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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Detesto os bonzinhos. Prefiro os malvados.

Kruzes Kanhoto, 20.08.16

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Um conhecido radialista partilhou nas redes sociais a sua preocupação por ter visto a cozinha invadida por um rato. Ralações a dobrar, no caso. Pois, a acrescentar à primeira, estava igualmente preocupado quanto à maneira de se livrar do visitante indesejado sem colocar em causa a integridade física do pequeno roedor. Para começar, acrescentava, trancou a porta da cozinha a fim de impedir que o gato – ou o cão, não sei ao certo, lá de casa – tratasse da saúde ao ratinho. Isto enquanto magicava na solução que permitisse capturar o intruso sem o molestar.

Pouco me importa o destino que o homem queira dar ao rato. É lá com ele. A coisa apenas me despertou interesse pelo número inusitado de comentários que o post mereceu. Todos, ou quase, a apelar à clemencia, a sugerir maneiras - cada uma mais idiota do que a outra - para apanhar o bicho sem o magoar e à sua posterior libertação num descampado qualquer. Matá-lo, isso, está completamente fora de questão. Coitados dos poucos comentadores que, face às doenças transmitidas por aqueles animais, se atreveram a sugerir tal solução. O ódio destilado foi tanto que, estou em crer, se os apanhassem - aos comentadores malvados – aqueles seres sensíveis preocupados com a vida do ratinho, eram capazes de os matar.

 

Ratos voadores

Kruzes Kanhoto, 19.08.16

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Agora é a tentativa de controlar a população de pombos a suscitar a ira dos amiguinhos dos animais. Uma fonte de doenças, como se sabe, essa bicharada. Ainda assim há quem os queira proteger e conteste as coimas para quem os alimente que, em boa hora, alguns municípios resolveram incluir nos seus regulamentos.

Em vez do extermínio em massa dessa espécie de ratazanas com asas, coisa que se faria a baixo custo e com elevada eficácia, as medidas colocadas em prática nalguns locais, com vista à redução de efectivos são absolutamente ridículas. Aquela, por exemplo, de capturar o bicho na cidade e ir soltá-lo ao campo nem a mim me lembraria. Ou, como propõe a agremiação de idiotas também conhecida por PAN, enganar as pombas substituindo os seus ovos por outros de gesso ou plástico também tem a sua piada. Principalmente quando vinda de um alegado partido político. Como é que se vai confiar em gente que até os pombos quer ludibriar?!

Tomatada

Kruzes Kanhoto, 18.08.16

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Consta – presumo que seja verdade - que esta semana, ao atravessar a cidade pela EN 18, um automobilista terá sido surpreendido pelo arremesso de objectos contra a sua viatura ao circular na zona da rotunda da “Primavera”, junto ao Continente. Tomates, no caso. Significa, portanto, que o senhor em causa se pode considerar um sortudo. Outros, igualmente ao que se diz, não terão tido, noutras ocasiões, a mesma fortuna. Os itens que voam em direcção a quem passa, parece, costumam ser de natureza mais consistente e, por isso, capazes de causar estragos de maior monta.

Coisas de crianças, provavelmente. Ou próprias da irreverência de uma juventude sem perspetivas de futuro, talvez. Quiçá, até, de adultos marginalizados por uma sociedade incapaz de os integrar. Não sabemos. Mas lá que constitui uma boa explicação, isso constitui.

Podem, porventura, ter sido os militares da GNR – o quartel, para quem não sabe, é mesmo ali – a treinar a pontaria. Se atirarem tomates aos meliantes pelo menos não correm o risco de os matar e, por causa disso, acabar na prisão ou, pior, na miséria. Pouco provável esta hipótese, reconheço, mas fica a ideia.

Já completamente de descartar é a possibilidade do ataque ter partido dos habitantes do resort. Ná. Não acredito. Não são gajos para isso. Ainda que os tomates estivessem impróprios para consumo eles não os iam desperdiçar. Uma saladinha, para desenjoar depois de uma tarde nas cervejolas, cai sempre bem. Cá para mim aquilo foi algum espanhol a antecipar a tomatina deste ano, ou isso.

O ignorante é quase sempre optimista...

Kruzes Kanhoto, 17.08.16

Poucos discordarão que Passos Coelho não foi grande coisa como primeiro-ministro. E só não digo que foi mau ou péssimo porque se o fizesse ficaria sem saber como qualificar Guterres ou Sócrates. Também não haverá, presumo, muita gente a discordar que como líder da oposição o homem é fraquinho. Daí não se afigurar necessário que António Costa nos esteja sempre a lembrar disso. Já sabemos. Não precisa, por isso, de estar constantemente a recordar o pessimismo do outro. Melhor seria que, de preferência com factos sustentados por números, nos esclarecesse onde é que o outro está errado. E porquê, já agora. Não basta achar que a coisa vai melhorar. Nomeadamente quando isso depende mais de outros do que de nós. Nem persistir em apelidar de pessimistas os que acham que isto vai dar para o torto. Essa foi a estratégia de Sócrates quando o país caminhava alegremente para a bancarrota. Afinal os tais “catastrofistas”, como ele gostava de chamar a quem antecipava o cenário que se veio a verificar, tinham toda a razão. Costa, para já, repete os passos do mestre. A história, provavelmente, também se repetirá. Numa versão bastante pior, suspeito.

Façam mas é uma campanha de sensibilização, ou isso...

Kruzes Kanhoto, 16.08.16

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Hesito em concordar com as autoridades francesas que proibiram o uso do burkini – aquelas vestes ridículas que as muçulmanas usam quando vão a banhos – nalgumas praias onde, por causa da dita fatiota, se registaram alguns conflitos entre os banhistas. Proibir, desconfio, apenas fará com que mais gajas se vistam assim. E multar também não adianta. Além da multa ser irrisória, diz que há um mouro ricaço qualquer que paga a conta.

Obviamente que, na praia, ao cidadão comum incomoda a presença de pessoas assim trajadas. Tal como também incomodam os nudistas. Ou os cães. É por isso que se optou por criar praias para os amantes do nudismo. E, mais recentemente, para cães. Quiçá esse seja o caminho. Em lugar de proibir que as criaturas usem o dito burkini, criar praias onde essa prática seja permitida. Não de uso exclusivo, que isso seria discriminação, mas onde um veraneante qualquer soubesse, ao aceder ao local, com aquilo que contava.

Já li, a este propósito, vários comentários indignados com esta proibição. Não muitos, diga-se. Parece-me é que não são das mesmas pessoas que se indignaram contra a invasão de uma piscina, exclusiva para naturistas, por parte de um grupo de muçulmanos que, reclamando pelo seu encerramento, ofenderam e agrediram os utentes. Isto da tolerância e do multiculturalismo funcionar apenas num sentido ainda vai acabar mal...

Fala como deve ser, pá!

Kruzes Kanhoto, 15.08.16

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Não sei quanto ganham os indivíduos que vão às televisões dizer umas alarvidades sobre futebol. Nomeadamente, digo eu, os seus clubes. Não sei mas gostava de saber. É que se é para dizer parvoíces, como as que eles bolçam durante horas a fio, sou gajo para o fazer por metade do preço.

Algumas das criaturas nem sequer sabem falar português. O ser que aparece na imagem, por exemplo. Cuidava eu - mas ninguém me manda andar mal informado - que era adepto do Sporting. Pelos vistos não é. Leva o tempo todo a falar do Benfica. E a dizer bacoradas. Iniciou a sua intervenção no programa de ontem, como não podia deixar de ser, a debitar parvoíces acerca do Glorioso. Referiu-se a uma “vestoria” que a Liga Portuguesa de Futebol Profissional terá realizado ao estádio onde no Sábado jogou e ganhou o Glorioso. “VESTORIA”!!!! Sim, ele disse “VESTORIA”. Convinha, digo eu, que quem vai para a televisão participar neste ou noutro tipo de programas tivesse um conhecimento mínimo da língua portuguesa. E, de preferência, que a soubesse falar.

Pagar e morrer ė a última coisa que se faz na vida. Não necessariamente por esta ordem.

Kruzes Kanhoto, 14.08.16

Ė com um algum espanto e manifesta surpresa que alguma imprensa deu conta que a empresa electrica da Madeira teria dividas por receber, por parte de autarquias e outras instituiçoes, que ascendiam a muitos milhões de euros. Com dezenas de anos, algumas. Ora, a mim, o que surpreende é que a imprensa se surpreenda. Bastava um pouco de trabalho de casa. Não é preciso procurar calotes tão longe. Nem, sequer, esperar pelos relatórios de qualquer entidade fiscalizadora. Que, pelos vistos, também fiscaliza muito pouco. Vão ver, para não falar noutras coisas, nas dividas relativas ao consumo de água. São aos milhões. Os euros e as dividas. Pode, quase, dizer-se que em muitos municipios só os parvos é que pagam. Em muitas localidades, onde o fornecimento de água ė da responsabilidade da respectiva câmara, há gente que não paga uma única gota desde que o sporting ganhou o último campeonato. É só ver as contas das autarquias publicadas na internet. Está lá tudo.

Subvencionar é uma coisa que nos assiste...

Kruzes Kanhoto, 13.08.16

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Populista. É o que já vi chamar à lista de subvenções vitalícias divulgada ontem pela Caixa Geral de Aposentações. Será. Isso e o mais que queiram lhe chamar. A transparência tem destas coisas. Chatas, como esta. E é também muito bonita. Nomeadamente quando aplicada aos outros.

Por mim acho-a, à lista, estranhamente curta. Muito, mas mesmo muito mais gente beneficiou daquele esquema vergonhoso a que o governo Sócrates colocou fim em 2005. Ainda que por outras vias. Como, por exemplo, aquele senhor que - lá para o norte, acho eu - se candidatou a Presidente de Câmara com o objectivo de cumprir no cargo o tempo necessário para completar os doze anos de autarca que lhe permitiram sacar a reforma. Propósito que, diga-se em abono da verdade, o homem nunca escondeu. Louve-se, apesar de tudo, a sua integridade. Após ter sido eleito, quando completou o tempo necessário para se reformar, sensivelmente a meio do mandato, pôs-se ao fresco. Ou seja, pediu a aposentação e foi-se embora gozar a reforma. Correspondente ao valor do último vencimento - como era de lei à época – de autarca e não ao que auferia na sua actividade profissional e sobre o qual terá descontado.

Era incompetente como poucos, mas de parvo a criatura nada teve. Viu a oportunidade e agarrou-a. Idiotas foram os que o elegeram. E pensar que muitos deles – como isto terá sido há cerca de trinta anos, bastantes ainda estarão vivos – passam a vida a vociferar contra os privilégios dos políticos...

Isabel "Irritada" Moreira. Outra vez.

Kruzes Kanhoto, 12.08.16

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Ainda a Isabel Moreira. Queixa-se a criatura de ter sido ameaçada por homens. Mais de mil vezes, ao que diz. Não compreendo o que tanto a desagrada. Significa que o seu discurso é ouvido. Por pior que ele seja. E é, de facto, muito mau. Parvo, até, a maior parte das ocasiões. Granjeia-lhe no entanto, a julgar pelo inusitado número de ameaças, um vasto rol de fans.

Mas, dizia, não percebo a irritação da senhora. Mesmo que irritada seja o seu nome do meio. Eu apenas fui ameaçado uma vez por uma gaja e achei piada. Tanta que até lhe mandei um pedido de amizade no Fuçasbook. Continuo é à espera que ela me aceite. Uma tal Ana Brito, para que conste. Não deve ter tido tempo, a fulaninha, de tão ocupada que anda a cuidar dos seus “patudinhos lindos”.

Ocorreu-me de novo, mesmo não vindo a propósito, aquela treta da moeda de dois euros com a cara do Papa que tanto irritou a senhora deputada. Presumo que, sendo ela laica, republicana e socialista rejeite liminarmente usar as moedas de um e dois euros que têm a cara do rei de Espanha.

 

Incêndios

Kruzes Kanhoto, 10.08.16

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 Isto dos incêndios é uma coisa curiosa. Todos os anos – ou quase – se atira mais dinheiro para cima do problema, se afectam mais recursos e apesar disso fica-se com a sensação que, mais fogo ou menos fogo e mais hectare ardido ou menos hectare ardido, continua tudo na mesma.

Depois há aqueles que reclamam por estudos, debates, ordenamento do território e outras iniciativas que se costumam sugerir quando não se sabe como resolver um problema. Não vale a pena. Podem estudar, debater e ordenar o que quiserem se isso lhes dá prazer. Não adianta. Desde que o homem descobriu o fogo que existem incêndios. E incendiários. Que, por mais estranho que pareça a alguns citadinos, a mata não arde sozinha. Isso da combustão espontânea, do pedaço de vidro que origina uma chama ou de árvores que não ardem não existe. É uma treta. Haverá sempre alguém que provoque um fogo. Nem que seja por queimar o papel a que limpou o rabo. E é em relação a estes gajos – malucos ou não – que se terá de fazer alguma coisa. Prende-los, sei lá. Por mais estranha que esta ideia aparente ser a quem aplica a justiça. A menos que incendiar constitua – por praticado reiteradamente – mais um daqueles direitos adquiridos sempre tão protegidos pelos tribunais.