O medo que todos sentem é da polícia dos costumes, das milícias do politicamente correcto e dos terroristas que nos querem impor o pensamento único e estandardizado.

Mas, há que reconhecer, o homem foi parvo. Bastava-lhe ter dito que o quartel tinha sido invadido por alentejanos, avessos ao trabalho, que acordaram mal-dispostos após a longa e habitual sesta. Evitava uma série de chatices e teria sido uma risota.

E o vento, camaradas?! Esqueceram-se do vento!

Kruzes Kanhoto, 02.08.16

19295632_MupMg.jpeg

 

Sejamos claros. A popularidade do governo deve-se, quase em exclusivo, a três grupos sociais. Funcionários públicos, reformados e pessoal da restauração. A uns restituiu os cortes, aumentou reformas nalguns cêntimos a outros e aos últimos deu mais dinheiro por via da baixa do iva. Obviamente que ficaram todos contentinhos. Mas não ficariam, se soubessem fazer contas. Nomeadamente a quanto dessa reversão, de vencimentos e pensões, perderam com os impostos entretanto agravados. Mas reconheça-se a manha dos geringonços em jogar com a iliteracia financeira da generalidade dos portugueses. Enquanto assim for, por mais que nos esmifrem, tudo lhes será perdoado.

Hoje, depois de semana passada anunciarem o truque do euro milhões, inventaram outro esquema manhoso para nos roubarem mais dinheiro. O dinheiro que precisam para, satisfazendo as clientelas, se aguentarem no poder. Vamos passar a pagar o sol que nos entra casa dentro e as vistas que alcançamos das nossas janelas. Desta nem o governo mais ultra-liberal, que mais roubou os portugueses em toda a história do país, se lembrou. Sim, porque caso semelhante ideia tivesse ocorrido ao Parvus Coelho nem todo o stock de tampões auriculares nos protegeria das esganiçadas, dos Galambas, dos Jerónimos e de outros políticos preocupados com o ataque aos rendimentos e o bem-estar dos portugueses levado a cabo pela troika, o pacto de agressão e as outras balelas a que nos habituámos.

Face à tragédia orçamental que se avizinha tenho até medo de imaginar o que se segue. Que mais irá esta gente inventar? Um imposto sobre os pockemons capturados pela rapaziada que se entretém nessas caçadas esquisitas? A cobrança de uma taxa aos peões para manutenção da calçada dos passeios? Um imposto de circulação sobre bicicletas, skates e trotinetas? A sorte é que já acabou a austeridade...Olha se não tem acabado!

Touros, touradas e tradições

Kruzes Kanhoto, 01.08.16

Vendetta_Toiros004.jpg

 

 

Os amiguinhos dos animais costumam rejubilar de cada vez que, numa tourada, um touro mata um toureiro. Pois não deviam. É que segundo a tradição vigente em Espanha, onde estes acidentes ocorrem com alguma frequência, o touro é abatido. Se-lo-ia sempre, é certo. Mas, quando estes casos acontecem, a punição é extensível a toda a sua descendência e igual destino têm os progenitores se ainda forem vivos. Uma carnificina. Uma matança generalizada que mais não é do que uma pretensa justiça poética.

Por isso, da próxima vez que um toureiro seja perfurado por uma cornada e vá desta para melhor, convirá refrear os festejos. Ou, então, protestar contra as tradições dos nossos vizinhos. É que, por essa altura, podem estar a caminho do matadouro umas dezenas de bois. Inocentes, todos. Que isto o multiculturalismo é uma coisa muito linda mas apenas serve para justificar as motivações dos que aborrecem pessoas. Se envolver animais, aí, já é uma barbaridade.

Pág. 3/3