Tendo a desconfiar dos estudos. Mas, no caso do que foi divulgado hoje que coloca os portugueses entre os povos mais ignorantes do mundo relativamente a assuntos financeiros, acredito que não deve falhar por muito. Basta ouvir o que se diz na rua e ler o que se escreve nos jornais ou nas redes sociais para facilmente se concluir pela ignorância que por aí grassa quando o tema são as finanças.
Atente-se, por exemplo, no caso das facturas com NIF com as quais os contribuintes podem obter deduções a nível fiscal. Os comentários que tenho lido e ouvido sobre o assunto são de arrepiar. Reveladores de uma desinformação e de uma mentalidade distorcida que, acreditava eu, já não existiam nos tempos em que vivemos. Coisa que, reitero, nada tem a ver com a idade nem com o nível de escolaridade de cada um. Que o diga uma senhora a quem todos os anos preencho a declaração de IRS, analfabeta e com mais de oitenta anos, que não deixa escapar uma factura sem o respectivo número de contribuinte.
A ignorância costuma sair cara. E, como ando a escrever de há um ano a esta parte, todos os que alarvemente se recusaram a pedir factura vão, lá para meados do ano que vem, sofrer na carteira as consequências dessa alarvidade. Depois queixem-se do Passos, do Costa ou de quem quer que seja que lá esteja nessa altura. Por mim, que não gosto mesmo nada de pagar impostos, cada cêntimo conta. É pouco? É. Mas ainda assim deve ser mais do que a devolução da sobretaxa…