Para quem, do ponto de vista das emoções, se está absolutamente nas tintas para a politica partidária, chega a ser enternecedora a forma como algumas almas – muitas até, reconheço – defendem o cidadão José Sousa. Dá mesmo a ideia que existe entre elas uma espécie de competição para definir quem é mais amigo do homem, quem acredita mais que o senhor é quase santo e que as leis que são aplicadas a milhares de cidadãos não se lhes devem aplicar. Devia, na opinião dessa maralha, estar fora da alçada da lei e, em suma, gozar de total impunidade.
Há, também, os que levam a vida a comparar com outros processos. Ou com outros figurões da politica e da finança. Como se os alegados crimes de uns atenuassem os de outros. Faz-me lembrar os tempos da escola primária em que, para tentar salvar o coiro, quando dava erros no ditado argumentava em casa que o Sicrano e o Beltrano tinham dado muitos mais.
Isto para além dos auto proclamados ilustres que vão visitando o senhor Sousa. Não se coíbem de, quase à descarada, dar a entender que essa coisa de cumprir a lei é, sim senhor, muito bonita mas digam lá aos senhores juízes que tenham tino porque isso não é para aplicar a toda a gente.
Acreditar na inocência da criatura parece ser mais uma questão de fé do que outra coisa qualquer. A mim, por mais respeito que tenha por algumas opiniões e por aquilo que, eventualmente, a justiça venha ou não a apurar, é mais fácil acreditar que os pastorinhos viram uma senhora a pairar sobre uma azinheira do que na presumível inocência do sujeito.