Sondagens que valem o que valem
Há reacções a isto das sondagens que me conseguem deixar ainda mais perplexo que o seu próprio resultado. Argumentam alguns experts que os estudos baseados em entrevistas telefónicas – telefone fixo, no caso - desvirtuam a análise influenciando, dizem, o resultado da coligação de direita. Por acaso também acho. Principalmente se os ditos inquéritos forem feitos em horário laboral. Neste caso os sondados serão, maioritariamente, reformados e desempregados. Dois grupos sociais onde, segundo os que desconfiam das sondagens, o descontentamento com o governo será maior. Ora se, ainda assim, o PAF tem uma vantagem de meia dúzia de pontos percentuais é, de facto, caso para desconfiar. Outra hipótese é o país dos comentadores, jornaleiros e intelectualidade urbano-deprimida pouco ter a ver com o país real. Mas isso já não é novo. Tem sido, pelo menos nestes últimos quarenta e um anos, quase sempre assim.