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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Decidam-se, porra!

Kruzes Kanhoto, 31.05.14
Até quase às vinte horas de ontem, a julgar por aquilo que se escrevia nas diversas redes sociais e se dizia na rua, o governo não passava de um grupo de bandalhos. Daqueles mesmo do piorio. Roubava ordenados, aumentava impostos e impunha austeridade sem demonstrar um pingo de sensibilidade social.
De ontem para hoje tudo mudou. Agora os malandros da pior espécie são os juízes do Constitucional. O governo esse, coitado, não tem outro remédio senão aumentar o IVA para poder pagar os brutos ordenados aos malandros dos funcionários públicos. Uma vergonha, portanto, essa decisão do Tribunal. Coisa, até, para colocar de novo em perigo o equilíbrio orçamental que o Passos Coelho - um santo homem, só falta acrescentar - tanto se esforçou para conseguir.
É bom que os portugueses se decidam acerca do que querem. Se é que conseguem. O mais provável é nem saberem ao certo o que desejam. Tirando aquela parte de acharem que devem ser os outros a pagar a crise.

Garrafões muito irrequietos

Kruzes Kanhoto, 31.05.14
Ao contrário do que alguns preconceitos pretendem fazer crer, cá pelo Alentejo nada é mais lento do que em qualquer outro lugar, nem os seus habitantes revelam menor vontade de se mexer do que os restantes compatriotas. Quem disser o contrário é parvo e não conhece o Alentejo nem os alentejanos.
O mercado semanal de Estremoz - realiza-se todas as manhãs de Sábado - é disso um bom exemplo. Tanto assim é que chega a haver necessidade de acorrentar alguns produtos às bancas. Presumo que o procedimento se deverá à estonteante velocidade a que os ditos serão capazes de desaparecer. Ou de mudar de sitio.

Se querem ficar mesmo com azia sigam o link do final do post...

Kruzes Kanhoto, 30.05.14
Vai por essa Internet fora uma chinfrineira desgraçada por causa das decisões do Tribunal Constitucional. A azia de uns, a maioria, é mais que muita e o regozijo dos restantes, muitos menos, não se fica atrás. Aos aziados, há que dizê-lo com toda a frontalidade, não passam de um bando de imbecis. Quanto aos que hoje estão felizes deixo um alerta. Esperem pela pancada.
Não dou para este peditório. Não vale a pena. Mas isso não me impede de ler as bacoradas que se vão escrevendo nos blogues, nas caixas de comentários dos jornais on-line ou no facecoiso. Entre outros. É um exercício interessante. Nomeadamente para quem quiser publicar uma enciclopédia de disparates. Já relativamente ao dinheiro que se vai esturrando em distribuição de empregos disfarçados de aquisições de serviços, em coisas tão importantes como centros de interpretação do mundo rural e outras obras faraónicas de interesse mais que duvidoso, disso, ninguém reclama. Por muitíssimos milhões que isso custe. A todos. Até aos que por esta altura destilam fel sobre as decisões do Tribunal Constitucional.

Aumentozinho de impostos?!

Kruzes Kanhoto, 29.05.14
Voltar a aumentar a taxa máxima de IVA, agora para vinte cinco por cento, parece ser a carta que o governo tem na manga para minorar os estragos orçamentais causados pelo chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes nos vencimentos da função pública.
Uma péssima ideia, vão achar a generalidade dos que trabalham no sector privado, os desempregados, os reformados com pensões de miséria e todos os que trabalham para o Estado mas que, por ganharem abaixo dos seiscentos e setenta e cinco euros, não viram os seus vencimentos sofrer qualquer quebra. Os funcionários públicos, por seu lado, vão ficar radiantes. Momentaneamente, pelo menos. Assim, argumentarão, os sacrifícios são distribuídos por todos.
Por mim desagrada-me tudo. Os cortes e o aumento de impostos. Não havia necessidade. Bastava pôr a pagar quem foge aos impostos e combater à séria a economia paralela. Mas isso, como está amplamente demonstrado, os portugueses não querem. Preferem andar, feitos parolos, a atirar culpas uns aos outros.
Uma sugestão que já deixei no email de vários deputados – ainda mais pertinente se o IVA subir de novo – seria tornar dedutível na sua totalidade, em sede de IRS, todo o IVA suportado na restauração. Teria duas inegáveis vantagens. Acabava-se a lamuria dos taberneiros e o rendimento por eles declarado subia em flecha...Com todas as consequências daí decorrentes.

Coisas que m'atormentam

Kruzes Kanhoto, 28.05.14
Não é bem atormentar. É mais ter manifesta dificuldade em perceber. Problema meu, de certeza, mas não consigo vislumbrar a razão dos motivos de preocupação que por aí vão com o crescimento da votação nos partidos da extrema-direita. Principalmente quando, vá lá saber-se porquê, não existe idêntica inquietação quanto aos votos, que também aumentaram em alguns países, nas forças politicas identificadas com a extrema-esquerda. Deve ser por a esquerda ser uma coisa chique ou algo parecido. Assim tipo aquilo da superioridade moral. Só pode.
O entusiasmo suscitado pelo anúncio da disponibilidade de António Costa para se candidatar a líder do Partido Socialista, também me atormenta um bocadinho. Comove-me ligeiramente, até. Embora, de certa forma, me divirta ver tanta gente ingénua a depositar tanta esperança na criatura. Parece que já ninguém se recorda que o homem é um ex-ministro de Sócrates. Pior. Só deixou de o ser para ir para Presidente de Câmara. Características pouco conciliáveis com alguém que deve governar com rigor, convenhamos. Apesar disso não falta quem veja no fulano uma espécie de salvador da pátria. Um D. Sebastião dos tempos modernos, provavelmente. Ou, mas isso sou eu armado em velho do Restelo, alguém capaz de nos trazer a troika de volta mais depressa do que o diabo esfrega um olho.  

Brigada do croquete.

Kruzes Kanhoto, 27.05.14

Percebo asdificuldades que os presidentes de junta de freguesia sentem nodesempenho do seu cargo. Nomeadamente daquelas terras onde oseleitores são quase todos idosos. Deve ser uma coisa lixada. Istoporque os velhos são uns chatos e as velhas umas gaiteiras. Queremé comezainas e passeatas. Tudo à borla. Os pobres autarcas não têmoutro remédio, mesmo sem dinheiro, senão fazer-lhes a vontade.Ainda que tenham outras ideias – geralmente melhores – para daruso aos parcos recursos de que dispõem. Ai deles que não ospasseiem e lhes encham a pança. Caso não o façam da próxima nãosão eleitos. E é assim que vamos cantando, pulando, comendo epasseando. Mesmo com isso da crise, ou lá o que é.

Não votam, não pedem factura...e depois queixam-se!

Kruzes Kanhoto, 26.05.14
Estas facturas têmapenas um dia de intervalo. Sensivelmente vinte e quatro horas dediferença. Foram emitidas por um espaço de restauração numamovimentada zona comercial, situada no centro de Albufeira, mas ondeos clientes são, maioritariamente, portugueses. E muitos.
Como se podeconstatar pela numeração dos documentos retratados na imagem acima,para além de mim apenas outro consumidor pediu factura com númerode contribuinte.
Somos um povo quese abstém de votar, que colabora com a fuga aos impostos e que, aindaassim, passa a vida a lamentar-se. De tudo. Temos o que merecemos. Ou quase. Porque, se calhar, ainda merecíamos pior. 

Realidade, ficção ou publicidade enganosa?!

Kruzes Kanhoto, 25.05.14

Nãoé que se trate de uma questão particularmente inquietante. Nadadisso. Será, quando muito, mais um daqueles casos em que a ficçãose confunde com a realidade. Ou nos confunde. Fica, no entanto, adúvida. Que, se calhar, pode nem ter razão de existir. Às tantasesta publicidade é tão real e paga os mesmos impostos a que estãosujeitos os papéis com o “vende-se”, nos automóveis, ou “dão-seexplicações”, nas montras das lojas. 

Estamos inteiramente de acordo e somos simultaneamente de opinião contrária

Kruzes Kanhoto, 23.05.14
Nem vale a pena continuar a bater no ceguinho. Tudo, desde o primeiro dia, revela que nada aprendemos com os erros cometidos. Pelo contrário. Continuamos a achar que fizemos tudo certo, que estávamos no bom caminho e que, quanto antes, devemos voltar ao velho e bom modo de governação que nos desgraçou.
No entanto, simultaneamente, achamos muitíssimo bem que se cortem os vencimentos aos funcionários públicos. Esses malandros com mais privilégios que o resto da população. Também nos parece relativamente justo que se diminuam as reformas. Isso de haver velhos a auferirem milhares de euros de pensão à custa dos novos que nunca irão saber o que é a condição de reformado tem de acabar. É o que garantem os trabalhadores mais novos. E os sucessivos aumentos dos descontos para a ADSE? Bom, disso nem é bom falar… A tal ADSE que um destacado socialista já garantiu ser para extinguir.
Defendemos – enquanto povo, obviamente – a austeridade e o seu contrário. Que é como quem diz: Não sabemos o que queremos. Só isso pode explicar que nos preparemos para voltar a eleger aqueles que se orgulham de ter rebentado com o país e com as nossas vidas. As tais que pretendemos ter de volta.

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