Não sei o que é isso dos “valores de Abril” com que uns quantos gostam de encher a boca. Caso se refiram à democracia estamos conversados. São valores universais, não são exclusivo nosso e, hoje, é algo tão normal quanto o ar que se respira. Nem vejo, assim de repente, que seja coisa para grandes festejos. Quando muito será apenas ocasião para lamentar que tenha chegado com tanto tempo de atraso.
Provavelmente há quem, saudosamente, associe os tais “valores de Abril” ao que se passou nos meses seguintes ao golpe militar. Se assim é esses valores estarão mais associados à loucura e ao crime. Há, também, quem o faça sempre que o seu partido percorre a via sacra da oposição. Uma chatice, isso de estar longe do pote.
Interessante, igualmente, é a insistência de, ao nível local, promover a realização de sessões solenes comemorativas da data. Se fazem tanta questão passem a agendar a sessão obrigatória de Abril para o dia 25. Assim fico a pensar que é apenas para uns milhares de marmanjos, ao longo país, se aboletarem aos cerca de setenta euros da senha de presença.